X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Sobre gostar também de meninas https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/28/sobre-gostar-tambem-de-meninas/#respond Sun, 28 Jun 2020 17:47:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2966 Por Dolores

A Bruna foi a primeira pessoa por quem me apaixonei na vida. Entre a parte da frente e as duas quadras imensas nos fundos do terreno, havia quatro construções, ocupadas por escritórios variados, banheiros, um estúdio de balé, secretaria, a cantina, salas de aula e um pequeno pátio. E foi na escada que levava a um quartinho da escola que ninguém nunca soube o que tinha dentro que eu dei meu primeiro beijo.

Tecnicamente não teria este nome, para dizer a verdade. Porque só a minha boca se mexeu, e nem nos lábios dela eu encostava – beijei o antebraço da Bruna aos seis anos de idade. Ela deixou porque éramos melhores amigas, acho, ou porque eu pedi com jeito, ou talvez tivesse pena de mim.

A Bruna e seus imensos olhos azuis pousados cheios de compaixão na minha cara de quem, cega, ama e se entrega. Depois disso passei muitos anos só beijando e transando com meninos, daí vieram os homens, e só com 20 e poucos, numa viagem a Porto Alegre, revivi o frio na barriga que a Bruna me dava.

Aleteia veio da Espanha, era bailarina e bebia uísque. Foi para o meu quarto do hotel, depois do jantar de confraternização entre sua companhia e os jornalistas que viajaram para assisti-la dançar. Ela tinha cheiro de rosa. A Bruna tinha gosto de chocolate.

Sempre achei a parte mais complicada da bissexualidade esse prólogo antes de entender que podia chegar nas garotas sem levar em troca uma cara de incredulidade. Tomar toco todo mundo toma, faz parte do jogo da sedução, mas o espanto e o quase nojo com que algumas olham machucam mais fundo. É como se não perdoassem a ousadia de uma mina considerar que elas também possam gostar de minas.

Revealed: The 5 Health Benefits Of Chocolate

Tem outra etapa chata, mas essa mais introspectiva que a outra – fora a vantagem de que ela acontece por um tempo e, depois, você a vence e nunca mais tem que encará-la. Não sei se é assim para todo mundo. Comigo, foi preciso falar bastante disso na análise até entender que o desejo que eu sinto por outras mulheres não tem, além de nada de errado, qualquer tipo de recalque.

Algo como compreender que esta vontade não passa nem de perto pela minha sexualidade com os homens, não é influenciada por ela, não se confunde em parte alguma. Levou tempo, consumiu anos de sessões, mas se mostrou muito útil, esse entendimento.

Foi nesse período que vieram, então, outras flores e doces, em noites com menos noias e mais leves. Descobri que gosto mais de meninas de um tipo físico em particular. Que eu tinha uma musa. E que a liberdade de poder vivenciar a sexualidade sem vergonhas não tinha preço.

Fazia tempo que nada extraordinário acontecia, quando reconheci, em outros olhos grandes, o mesmo verão que eu via no rosto da Bruna quando a gente ficava na escadinha rumo ao desconhecido, na escola da Vila Mariana. Um almoço em um sábado bonito, tinha música tocando, grupos diversos de conhecidos espalhados em mesas e cadeiras pelo salão.

Eu soube desde o minuto um no que aquilo ia dar. Uma garrafa de vinho branco gelado depois, o tempo correndo, e ela precisava ir embora, outros compromissos, explicou. No banheiro, nos esprememos em uma cabine, as taças apoiadas sobre o tampo de cerâmica da caixa do vaso.

O melhor beijo, mais gostoso que o braço de cacau da Bruna, que qualquer buquê, que todas as outras bocas, quem sabe. Ela abriu o primeiro botão do meu vestido para fazer caber a mão lá dentro. Segurou um peito, depois afundou a cara entre os dois, ao mesmo tempo em que já empurrava minha calcinha pernas abaixo.

Encostei-a na outra parede da cabine, a parede dela, porque sabia que em breve a perderia. Segurei sua cabeça entre as mãos, lambi sua boca, para então afundar a língua entre seus dentes, quero engoli-la. Ela é pequena. Ela cabe inteira no meu domínio.

Minha calcinha cai no chão, eu baixo a cabeça para olhar, e ela surge em meio às minhas coxas. Com o dedão se enfia na minha xoxota, com a língua lambe meu clitóris em círculos e de vez em quando olha para cima.

Nunca mais nos encontramos. Eu culparia a pandemia, ela diz que eu enrolo para marcar um novo encontro. Outro dia brincamos de o que você levaria para uma ilha deserta se pudesse passar lá sua quarentena. Na resposta dela havia livros e álcool. Na minha tinha chocolates, rosas e ela.

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Fluidez sexual é o rótulo que queremos https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/04/30/fluidez-sexual-e-o-rotulo-que-queremos/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/04/30/fluidez-sexual-e-o-rotulo-que-queremos/#respond Tue, 30 Apr 2019 23:14:57 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2628 Por Carmen

Criar conceitos ajuda a enxergar. Ficar apenas preso aos conceitos, cega. O sexo, essa tão incompreendida “entidade”, precisa tanto de ser identificado, descrito e classificado, porque não somos igualmente vividos, informados e abertos mental ou socialmente, para entendê-lo.

 

fluidez sexual
Crédito da foto: Pinterest

 

Estava na casa de um amigo em um bairro descolado do Rio, o abajur emanava uma luz vermelha difusa e as almofadas coloridas ganhavam todas tons quentes. Em pouco mais de 15 minutos, escutei das bocas sexy daquela galera jovem e moderna tantas definições, “hétero que só fica com homem por esporte”, o “hétero-flexível”, o “hétero-passivo”, o “hétero-discreto que busca machão”… que entendi que não importa, os rótulos são um paradoxo, precisam ser abandonados, mas ao mesmo tempo, ajudar a captar o mundo. Afinal, a sexualidade, há séculos, constrói a identidade pessoal.

“Meu rolo atual se diz hétero-passivo, sente prazer em penetrar uma mulher, mas gosta de ser penetrado por homem, ainda que rejeite qualquer traço de feminilidade nos companheiros”, contou um amigo.

“Já transei com casados que afirmavam que as mulheres eram cheias de pudores, e que jamais teriam prazer anal”, revelou outro.

“Estou com um cara que adora transar comigo, mas como não é frequente, ele acredita que não exista uma necessidade de sexo com homem. Logo, não se considera bissexual”, explicou mais outro.

Entre todas essas caixinhas, prefiro me ater à ideia de fluidez sexual: que não coloca limita, não define, dá liberdade. Não há opção, orientação, regras. Engloba todos os termos e nenhum ao mesmo tempo. Abraça quem transa com a mesma pessoa a vida toda e para quem experimenta novidades a cada dia.

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Quando direita x esquerda chega no sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/11/01/quando-direita-x-esquerda-chega-no-sexo/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/11/01/quando-direita-x-esquerda-chega-no-sexo/#respond Thu, 01 Nov 2018 21:08:51 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2516 As eleições já são história. Temos um novo presidente eleito. Fez-se a vontade da maioria. Mas a polarização não deixou de existir do dia para noite só porque o último voto da última urna foi contabilizado. A sensação de que existem “nós” e existem “eles”, se mantém. E, sem querer alimentar estereótipos e ânimos arraigados, vejo que isso se reflete, sim, na maneira como cada um encara a sexualidade.

De um lado, o corpo é político. Mostram-se os seios para protestar. Reivindica-se a liberdade de amamentar em público, de abortar, de transar com quem quiser e de se proteger de quem não é bem-vindo. Afirma-se o direito de ser homem, mulher, cis, trans, hetero, homo ou um mix de tudo.Do outro, fica o lugar onde nasceram expressões como “pouca vergonha”, “lugar de mulher”, “fraquejada”, “merecer ou não ser estuprada”. Educação sexual vira doutrinação, “kit gay” vira assunto. Livros são desprezados. Onde vamos “vivenciar novas experiências, aprender a analisar as pessoas, obter conhecimento, divertir-se infinitamente”, como diz Ruth Rocha, se não com a leitura? E leia de novo essas frases. Tudo isso não é fundamental na formação de um ser sexual?

 

Crédito da foto: Pinterest

 

Tenho uma comichão em dizer que pessoas de esquerda transam melhor que as de direita. Mas seriam palavras irresponsáveis. “O único cara de direita com quem transei foi incrível”, diz uma amiga, depois de me acusar de estereotipar. “Você é cheirosinha e até se depila!”, zoa meu namorado, destruindo preconceitos em relação às minhas tendências eletivas. E a colega Dolores revela: “O cara de centro com quem venho trepando é a melhor coisa que já experimentei.”

Então, vamos combinar, quando o assunto é sexo, vamos focar nos movimentos de esquerda e direita dos quadris  — com o bônus de progresso e retrocesso dos genitais.

 

 

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No dia da eleição, por favor, transe https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/10/05/no-dia-da-eleicao-por-favor-transe/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/10/05/no-dia-da-eleicao-por-favor-transe/#respond Fri, 05 Oct 2018 17:42:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2491 Por Dolores

Aconteça o que acontecer neste domingo, transe. Não importa quais botões você escolheu apertar na urna, quais combinações achou ideais: transe. Se é fã do candidato A, B ou C (do D também, até mesmo do F está valendo), enfim, não importa, o que é realmente fundamental é que você faça o quê? Transe.

Crédito da foto: Divulgação/TSE

Porque, em tempos frenéticos, seja com desfecho de vitória ou derrota, há algo de que se esquece e, no fim das contas, é a única coisa que salva e alivia a mente do caos democrático monotemático. O sexo distrai, constrói, dá esperança, alivia. Gozar lava a alma, molha tudo, muda o foco.

Aproveite a volta da seção eleitoral, já vá tirando tudo antes mesmo de fechar a porta de casa, arranque sapatos, a calça, desabotoe o sutiã dela, vá lambendo a orelha bem lá dentro, mordendo de leve a nuca, largue o título no chão mesmo, ajoelhe, enfie o moço todo na boca, engula a menina, chafurde entre as nádegas do seu eleitor favorito e chupe tudo até não sobrar uma gota.

Esqueça, por uns bons momentos – nada de rapidinha hoje, que dia de eleição exige afinco  – que amanhã o país já amanhece diferente, que o futuro pode ou não existir, que a segunda-feira talvez tenha sol ou trevas profundas, e mergulhe nos cabelos todos do ser amado, enfiando a cara com dedicação entre os pentelhos todos com a ideia de esquecer do mundo.

Aspire os cheiros. Aja feito um animal movido a eles. De que importa qual dezena veio antes do “confirma” quando todo aquele oásis se apresenta deitado no seu colchão? Um corpo oferecido e aberto, suando em sintonia, vazando mel por todos os cantos, empesteando o ar de perfume de dobras e mucosas? Capriche, manobre, endureça o máximo que pode.

E, aconteça o que acontecer, transe. Coma com força e carinho, sente na cara de quem adora, rebole, empurre. Vamos desaprender um pouco das funções de sobrevivência, e focar na saciedade hedonista de quem não faz ideia do que vai estar do lado de fora da janela ao abri-la no dia seguinte. Sobretudo porque vai que o universo acaba? Ao menos há a certeza de que chegaremos deliciados ao buraco negro do fim do mundo.

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O orgasmo da mulher depende necessariamente do clitóris? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/03/15/o-orgasmo-da-mulher-depende-necessariamente-do-clitoris/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/03/15/o-orgasmo-da-mulher-depende-necessariamente-do-clitoris/#respond Thu, 15 Mar 2018 17:36:32 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2331 “Ando com dificuldade de gozar. Nunca fui do time das rapidinhas, mas de umas duas semanas para cá, o orgasmo anda demorado e, muitas vezes, precisa de uma mão – além da penetração — para acontecer.

Não entenda mal, a transa anda boa como sempre. Delícia mesmo, curto cada segundo. Mas o clímax não chega, começo a ficar ansiosa, me preocupo com o cansaço que ele possa estar sentindo, e a situação só piora.”

 

orgasmo
Crédito da foto: suckmypixxxel.tumblr.com

 

O que relata Milena, mulher heterossexual, de 41 anos, atualmente em uma relação estável, é estatístico: mulheres comprometidas atingem orgasmo em 86% das relações sexuais, enquanto os homens gozam 95% das vezes. Para aquelas que fazem sexo casual, o clímax só acontece 39% das transas. Esses dados fazem parte de uma grande pesquisa sobre as práticas sexuais dos norte-americanos, realizada na última década. As garotas afirmam que o gozo é mais fácil e frequente por meio da masturbação ou do sexo oral. O fato é que existe uma disparidade orgástica: para cada três orgasmos dos homens, as mulheres têm um.

A diferença tornar-se menor entre homossexuais e bissexuais: 89% para homens gays, 88% para homens bissexuais, 86% para mulheres lésbicas e 66% para mulheres bissexuais, durante as interações sexuais.

Quando examinamos mais de perto o que pode explicar a lacuna do orgasmo, vemos que a penetração vaginal, talvez, não seja suficiente para o orgasmo, já que as lésbicas, que, em geral, se apoiam menos nessa prática, têm melhores índices de prazer do que as heterossexuais.

A questão atualmente estudada é: existem estruturas sensoriais internas na vagina que poderiam levar ao orgasmo ou a estimulação externa do clitóris é sempre necessária?

O debate do orgasmo clitorial x vaginal esbarra na psicanálise, na teoria evolutiva, na teoria política feminista, na fisiologia e na neurociência. Ufa!

E é fato que a ciência tem uma ideia do que seja esse estado de êxtase sexual, mas ainda não tem ideia de como se “chega lá”. Os orgasmos são um dos poucos fenômenos que ocorrem como resultado de uma interação altamente complexa de vários sistemas fisiológicos e psicológicos de uma só vez. Embora possa haver razões evolutivas para os homens serem mais propensos ao orgasmo durante o sexo, parte do problema reside no que acontece no quarto.

Segundo pesquisadores da Universidade de Concordia, do Canadá, o potencial orgástico da mulher inclui sim o clitóris, mas também o colo do útero, o ponto G e até a estimulação dos mamilos.

Isso reforma o que disse Beverly Whipple, uma das descobridoras do controverso ponto G: “O orgasmo em mulheres está no cérebro, pode ser sentido e estimulado de várias regiões do corpo, bem como a partir de imagens por si só”.

Mas como trazemos isso para a nossa cama,  ao nosso corpo? Quanto mais conhecimento sobre as genitais femininas (especialmente sobre o clitóris), o parceiro tem, maior a probabilidade de a companheira gozar com mais frequência.

São os próprios pesquisadores que lembram: as estatísticas não contam quando se trata de sua própria intimidade. Não podemos criar nem desencadear orgasmos em nossos parceiros. Nós só podemos ajudar a torná-los mais fáceis,  e mais agradáveis para eles. Habilidade sexual e capacidade de satisfação crescem com a prática, e a diversão do sexo não está no topo da montanha, está na subida até lá.

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45 minutos de preliminares https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/09/19/45-minutos-de-preliminares/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/09/19/45-minutos-de-preliminares/#respond Tue, 19 Sep 2017 20:04:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2161 “Na semana passada, começo de bafo quente na capital paulista, fomos a um canto (ainda) remoto de Pinheiros – com uma vibe gostosa de praia – pra comer espetinhos e beber cerveja razoável a R$10 (coisa rara, coisa difícil de achar por aqueles lados). Éramos um grupo de amigas: duas em um relacionamento heterossexual estável, uma bissexual sem rumo certo, duas lésbicas. Papo vai, papo vem, até que começamos a relatar, uma a uma, as experiências bizarras, divertidas, loucas, maravilhosas. Um pouco nessa ordem.

Samara começou. ‘Gente, sério, infelizmente meu único beijo com uma mulher foi horrível.’ A brincadeira se dava em tentar descobrir quem era a interlocutora do beijo, já que era conhecida do grupo de amigas. ‘A língua dela era dura, agitada demais, num ritmo muito estável, não tinha dinâmica, foi estranho.’ Decidiram que ela beijaria, ali mesmo, Luana, a bissexual sem rumo. ‘Vem cá, Samara. A gente tira isso a limpo agora. Onde já se viu seu único beijo lésbico não ter sido menos que incrível?’ Já tinham tomado umas seis garrafas de Serra Malte aquelas duas, enquanto a outra metade da mesa bebericava Stella Artois. A cerveja mais encorpada deu o efeito desejado: se beijaram. Luana, aposto, fez o serviço completo, porque Samara, um tanto enebriada, acabou confessando que batia umas siriricas pensando nela. Quem viu tudo de camarote, ali, entre espetos e potinhos de vinagrete e farofa, ficou rindo pra esconder o tesão revelado pela umidade em excesso na calcinha, dando gritinhos de torcida, meio bobas, meio envergonhadas.

 

lésbicas
Crédito da foto Pinterest

 

Na vez da Danuza, a contação de histórias foi elevada a outro patamar: ‘Uma vez, namorei uma garota que era hétero. Aliás, ela foi a única das minhas ex-namoradas que, um, era hétero, dois, que não se manteve minha amiga – acho que tem a ver com a cultura da possessividade, tão forte entre heterossexuais. Trabalhamos juntas em uma grande empresa e eu não tinha a menor ideia de quem era o quê. Imagine, ambiente corporativo, anos 2008, pouca gente fora do armário. E gay-radar, pra mim, não funciona muito. Na festa da firma de fim de ano, ficamos. Bêbadas, claro. Porque festa de firma só se sai da linha com muita bebida – e olhe lá. Acabamos tendo um affair que durou dois anos. Ela não tinha coragem de deixar o marido, dizia que gostava do cara, que tinham boas transas, que ele era tranquilo. Aquela coisa morna, cujos casais héteros suportam por anos e, talvez toda uma vida. Mas as única coisa que ela reclamava do cara era: preliminares. O cara não sabia o que era isso, ela dizia. Eu, que nunca tive esse desprazer, só sabia do que preliminares significava no meu mundo. E as preliminares eram, são e sempre serão um ingrediente absolutamente básico e necessário e parte e integrante de uma transa lésbica.’

Ficamos com a respiração suspensa. Cada uma com sua mente vagando e pensando em todas as preliminares e, pior, as não-preliminares que tivemos até ali. Danuza nos conduziu a caminhos explícitos e implícitos. Falou em linguagem erótica e, mais adiante, pornográfica. Nos levou até onde nossa mente poderia nos proporcionar experimentos de sexo grupal telepático à mesa daquele bar ornado com luzinhas com a mesa já transformada em cemitério de espeto. Dávamos gritinhos, como adolescentes no cio. Falamos daquela cena de 7 minutos de sexo lésbico em Azul É a Cor Mais Quente.

‘Não existia ainda o Whatsapp pra gente mandar nudes ou imagens picantes. E mandar fotos pelo e-mail era impensável. O que a gente vasculhava eram páginas eróticas, com compilações maravilhosas de posições de sexo lésbico. Cada uma indicava a sua url preferida e a gente ficava horas na frente do computador, em plena terça-feira pós-expediente lá em casa, navegando. Eu fazia uma pausa, ia até a bancada da minha cozinha americana, fritava uns rolinhos-primavera comprados na Liberdade, abria um vinho branco na temperatura que a geladeirinha tipo adega climatizada mantinha, e ia por trás dela, massageando aquelas costas, começando pela nuca, passando pelas costas, chegando até a lombar. Desabotoava a camisa, tirava a calça dela, massageava aquela bunda perfeita, ao custo de muita drenagem, ornada por um fio-dental da melhor qualidade. Girava aquele corpo pra mim, beijava aquela boca, passava a mão levemente naquela buceta saliente, esbarrava na lingueta interna, haha, lingueta era o nome que eu dava praquele clitóris gigante que eu, particularmente, adorava. O fato de ser enorme me ajudava muito: o prazer que aquela garota tinha só de eu passar por ali, sem muito esforço, era uma coisa louca. Eu ficava excitada só com isso. E seguia. Agora o ar condicionado da minha sala estava ligado. Nada de passar calor ou frio, tudo na temperatura certa. E o som certo também: Patti Smith, PJ Harvey, Jane Gainsbourg, para os momentos mais picantes.’

A gente não se conformava. Eram tantos os detalhes! Era um caminho sem volta. Um caminho para o sexo dos sexos. E quanto tempo durava esse melô até que vocês se penetrassem, a gente perguntou, finalmente.

’45 minutos, marcados no cronômetro.'”

 

 

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De princesa delicada a deusa gótica https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/05/09/de-princesa-delicada-a-deusa-gotica/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/05/09/de-princesa-delicada-a-deusa-gotica/#respond Tue, 09 May 2017 13:41:08 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2045 Uma aula de desconstrução de estereótipos por uma garota corajosa e senhora do seu próprio prazer. Mas sem sisudez, o texto é delícia. Aproveitem.

 

Crédito da foto: suckmypixxxel.tumblr.com

 

“Depois de quase morrer por um problema cardíaco diagnosticado, por acaso, aos 27 anos, resolvi mudar totalmente de vida: aprendi a andar de bicicleta com um “bike-anjo”, não adiei mais em nem um minuto o término de um namoro há muito tempo em estágio terminal, avancei no meu vegetarianismo e me tornei vegana e a convidei pra sair comigo em uma terça-feira depois do trabalho.

Nos conhecemos em um ambiente corporativo, em uma dessas empresas famosas da indústria de alimentos. Assim que minha sexualidade ficou clara pra mim, vivi meus amores adolescentes sem nenhum problema como lésbica. Ela, não. Era apenas cinco anos mais velha que eu, mas vinha de uma família tradicional e conservadora. Na empresa, eu jamais teria imaginado que ela gostava de mulheres. Mas depois de ficar entre a vida e a morte, isso também não importava: larguei mão de ficar tentando adivinhar a sexualidade das pessoas e resolvi me arriscar mais. O que eu teria a perder?

Na melhor das hipóteses, eu teria uma nova amiga.

Passamos a noite inteira conversando. Eu olhava profundamente em seus olhos; ela desviava, envergonhada, e assim eu conseguia apreciar ainda mais aquele perfil, nariz empinado, maças salientes. Eu procurava nela qualquer sinal a que estava condicionada dentro da minha sapaland, e foi com ela que aprendi que:

1) Somos todos parte da criação de estereótipos, e isso não é exclusividade da heterolândia conservadora;

2) Eu não preciso ser uma butch ou ~caminhoneira~ pra gostar de mulheres lésbicas ultradelicadas;

3) Uma mulher que gosta de mulheres também pode gostar de homens, e isso não é da conta de ninguém;

4) Uma mulher delicadíssima pode ser passiva, mas também pode ser ativa – assim como ela foi comigo quando resolvemos ir pra um motel, me arrepio só de lembrar.

Já no quarto, resolvemos tomar banho juntas, acariciar nossas depilações de mesmo desenho, o que gerou certa descontração e início de um papo-cabeça desnecessário para o momento. “Essas depilações vão acabar com a saúde das nossas chanas”, ela soltou, arrancando de mim uma gargalhada nervosa. Madura e segura de si, naquele momento ela me encarou olho no olho, chegando mais perto, enquanto a gente conseguia sentir a respiração uma da outra. Suas mãos já estavam bem-posicionadas, afofando minha bunda pequena, enquanto seus dedos da mão direita encontravam um ambiente quente e úmido da minha excitação vaginal. Aquela deusa agora parecia uma mulher gótica, com o rímel escorrendo pelas suas maçãs, transformando-a em uma vampira que telepaticamente entendeu que beijar meu pescoço me levaria às alturas. Só saímos daquele chuveiro quando nossas peles, já enrugadas, pediam um ambiente seco e sem vapor. Caímos no sono com a mais entediante pornotevê ligada, a indústria que pouco ou nada sabe do erotismo que faz gozar.”

Hétero, homo, bi, o escambau…conte sua história para carmenfaladesexo@gmail.com

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Quantos carimbos tem o seu passaporte sexual? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/04/03/quantos-carimbos-tem-o-seu-passaporte-sexual/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/04/03/quantos-carimbos-tem-o-seu-passaporte-sexual/#respond Mon, 03 Apr 2017 17:15:22 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2014 Ler a continuação do relato da “volta ao mundo em 20 paus” do Fernando é equivalente a sentar numa mesa de bar com ele e deixar-se levar pelos estereótipos sem julgamento, rir, ficar com vontade de pegar o primeiro avião e se jogar em uma aventura sexual bem longe de casa.

“Passados mais de dois anos vivendo no exterior, posso dizer que experimentei, no mínimo, 20 nacionalidades. Ao que me lembro, provei: alemão, americano, argentino, colombiano, cubano, escocês, espanhol, filipino, francês, grego, húngaro, inglês, israelense, italiano, jordaniano, letão, libanês, maltês, polonês, sérvio, sírio e turco. Ufa!

Se você já ouviu falar da boa pegada dos italianos, saiba que é verdade. Esses estão no topo da minha lista. Eles adoram brasileiros e vice-versa porque são os que mais se aproximam da nossa latinidade, até mais que os espanhóis. Mesmo que você não entenda, ouvir o italiano sussurrando no seu ouvido enquanto você aprecia um belo dum cazzo é uma experiência que supera qualquer iguaria culinária italiana. Em uma viagem a Roma, cheguei a receber mais de 100 mensagens em um período de duas horas. Não tô brincando, não.

Alemães também são incríveis, mas os melhores mesmo estão em Berlim, que está simplesmente abarrotada de gays. Mas ali a pegada é hard, BEM hard. Eu amo pornografia, e sempre assisti a filmes pornôs vindos de lá e ficava fascinado com a liberdade sexual e a perversão sem limites que eles têm. Em Berlim é você que impõe os limites, senão vai longe. E ali posso dizer que provei de tudo, exceto aquilo que realmente não era para mim. Alemães adoram couro, vinil, S&M e fist fucking, que via muito nos filmes. Essa foi a experiência mais surreal que tive. Ninguém colocou uma mão inteira em mim (não teria tanta flexibilidade, nem se fizesse anos de ioga), mas minha mão foi a fundo num alemão que urrava de prazer. Para mim, nada demais, apenas uma experiência extra. E foram diversas outras: sexo no meio da pista de dança, sexo com dildos, grupos, com os pés (sim, com os pés é possível fazer algumas coisas), enfim, foram tantas que quando surgia um convencional até achava estranho.

Escoceses são surpreendentes também, e é incrível ver como eles conseguem manter uma boa atividade sexual mesmo depois de litros de álcool (como bebem!), e são melhores que os vizinhos ingleses, ao meu ver. No entanto, não são muito atraentes para mim. Eu já fui do perfil que gostava de gringos loirinhos e branquinhos, mas foi só mudar para a Europa que percebi que meu gosto é muito mais amplo e meu tesão mesmo está nos homens do Mediterrâneo e nos do Oriente Médio. Não há nada mais sexy para mim do que um homem de cabelos escuros, sobrancelhas grossas, cara quadrada, pele bronzeada… E os gregos saem à frente. Li recentemente que a Grécia é o país mais sexualmente ativo em todo o mundo. Conheci alguns, e tive o prazer de provar uma iguaria rara: um grego ruivo. Quando ele me disse que era de lá, não pude acreditar, pois para mim era alemão ou britânico, mas a pegada grega é espetacular. Porém, o beijo grego não é a especialidade deles: quem manda bem nisso são os franceses. A pegada francesa não é tão boa quanto a italiana ou a grega, mas eles sabem ser tão perversos quanto os alemães. E sentem muito tesão no cu, pois a maioria quer ficar de quatro para levar uma linguada. E se quer pegar um francês com pegada MESMO, procure um do sul. Pelo menos as minhas melhores experiências foram de abaixo de Paris.

 

Crédito da foto eroticmalephotography.tumblr.com

 

E já que falei do Oriente Médio… E os árabes? Pois bem. Esses são um dos que mais me atraem fisicamente. Confesso que também gosto de assistir filmes com temática árabe. Uma coisa que eu não sei se é mito ou foi só uma experiência minha é que o tamanho do pau dos árabes – não é aquilo que eu imaginava. Estive com um libanês delicioso e com uma pegada incrível, mas o tamanho do pau era médio. O mesmo com os jordanianos que conheci. Em relação aos árabes, é 8 ou 80: são excelente ou muito ruins. Um dos jordanianos era muito ruim, coitadinho, ele ficava com a boca aberta fazendo círculos com a língua, e nem um boquete direito ele fazia. Claro que dei uma reviravolta que assustou o moço de tal forma que ele nunca mais respondeu as minhas mensagens.

Já os turcos… O último que conheci foi um de 1,92m  de altura, que também não era bom de beijo, mas quem se importa quando se tem um turkish delight de quase dois metros na sua cama, tão grande que nem cabia inteiro nela? Por mais que a Turquia seja conservadora com a homossexualidade, os gays de Istambul, pelo menos, conseguem se divertir. E o pau turco é maior que o libanês ou jordaniano.

Já o sírio foi uma grande surpresa. Ele tinha uma certa dificuldade em se expressar no inglês e era meio relutante em trocar fotos (sem um número mínimo de fotos não rola), mas ele acabou cedendo e mandou algumas. Uau. Lindo. Chegou muito desconfiado e não sabia o que fazer, e eu aos poucos fui desinibindo a pessoa até que, de repente, eclodiu um furacão sexual árabe, com direito a posições das mais diversas. Quem diria.

Ainda quero aproveitar mais. Tenho planos de usar o Grindr quando fizer um passeio pela Escandinávia, para usufruir daqueles loiraços lindos e grandes. Ouvi dizer que os suecos são sucesso no tamanho do pau. E por falar em tamanho, eu me surpreendi com um mocinho da Letônia que encontrei poucas vezes. Além de grande, tinha um pau cinematográfico. Até pedi uma foto e guardei de recordação. Pena que nunca mais o vi.

Pensando em todas essas experiências geográficas que estou tendo, fica difícil querer voltar para o Brasil… Eu adoro a pegada brasileira, principalmente dos cariocas, mas uma vida sexual multiétnica ainda é muito mais divertida e interessante. São rostos, corpos, gostos e membros diferentes, e cada um com o seu jeito peculiar de ser, de fazer e sentir. Quer pegada boa? Procure um italiano. Quer perversão? Busque um alemão ou francês. O convencional? Escolha um de Malta (onde moro atualmente). O importante é experimentar. E eu farei isso o máximo que puder, pois ainda quero experimentar a África e mais das arábias.”

Quero continuar viajando, mais alguém pra contar uma aventura internacional pra carmenfaladesexo@gmail.com?

 

 

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A jornada do prazer gay através das décadas https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/03/29/a-jornada-do-prazer-gay-atraves-das-decadas/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/03/29/a-jornada-do-prazer-gay-atraves-das-decadas/#respond Wed, 29 Mar 2017 19:07:36 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2011 “O mundo gay sempre esteve à frente no quesito ‘caça’. Muito antes de a tecnologia despontar como um instrumento essencial em busca de prazer e diversão, gays sempre deram um jeito buscar o outro por diversos meios. Lembro que, durante a minha adolescência, nas minhas descobertas, eu me arrisquei a ir a uma banca de jornal no centro de São Paulo (porque no bairro não podia e não tinha) e comprei uma revista, digamos, ‘temática’. E eis que lá estavam ou os anúncios com descrições e fotos ora comportadas ora picantes, ou até mesmo um tipo de classificados para os mais discretos, com um endereço de caixa postal para troca de cartas, fotos ou até mesmo para organizar um encontro.

E eu, com apenas 14 anos, corri o risco e mandei algumas cartas para alguns dos anúncios, mas é claro que não conheci ninguém – muitos não respondiam, e aqueles que respondiam me alertavam a não fazer isso, pois eu era uma criança e isso podia ser um risco para a outra pessoa ser acusada de pedofilia. Enfim, aventuras e descobertas.

Alguns anos depois, eis que surge um tal de Disque Amizade. Bastava discar um número de três dígitos para falar com todas as pessoas possíveis, e eis que no meio dessa fauna havia alguns gays perdidos. E foi aí que surgiu o meu primeiro encontro. Um desastre, claro, afinal eu tinha experiência zero e o cara não era nada daquilo que havia descrito.

Em seguida, veio o boom do cruising: o bate-papo, esse sim uma mão na roda, não somente um, mas vários saltos à frente na pegação. O bate-papo reinou no final dos anos 1990 e foi até meados dos anos 2000. Eram salas e mais salas de machos procurando por coisas diversas, de sessões de sadomasoquismo a um namorado, um boquete a um cinema, um gangbang ou a uma ‘foda amiga’ (aquele que pode ser seu amigo, mas te fode de vez em quando, no bom sentido, claro).

 

Crédito da foto eroticmalephotography.tumblr.com

 

E eis que o universo gay dá a sua tacada de mestre no fim dos anos 2000, mais exatamente em 2009, quando a tecnologia dos smartphones estava a todo vapor, e eis que surge o aplicativo mais revolucionário do mundo em termos de pegação e sexo fácil: Grindr.

Quando soube da eficácia do brinquedinho, logo troquei o meu simplório celular Nokia de poucas habilidades por um iPhone, e que nem era do modelo mais avançado, simplesmente aquele 3GS. O importante era saber que o Grindr funcionava. Assim que o tirei da caixa, instalei prontamente o WhatsApp e o Grindr. E eis que um universo de diversão se abriu ali na palma da minha mão. Eu encontrei a chave para o prazer fácil.

O primeiro foi um vizinho da rua de trás, quando eu ainda morava na zona leste de São Paulo. Meses depois, quando me mudei para a região da Avenida Paulista, eu tinha tantas, mas tantas opções que poderia escolher quem eu quisesse, na hora que eu quisesse, a qualquer momento. Eu podia sair de madrugada às 4 horas da manhã de uma terça-feira para conhecer alguém. Eu poderia transformar o meu domingo modorrento em uma orgia ao ser convidado por um grupinho de folia sexual num apartamento de luz vermelha na Rua Augusta.

E eis que eu fui usando o brinquedinho quando ainda morava em São Paulo, e ligava em qualquer lugar que eu fosse: ABC, zona norte, casa da família na zona leste, reunião de trabalho na Berrini, ou em viagens ocasionais.

Mas o aplicativo me ofereceu uma gama infinita de possibilidades e gostos e prazeres e experiências quando eu saí do Brasil. A diversão ficou globalizada. Morando na Europa, eu tive a chance de ter 5, 10, 15 nacionalidades ali na palma da mão. Era como estar em uma daquelas feiras gastronômicas ou wine tasting, em que você saboreia cada prato e pode comparar um com o outro.

É melhor que o Brasil? Sim, embora eu sinta falta da pegada brasileira de vez em quando. Mas as experiências sexuais multinacionais me proporcionaram prazeres diversos que no Brasil a gente não encontra, a não ser que você ache um gringo perdido por ali e, mesmo assim, vai ser um momento único e pronto, depois volta-se à realidade.

Aguarde a continuação, Carmen, vou contar sobre as 20 estampas o meu passaporte sexual já tem ;-).”

 

Faça como o Fernando, conte suas experiências picantes para a amiga carmenfaladesexo@gmail.com

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Um batom roxo no início do outono https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/03/20/um-batom-roxo-no-inicio-do-outono/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/03/20/um-batom-roxo-no-inicio-do-outono/#respond Mon, 20 Mar 2017 21:09:28 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2002 Cada vez me mais tenho recebido relatos sem rótulos. Não importa quem – na história, na vida – é hétero, homo, trans, o que quiser. Sejamos felizes como turma aí abaixo!

“Era uma tarde de início de outono. Nos conhecemos em uma festa na casa de uma amiga em comum. Cada um trouxe o que queria beber e nossa amiga ofereceu uns salgadinhos. No som – um notebook ligado a umas caixinhas de som podres –, a gente se revezava em batalha de DJ de YouTube. Era cada som absurdo que ficava impossível a galera ficar parada na pista improvisada no quintal dos fundos.

Eu a notei enquanto tocava “O Meu Sangue Ferve Por Você”, do Sidney Magal. Entre gargalhadas, vozes cantando em coro e rebolados, ela se destacou pelos gestos incrivelmente sedutores pra uma música tão exagerada. Percebi na hora aquela boca de batom roxo intenso, um pigmento que deixava aquela pele preta com um glow ainda maior. Aquela boca… eu precisava beijar aquela boca. Era só isso que eu pensava. Já tinha ficado com outras garotas. Mas o que estava pra acontecer ali eu não podia imaginar.

O som mudou pra outra música trash e quando olho de novo em direção a ela, um cara a estava comendo pela boca: eu conseguia ver até a língua dele se atracando com a dela. O maior tesão, não posso negar, mas ali minhas esperanças se foram, ela era hétero!, pensei. Enquanto esse pensamento me ocorria, mudei de lugar e continuei dançando. Eu me balançava ao refrão “Ella ella/ eh eh eh/ Under my umbrella”, na voz de Rihanna, quando me vi em um sanduíche entre a garota do batom delícia e o cara.

Todo mundo já muito alegre, solto, e eles começaram a se engraçar pra cima de mim. Eu só tinha olhos pra ela, mas se ele vinha de brinde eu tava de boas. Ele estava por trás, começou a passar as mãos pelos meus ombros, depois pela minha cintura e ali ficou, me massageando com aquele vai e vem dos corpos, encaixando a pélvis dele na minha bunda, eu já sentindo a ponta do pau dele. Fiquei muito excitada. “Ella ella/ eh eh eh/Under my umbrella”, e ele batendo de leve na porta do meu cu, ali, dançante, no ritmo daquele pop meio R&B.

 

Crédito da foto suckmypixxxel.tumblr.com

 

Toda essa levada e ela ficou ali. Primeiro atrás dele – era mais um trenzinho do que um sanduíche, na real. Enquanto ela beijava o pescoço dele, ele fazia aqueles movimentos em onda. Até que. “Ella ella”. Finalmente ela. Senti umas mãos delicadas pelo meu corpo. Não eram as do cara, aquela pegada era diferente. Um arrepio me veio pela espinha. Eu já tava toda molhada de tesão. Ela foi esticando os braços e se movendo entre nossos corpos, o do cara e, depois, até o meu. Olhou nos meus olhos profundamente. Beijou meu pescoço. Ficou bem perto de mim, olho no olho, nariz com nariz. E encostou aqueles lábios nos meus. Suaves. Profundos. Suaves. Profundos. Minha língua na língua dela, no céu-da-boca dela. Eu já não me via naquele quintal, naquela festa, eu só queria saber daquele momento.

Sanduíche cada vez mais apertado, agora sim, ele por trás, ela pela frente. As mãos daquela menina por toda a parte, firmes, que pegada! Meus peitos eram acariciados, beijados, ela afastava um tanto do meu top pra tentar alcançar meus mamilos. Mamilos livres!, como eu queria. Sua outra mão resolveu alcançar minha xota, molhadíssima, pronta pra receber aqueles dedos todos.

Terminamos a noite em um dos quartos da nossa amiga. Primeiro, os três. Eu vinha de uma fase na sapaland e não esperava ficar tão à vontade – tão tesuda – com um cara. Mas o contexto ajudava muito. Ele em cima de mim, ela do meu lado. A embriaguez na medida certa. O tesão nas alturas. Nunca mais reclamei da frente fria.”

Quero ler (e publicar!) sua história sexy! Escreva para carmenfaladesexo@gmail.com

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