Precisamos falar sobre sexo oral
Amiga, seu clitóris é importantíssimo, mas suas cordas vocais também são. Cara, seu pau é o rei do universo, mas abra a boca, pelamor.
Eu sei, queridos, nem sempre é fácil. Falar sobre o que gosta, como gosta, do que não curte, pode ser um processo longo que inclui timidez, bloqueio, falta de autoconhecimento, de ausência de intimidade, rigidez moral, mas acredite, só assim para haver prazer no fim da estrada.
Eu adoro falar. Nem precisa ser na hora que um está sobre o outro. Pode ser tomando um vinho no sofá. Um papo sobre sexo regado a álcool é combustão na certa. Pode começar sutil, com uma brincadeirinha, uma insinuação. Pode ser um elogio. Elogios são tão poderosos…Desarmam!
Fingir, por sua vez, é a coisa mais démodé do universo. Mais démodé que a palavra démodé. 🙂
E tirar sarro, então? É muita falta de empatia. E vamos combinar? Empatia é outro grande segredo para temperar a cama (a vida). Coloque-se no lugar do outro, faça com seu parceiro o que você gostaria que ele fizesse com você… Não precisa ser gênio para saber que pode ser uma boa, né?
Tudo isso porque um canal de humor no YouTube colocou ontem um vídeo engraçadinho no ar. Meninas deitadas como se estivessem recebendo sexo oral. A câmera mostra apenas os rostos e os comentários delas, detonando, com sarcasmo, as performances masculinas.
Reclamações de que homens não sabem fazer sexo oral direito é um clássico do banheiro feminino. As razões para isso são muitas, psicólogos e feministas podem listar, mas o problema para mim está no fato de que ninguém nasce sabendo lamber xoxota, chupar pau, beijar na boca, controlar o gozo, etc., etc., etc. E ninguém faz igual cada uma dessas coisas. Por que vivemos esquecendo que não existem regra e manual pra tudo na vida?
Em vez de zombar, o caminho é mostrar. Dá até para ser sem palavras.
Não são apenas as mulheres as mudinhas do sexo. Um conhecido, Felipe, por exemplo, passou 20 anos achando que não conseguia gozar com sexo oral. Até receber um boquete que não machucava. Por conta do post sobre as incoerências sexuais, também recebi um e-mail do Mateus, que quis me contar o que chamou de sua hesitação: “Acho que não gosto de boquete. Sou casado há oito anos, mas já sai com várias mulheres. Das duas uma: nunca recebi um boquete de verdade ou não gosto”. Ele diz que nota que a mulher, nas pouquíssimas vezes que caiu de boca, fez com pouco ânimo, visivelmente querendo parar. “Algumas vezes fiquei impaciente ao receber, não senti o estímulo, me senti até menos homem, pois, convenhamos, se eu não estiver enganado, todo homem gosta muito. Confesso, porém, que tenho tesão quando fantasio uma boa chupada no meu pau”.
Desculpem se este post saiu todo um tanto condescendente, mas ô vontade de bancar a terapeuta sexual de botequim pro Mateus e pra mulher dele. Perguntar se ele faz sexo oral nela. Sugerir pra ele deixar o orgulho de lado e perguntar o que faz ela não gostar – é nojo, é dor no maxilar, são os pelos?
Vamos abrir a boca, minha gente, para beijar, chupar, lamber e FALAR.
Fala que eu te escuto! Meu e-mail é carmenfaladesexo@gmail.com