O nu é libertário, o nu é lindo, o nu é corajoso
Por Rebeca
Quem disse a frase do título não fomos nós, mas a fotógrafa Érika Garrido, de quem estamos fãs e aqui aproveitamos para declarar o nosso amor ao seu trabalho.
Chegamos a ela quando estávamos falando da nudez nas redes sociais, mais especificamente no Instagram, e achamos o perfil dela. Fotos lindas, de mulheres sensuais, que ela posta em maior quantidade no perfil do Tumblr.
Clicamos na página e ficamos chocadas com tamanha beleza de nus para lá de elegantes. Mulheres sensuais clicadas de forma delicada. Suas fotos poderiam estar na capa de quaisquer dessas revistas masculinas, como Trip [alô, Paulo Lima, dê emprego para esta moça!].
Daí não sosseguei até falar com essa menina, saber de onde ela veio e para onde ela vai, por que fotografar nus e qual a relação dela com as garotas das fotos. Eis que rendeu a entrevista que você lê abaixo, entremeada pelas fotos deslumbrantes que ela faz.
Quer ver mais? No Instagram o perfil dela é @garrida e no Tumblr, http://garrida.tumblr.com.
Rebeca – Soube que você já trabalhou na Folha. Quando foi isso e o que você fazia? Era com fotografia?
Érika Garrido – Sim. Trabalhei por três anos (de 2007 a 2010). Eu trabalhei como assistente da editora de fotografia do Núcleo de Revistas, como fotógrafa de alguns produtos, Revista sãopaulo, Guia Folha e depois passei pela editoria do jornal como fotógrafa.
Quantos anos você tem? Que faculdade fez?
Tenho 30 anos. Fiz o curso de bacharelado em Fotografia no Senac aqui em São Paulo, de 2008 a 2012.
Desde quando você curte fazer fotos sensuais de meninas?
Desde 2013.
Faz parte de um projeto ou é puro hobby? Com o que você trabalha nas “horas vagas”?
Posso dizer que é um projeto e um hobby. É um projeto que pretendo que não tenha fim, é cotidiano retratar mulheres e amigas. E isso eu faço nas horas vagas.
Por que meninas? Nunca se interessou em fazer nus masculinos?
Meninas porque acontece naturalmente, todas são minhas amigas. Eu gosto do universo feminino e aprecio explorar cada vez mais a sensualidade da mulher. Eu me vejo nessas fotografias, transponho meus sentimentos como gostaria de ser vista. Em sua maioria, não revelando a identidade delas.
Onde são feitas as fotos?
Geralmente as fotografo em suas casas.
Como chegou a essa estética das fotos, com a luz um pouco mais estourada?
A estética das fotos tem a ver com um jogo daquilo que é e daquilo que não é mostrado. O contraste é um elemento essencial dessa construção, mas nada está predeterminado, a única ideia que liga todos os elementos são as mulheres. Me inspiro nas próprias mulheres, sempre. Eu acho e quero que as minhas fotografias tenham algo do mistério, da distância, do desconhecido, todos próprios da sensualidade feminina.
O que você acha do nu como arte?
Eu entendo a arte como uma expressão necessária para a sobrevivência. Foi assim sempre e tem que ser assim hoje. Uma conversa com o que acontece no mundo, com as questões latentes. Com os problemas que precisam ser discutidos. O corpo faz parte deste processo. O nu é libertário e é lindo. O nu é corajoso e precisa ser tirado do seu lugar comum. Apesar de eu tratar da sensualidade enquanto linguagem, acredito que não a coloco enquanto fim estético e, sim, enquanto processo que leva a um resultado visual.
E o que você acha do corpo feminino em si? Tem tesão nele?
Eu tenho tesão pela vida.