Enfim, livres?
Por Carmen
Esta semana chegou a minha vez de completar o esquema de imunização contra a covid-19 (claro, ainda preciso de alguns dias até o efeito completo). Confesso que o evento tão aguardado, me fez refletir… Se eu estivesse solteira, seria este o aval que faltava para a vida livre de outrora? Decidi fazer uma pesquisa entre os mais chegados.
“Postei a foto da segunda aplicação, logo recebi um inbox. ‘Agora você pode tomar um vinho comigo…’. Esperei um tempo até responder. ‘Posso’. O frio na barriga veio junto com o botão ‘enviar’. Marcamos no sábado, e passei a semana pensando no encontro. Ele abriu a porta do apartamento sorrindo – quem precisa de subterfúgios agora… O beijo aconteceu ali. Quando percebi, já estávamos sem roupa, no tapete da sala. Nada de performances mirabolantes. Nada de pudor. Éramos vinho, suor, gemidos e lágrimas (de felicidade). Gozei três vezes até meu contatinho parar. Gostei da experiência. Nem tão livre a ponto de sair pra jantar, nem tão presa a ponto de não mais deixar de se encontrar. E trepar… Que delícia!”
“A gente se conheceu em um aplicativo de paquera. Ela separada. Eu sem transar há mais de ano, por conta do risco pela minha condição de saúde. Conversamos, o papo evoluiu. Perguntei se ela toparia ficar uma semana sem sair de casa, e depois, fazer um PCR que eu providenciaria por minha conta (em domicílio). Ela topou. Dias depois, o resultado na minha tela: ‘vai ser feliz’. Pontualmente a campainha tocou. Abri a porta meio sem jeito, devo ter perdido o hábito. Servi um drinque. Papo bom. Ela se senta no meu colo, de repente. No sofá. E começa a me beijar. Mixed feelings entre receber o elogio, ter medo de ainda me contaminar, apesar dos cuidados todos, não saber tanto o que fazer – afinal, nada ali estava tão natural ou espontâneo como antigamente. Transamos assim mesmo. Em um misto de tesão guardado, alguma culpa, e um gozo mais rápido que o habitual. Para compensar, convidei-a para um banho e chupei-a longamente. Espero poder repetir a dose – e comer esta mulher de novo, feliz por estar de volta!”
“Tenho este amigo há uns três anos, ou seja, desde antes da pandemia. Nos conhecemos no trabalho e a coisa evoluiu para encontros esporádicos já com alguma intimidade. Transamos duas vezes durante a quarentena, com aquela adrenalina, ao menos da minha parte; topando o risco em troca de uma foda bem dada. Agora não seria diferente. Mas ele me surpreendeu: ‘Cara, esqueci a camisinha…’. Fiz ele me chupar, primeiro os mamilos, descendo pela barriga até meu pau. Retribuí com o mesmo carinho. Quando ele me implorou para entrar por trás, disse para esperar um minuto. Saí da cama lindo, digno de um nude. Caminhei lentamente até a gaveta do armário e saquei a dita cuja. ‘Está aqui, querido, especialmente pra gente’. Não liguei para o sorriso de surpresa frustrada. Coloquei a camisinha no seu pau delicioso, duro, quente e naturalmente vibratório. Apenas uma função já seria suficiente. Prevenir o que se pode sempre é melhor que remediar.”