Parece até discussão política, de tantos comentários acalorados que gerou. Ao publicar o ranking do tesão do Rafa, um adepto do cuckold – tara por ver sua mulher transando com outro – eu abri a caixa de pandora.
O fetiche está entre os mais comuns do brasileiros e vários vieram me contar suas experiências e, acima de tudo, refletir sobre o que lhes causa tanto tesão nessa fantasia.
A maioria discorda desta blogueira que aposta no orgulho da posse, em oposição ao desapego na relação, como o motor para subir os paus desses homens que curtem saber, ver, fazer sexo com a parceira que o “traiu”.
“A minha fantasia passa muito mais pelo prazer projetado nela. Imaginá-la se entregando sem freios, fodendo com outro na minha frente, sendo mais verdadeira do que o comportamento imposto pelo ‘normal’!”, conta Alex, que fala abertamente com a parceira sobre praticar cuckold, mas ela, porém, não gosta ou não tem coragem de realizar a fantasia.
“Eu já traí, fui traído, e sempre tem um componente de hipocrisia nas relações. Seria o corno livre de uma vez?”, discorre. Sensacional, Alex! Mas, para mim, a reflexão seguinte dele é, de longe, a mais interessante: “Outro ponto é a realização de uma certa bissexualidade. Beijar a boca que chupou rola, comer a boceta esporrada e talvez, quem sabe, lamber a boceta esporrada. Para isso, tudo isso me aproxima do sexo com um homem. “Não é o suficiente para sentir atração por outro homem, mas a sua mulher impregnada de outro macho pode ficar ainda mais atraente”.
Já o João conta que descobriu por acaso que se excitava com o relato de transas da namorada. “Uma vez, ela quis me confessar algo, que um velho amigo a havia convidado para tomar vinho na casa dele. Ela começou a me contar, eu fui especulando, já com tesão, e ela acabou me confessando que foi pra cama com o amigo. Ela provavelmente achava que eu iria ficar bravo, terminar tudo naquele momento mas, na verdade, estava excitado com a história e pedi que me contasse mais detalhes sobre a transa. A transa dela rendeu ótimos momentos de prazer para nós dois”.
Ele revela a encenação que gostaria de fazer: “No trabalho, uma das funcionárias contava que uma amiga, vizinha de rua, era casada, mas o marido estava doente. Essa amiga trazia o amante em casa e transavam na frente do marido. Suspeito que essa história era fantasia da própria colega que narrava. O fato é que eu fiquei com tesão ao me imaginar no lugar do marido, vendo sua esposa transar, passar por ele respingando esperma do amante, depois de múltiplos orgasmos com o outro. Quero me passar por marido doente, impotente, e ver minha esposa me traindo na minha frente. Depois quero transar bem gostoso com ela, rememorando a traição”.
Por fim, o Breno ficou irritado com a minha recomendação sobre sexo seguro em meio ao texto sobre cuckold. Me chamou de “Greenpeace” (achei engraçado) e de “broxante” (menos divertido).
Breno, assim como você não concorda com a minha análise e acha que o cuckold é apenas uma situação de total submissão do homem, eu não concordo com você de que a lembrança sobre sexo protegido e saudável — no meio de um texto ou de uma transa – elimina a excitação. Vamos concordar em discordar? 😉