“Cara de quem sabe fazer”
Por Carmen
É curioso pensar o quanto a gente julga o sexo (e tudo) pela aparência das coisas. Eu, você, todo mundo. Ou na verdade, o que sempre está em jogo acaba sendo a nossa interpretação – completamente subjetiva – da realidade. Vou apimentar o meu ponto…
Outro dia recebi uma mensagem inbox de um amigo no Instagram. Há meses ele me segue, olha todos os meus Stories (e nem me venha com papo de terapeuta dizendo que isso “só significa” que eu estou na sequência natural de outras publicações…). Tenho certeza absoluta de que não, enfim. Às vezes, ele envia alguma dessas reações padronizadas. Algumas outras, escreve algo como quem quer puxar papo.
(E cabe dizer: ele sabe do meu status de relacionamento; e eu já flagrei, e fiz questão de demonstrar, a condição amorosa dele. Comprometido.
Pois bem. Na nossa mais recente interação, contei dessa minha história virtual para meu melhor amigo. “Quero ver fotos”, ele pediu. Eu prontamente providenciei. A avaliação chegou sem rodeios: “E ele tem cara de quem sabe fazer…”. A frase não saiu da minha cabeça.
Uma noite, decidi me masturbar. Estava sozinha em casa e com pouca inspiração. Aí, lembrei da avaliação um tanto incentivadora do meu amigo, e por que não espiar as fotos na “timeline” do contatinho platônico? Alto, corpo de quem faz esporte uma vida inteira, pele morena de sol. Um tanto sério.
Minha excitação foi aumentando. E ver (sem querer) uma foto da “namorida” dele, linda aliás, me deixou ainda mais molhada. Gozei suave com o dedo indicador esfregando meu clitóris – e algumas gotinhas de um lubrificante maravilhoso à base de silicone. Depois de um banho, deitei para dormir. E aí começou um sonho de trepada de fato…
Estávamos os dois em um quarto de hotel, desses bem luxuosos com ares da Bahia. Ele, com a toalha de banho amarrada na cintura. Eu, nua entre os lençóis. Ele se aproxima, olha dentro dos meus olhos, me beija de leve para que eu peça mais. Os lábios molhados descem pelo meu corpo, cada instante em um lugar, enquanto ele puxa a roupa de cama e me deixa exposta. Assim, ele pede que eu abra as pernas para ele poder me olhar. Eu obedeço, encantada com aquele olhar penetrante (sim este é o sinônimo-clichê mais adequado nesta cena do meu sonho…).
De repente, sinto a textura de sua língua na minha virilha, logo passeando pelos meus pelos, entrando na minha vagina, tocando a pontinha do melhor lugar do mundo. Não sei o quanto se demora ali, quando vejo o volume imenso quase escapando da toalha – tamanho não é garantia de nada, mas causa uma impressão…
Ele entre em mim fazendo movimentos incríveis. Segurando firme no meu quadril, depois me virando de costas, de lado, sentada sobre ele. Tudo tão intenso, tudo em um lampejo. Tudo com “cara de quem sabe fazer”. E faz. Tão bem que gozo sonhando; e se você é mulher, sabe do que estou dizendo.
Desperto nesse derramamento, um pouco frustrada por me deparar com a imaterialidade do meu desejo. Outra porção maior, feliz.