Morder é sempre melhor que bater?
por Ana
Uma leitora nos escreveu para continuar o debate sobre aquele post “Me bata que eu gosto”, mas a partir de um outro ângulo.
Definitivamente eu sou mais de morder e de cravar as unhas que de tapas.
Talvez porque, no sexo entre mulheres, não se dê tanto esse tipo de movimento, que deixa suas mãos liberadas ou talvez, seja simplesmente coisa de gostos.
Provavelmente, o melhor da minha iniciação ao sexo com mulheres foi a total falta de informação prévia. Sem preconceitos, sem idéias estabelecidas, sem papeis definidos, e sobretudo, sem vergonha. Assim, apenas fui fazendo o que meu corpo e minha parceira me ensinavam ou pediam.
E aí que, quando a pele que toco me excita tanto e é tão macia e tão deliciosa, não me basta só acariciar ou lamber… O que o corpo me pede é morder, beliscar, apertar até doer, imobilizar para desfrutá-la melhor…. Acho que não tem a ver com tesão ou dor ou dominação. Acho que se trata de pura fome. Fome descontrolada pela pele.
O melhor é quando você encontra alguém que sente esse mesmo descontrole que você. Esse espírito de improvisação que faz que apertes demais aqui ou mordas sem limite ali, deixando marcas de repente, descobrindo algo surprendente.
A última foi com uma mulher bastante hetero. Falo bastante pois suas histórias e as do seu namorado eram muito heteros. Mas o jeito com que me comeu a boca com a desculpa mais barata que tenho ouvido em anos foi bem, bem lésbica.
A verdade é que fazia tempo que me deixava com vontade. O que fez eu me deixar levar até a casa dela e até a sua pequena cama.
Depois de umas preliminares aceleradas demais, ela já gemia como uma louca. Eu tentava me decidir entre a gargalhada e o tesão. A coisa ficou séria e,quando se aproximava o clímax, e sem parar de me tocar nem um segundo, ela me surprendeu com uma espécie de chave de judô cruel que me imobilizou…. E doeu. Durou apenas uns segundos. Retorceu minha cintura deixando meu braço em um ângulo impossível, enquanto com o braço, que ela tinha liberado, me apertava contra o seu peito, dobrando minhas costas ainda mais.
Nunca vou saber se ela fez isso de propósito o foi um reflexo do seu corpinho descontrolado.
Apenas sei que gritei. Gritei de prazer e de dor.
Naquele momento entendi, melhor dio que nunca, o motivo de o orgasmo ser chamado de “beautiful agony”.