X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 A sua sorte https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/18/a-sua-sorte/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/18/a-sua-sorte/#respond Thu, 18 Jun 2020 21:38:57 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2960 Por Dolores

A sua sorte é que eu não tenho um pau.

Eu te encurralava, te dominava, te violava no chão igual à música do Chico, se eu tivesse um pau e fosse você do meu lado, igual é hoje em dia, mas quem tem o pau é você.

Eu não ia te deixar em paz. Você não ia ter sossego. Seu dia ia começar bem cedo, na verdade não era nem dia ainda, porque antes do nascer do sol eu já ia me embrenhar pra perto do seu corpo deitado na cama, subir a palma da mão da coxa pra bunda, e, segurando cada banda prum lado, ia me roçar pra você me sentir crescer comigo já lá dentro.

Sorte sua, eu não ter o que bem podia. Não adiantava reclamar, dizer que precisa dormir, que amanhã tem que acordar cedo. E, quando acordasse de verdade, era o meu pau, e não mais o seu, que íamos adorar feito imagem de ídolo, duro e imponente, respeitável em todo o seu ineditismo.

Não que a gente fosse se surpreender com o fato de que, azar o seu, agora eu tinha um pau e queria aproveitá-lo direito. Ia se normalizar, o novo membro, mas não sem que antes, de novo, igual à música, eu não te desse perdão.

Abaixa pra pegar coisa no chão, na última gaveta, pra amarrar sapato, pra você ver o que te acontece. Ajoelha na minha frente. Se eu tivesse um pau – e é sorte sua que eu não tenha – era em você que eu testava as descobertas, sensação por sensação, novidade por novidade.

Corpo De Mulher Sexy E Atlético Na Cueca Branca. Fotos, Retratos ...

E eu te acho tão gostoso, tão apetitoso, que, se eu tivesse um pau (azar o seu), esfregava em você inteiro. Não ia haver trégua. Não tinha momento certo. Toda hora era hora de eu ver o que de tão bom parece ser ter um pau e poder encaixá-lo em frestas, molhá-lo em poças.

E, de tanto pensar que ter um pau era sua desgraça, de ter certeza do seu desgosto e asco, quase me perco no devaneio e me esqueço do quanto eu penso, às vezes, que pode ser que sem um pau eu não viva (azar o meu), e que calha de ser o seu a que eu tanto adoro feito imagem de ídolo.

Duro e imponente, ainda que em sua frequência morna do cotidiano, agradeço aos céus que você queira aproveitá-lo direito. Que não me dê perdão. Nem me conceda paz. E, agora de memória fresca e já quase molhada, sei que não havia como não ser sorte se eu pudesse também fazer a você as maravilhas que você faz comigo.

A minha sorte é que você tem tudo de que eu preciso.

 

 

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Cada um com seu babado (de lingerie) https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2015/10/25/cada-um-com-seu-babado-de-lingerie/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2015/10/25/cada-um-com-seu-babado-de-lingerie/#respond Sun, 25 Oct 2015 16:31:14 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=1475 Por Rebeca

 

 

Existem vários graus de preconceito e uma pessoa que se sinta muito liberal em relação a algumas “regras” pode, algumas vezes, torcer o nariz ou se chocar com outras, de acordo com seus valores, como foi criada, o meio em que vive. É como o cara que um dia se despiu de preconceito e resolveu deixar a parceira enfiar o dedo no seu cu. Um dos nossos leitores contou essa história (maravilhosa, por sinal) aqui no blog. Alguns desses homens que deixam a parceira brincar naquela área podem já ter achado isso o grau máximo de liberação e não topam, por exemplo, um ménage com dois homens e uma mulher.

 

 

Isso tudo para perguntar: como você, homem, hétero ou gay, encararia lingerie para homens? Sim, lingerie com fio dental, espartilhos e babados, iguais às nossas. Entre todos esses graus de preconceito que temos, eu me peguei pensando em dois grupos, dentre os mais diversos possíveis: 1) O cara é hétero, machista e tem vergonha de se aventurar com a parceira com medo de perder o “respeito”. Então, cu nem pensar. “Eu como o seu, mas você nem chega perto do meu”; 2) O cara é hétero também, já topa dedo e objetos no cu com a parceira, mas colocar lingerie? “Peraê, tá achando que eu sou mulher”.

 

 

Eu tentei me colocar dentro da cabeça de vários tipos de homem ao ler a notícia de que marcas estão fazendo lingerie para eles. Uma delas, a australiana HommeMystere, foi até notícia na imprensa britânica. A reportagem, de maio deste ano, diz que uma pesquisa com consumidores da marca mostrou que 90% deles eram heterossexuais. Outra empresa é a HS Men’s, com sede em Minas Gerais, e soubemos dela por um e-mail que chegou na caixa de entrada do nosso e-mail. E a terceira é a britânica Mensline, mais discreta, sem opções de sutiã. Mas todas vendem lingerie “feminina” com design para eles: pano sobrando na frente para segurar o pau. Comentei com dois amigos sobre a novidade, um com quem transo frequentemente e outro não, e ambos ficaram chocados. São homens liberais, por assim dizer. Mas é aquela velha história: pô, aceito até dedo no cu, lingerie é um pouco demais.

 

 

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HommeMystere/Divulgação

 

 

Afinal, o que é um pouco demais? Eu não curti o lance da lingerie, e explico mais abaixo os meus motivos. Mas isso não pode distorcer a minha abertura de cabeça. E se o cara está a fim de usar com a/o parceira/o (e ela topa), qual o problema? Isso faz dele menos homem? Quantas fantasias malucas temos na nossa cabeça… Por que uma mulher colocar um terno, brincar de chefe da relação e mandar no cara não significa que ela seja “gay”, “machão” ou sei lá o quê, e um homem colocar uma cueca diferente sim? Isso não quer dizer que o cara vai virar transgênero e se vestir de mulher em público (mesmo que depois ele queira fazer isso). Nem significa que vai deixar de gostar de mulher (mesmo que depois, por outras razões, deixe)…

 

 

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Mensline/Divulgação

 

 

Eu, particularmente, não acho muita graça na lingerie masculina porque prefiro uma cueca boxer. Simples assim. Adoro a cueca masculina e adoro a ideia de um cara bem masculino me comer. Posso brincar na região anal dele, se isso lhe dá prazer, e não vou achá-lo menos macho por isso. Mas o visual é uma coisa que excita ou brocha muito facilmente. Já escrevi aqui, num post sobre lingerie de mulher, que não tem santo que ajude o pau a subir quando a garota está com uma calcinha de vó daquelas, velha e esgarçada. Ou cheia de bolinhas infantis. Para mim, é a mesma coisa com o homem. Não quero homem de fio dental na minha cama. Mas respeito por demais a mulher que curte o cara que curte essas coisas. Mundo, mundo, vasto mundo…

 

 

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HS Men’s/Divulgação

 

 

Nessas de criatividade além da conta, eu me lembrei de uma história hilária que aconteceu na despedida de solteira de uma amiga. Anos atrás, uma das madrinhas resolveu encomendar um gogo boy para fazer um show particular para a gente. Era a casa da noiva, sem os pais dela, todo mundo morrendo de vergonha de imaginar um gogo boy feio e decadente entrando pela porta e, para esquecer essa cena e tomar coragem para o que viria, a gente entornava toda a vodca que via pela frente. Quando o cara chegou e interfonou, o porteiro disse do lado de lá: “Senhorita Fulana, o rapaz da companhia de internet”. E o cara, para despistar, chegou com o uniforme daquela companhia famosa, todo azulzinho, com uma maleta de “cabos e ferramentas”.

 

 

Chegou mudo, não falou uma palavra, abriu um sorriso malicioso, as meninas ainda estavam falando alto, não tinham entendido que o show havia começado desde que ele tinha entrado pela porta. Ele abaixou no chão, abriu a maleta, as meninas foram fazendo silêncio, daí ele separou um chicote, uma corda, umas outras coisas… Ainda no chão, ligou a caixa do iPod e colocou para tocar uma versão longa de “Sexual Healing”, de uns 15 minutos. Levantou-se e começou a rebolar, de forma sexy e compassada, ainda mudo, nem tinha falado o nome. Aliás, nome para quê?

 

 

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HommeMystere/Divulgação

 

 

Eis que a música vai se alongando e ele vai tirando a camisa, os sapatos, peitoral maravilhoso, com ondinhas nos músculos treinados na academia, mas sem exageros. Era alto, tinha uns 1,90, e a calça apertada revelava um volume gigantesco. Até pensei que era aquelas brincadeiras de criança de colocar uma bola de meia no meio da cueca, hahaha, estávamos bêbadas. Eis que ele dá uma rebolada, se volta de costas para a gente e abaixa a calça. Vemos uma tanga minúscula, enfiada no cu, laranja. Ele se vira rapidamente de frente, a tanga parece minúscula ali também, pano apenas suficiente para segurar o pau e as bolas, que quase saem do invólucro.

 

 

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HS Men’s/Dvulgação

 

 

Na hora, me vem à cabeça Fernando Gabeira com sua tanga de crochê lilás na década de 1980 na praia de Ipanema. E me lembro de Borat, aquele comediante ridículo que se mostrou para o mundo com uma tanga fio dental-suspensório verde-limão. Gente do céu, que visão dos infernos! Nesse momento, eu desato a rir, primeiro baixinho, sem respirar de tanto que queria rir. Quando finalmente peguei fôlego, eu já estava gargalhando. Amigas bêbadas se contagiaram com aquilo e riam muito também.

 

 

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HommeMystere/Divulgação

 

 

O resultado foi ridículo: o moço ficou um pouco constrangido, a minha amiga noiva (que já não estava topando demais essa história de gogo boy) ficou mais constrangida ainda e pediu para ele ir embora… A gente riu (e bebeu) até o amanhecer. E rimos até hoje quando tentamos explicar pro marido da nossa amiga que aquela noite foi um fiasco. Ele não acredita, claro.

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