Felicidade em dose dupla (a realização!)
Por Carmen
“Meses depois daquela transa, eu estava numa noite de sexo mais básico, quando meu marido cochichou no meu ouvido… ‘Encontrei um cara que topa brincar conosco, acho que você vai gostar dele…’, disse, mordiscando a pontinha da minha orelha. Gozei na mesma hora.
O impacto daquela proposta em mim – agora uma possibilidade real –, me fez ponderar seriamente a respeito. Pesquisei depoimentos de casais abertos à experiência do sexo a três, levei o tema para a terapia, com algum constrangimento. As semanas passavam e a fantasia de dois homens me satisfazendo se tornou um pensamento recorrente, quase obsessivo. Uma noite pedi para ver uma foto do candidato; outra, saber um pouco dele. Um amigo de outro amigo; da época do colégio e das descobertas do meu marido.
A excitação só aumentava, enquanto seguíamos nossa rotina cheia de amor e cumplicidade. Um dia, desabafei: ‘Eu topo. Vamos planejar como e quando…’. Não demorou um mês. Combinamos um final de semana na praia, sem nossa pequena. Alugamos uma casa mais isolada, para ficarmos bem à vontade. Chegamos um dia antes da noite marcada com aquele rapaz. Cuidamos de cada detalhe para preparar o ambiente.
Velas espalhadas pela sala, drinques e finger food, uma trilha sonora no capricho. Lingerie nova para mim, um perfume diferente para meu companheiro. Alinhamos algumas regras. Nenhum deles seria penetrado, a princípio. Eu poderia ser pelos dois. Meu amor perguntou se eu me oporia caso ele se excitasse diante da ideia de interagir com nosso triângulo. Eu aceitei, apesar de alguma estranheza. Estávamos tão felizes e conectados por tudo o que viria.
Nosso acompanhante chegou pontualmente no sábado, ao por do sol. Eu abri a porta impactada pela sua imagem. Um homem alto, forte, de uma voz suave. Meu marido veio com o primeiro drinque, a música ‘Poema’ rolando na caixinha. Na segunda taça já estávamos bem à vontade. Os três confortáveis nos sofás, pés descalços, a brisa suave do mar atravessando as janelas. Não havia necessidade de muita conversa. Tomei a iniciativa, trêmula.
Caminhei até meu marido, desabotoei minha camisa (era de linho, com um shorts bem curtinho), comecei a beijá-lo. Logo senti outro corpo me abraçando e mãos desconhecidas sobre os meus seios. Meu amor colocou o dedo no meu clitóris, de um jeito que só ele sabe fazer – eu me entreguei ali.
Beijos vindos por trás de mim, no meu pescoço, nos seios, em torno da buceta, muitas mãos passeando pelo meu corpo, a textura das línguas por todas as minhas curvas, sem que eu pudesse identifica-las. De repente, estávamos todos nus.
Meu marido entrou primeiro, claro. E quando eu estava no ponto, para minha surpresa, pediu que eu continuasse com o rapaz. Ele me observava segurando o próprio pau. Sorrindo um sorriso que eu ainda não conhecia. Lindo. Não me opus quando se aproximou da gente, olhando nos meus olhos, mas beijando as costas do nosso parceiro.
Eu era penetrada por um desconhecido, em movimentos estrangeiros para mim, ao mesmo tempo em que sentia a excitação dos dois. Achei bonito olhar dois homens másculos e livres, curtindo me oferecer prazer. E quase suplicando para que eu os deixasse improvisar entre eles. A bebida já tinha cumprido sua função. O cenário era incrível. O clima morno, embora uma noite de primavera.
Eles se beijaram. E o tesão deles me fez deixar rolar. Éramos um, éramos três. Mal consigo dizer tudo o que exploramos ali. Éramos tesão, suor e prazer sem contorno. Éramos um casal descobrindo a alegria de desejar o desejo do outro. Uma promessa para dias de sexo quente a dois; e quem sabe, novamente a três. Gozei. Múltiplas vezes. Aos primeiros raios da manhã, adormeci abraçada com o meu amor.”