Status da vacina, a nova etiqueta sexual
Por Carmen
E não é que um aplicativo de relacionamento recém-incorporou um campo para indicar a condição de imunização de seus usuários! Pois um amigo me contou a novidade, e eu já quis saber os detalhes…
Funciona assim: além das informações básicas do perfil, como nome, idade, profissão e altura, os usuários podem incluir o ícone de uma seringa junto da frase “Status da vacina de fulano(a)”. O espaço, reservado logo abaixo da foto do contatinho ainda pode informar quantas doses a pessoa já tomou, e no caso dos ainda não imunizados, se pretendem (ou não) receber a vacina contra a Covid-19. Jogo limpo, papo reto. Novo normal.
Espiei no celular do meu camarada a foto de uma menina linda de 35 anos, com uma faixa cor de rosa e o tal status de “Vacinada”. Ele saiu com ela na noite anterior. O relato nas próximas linhas…
“Fazia algum tempo, não entrava no Inner Circle, talvez pela preguiça de encarar mais uma conversa sem a chance da finalização… Saí pouco durante a pandemia, para não correr o risco de me contaminar novamente – infelicidade do destino. Enfim, entrei sem muita pretensão. E para minha surpresa, me deparo com uma morena linda, peitos fartos, cabelos longos, e um aviso acima de todas as informações secundárias: ‘Vacinada’.
Pausa. Atualizei meu status, corri pro abraço. Mandei mensagem dizendo que ela era a mulher mais linda que vi nos últimos meses. Ela fez algum charme, entretanto, quis saber da minha vacina… Nunca pensei que o tema renderia a cantada ideal! Falamos da vida de agora, trocamos nossas experiências sobre o laboratório dos desejos, a espera, o alívio de estarmos mais protegidos, o susto que tive no início da quarentena – e a minha imunização dupla, ‘pode confiar’.
Ela, uma psicóloga gostosa. Eu, um paciente cheio de tesão. Pulsão de vida, diria Freud. Não demorou 24 horas, confessamos nosso desejo latente de fazer sexo sem medo, sem drama, sem frescura, sem amanhã… Marcamos o encontro no meu apartamento, mais seguro que um lugar público (quem diria), e sem toque de recolher.
Pontualmente, ouvi o dim-dom. Abri a porta, e a visão era ainda mais perfeita que nas fotos. ‘A sorte mudou’, pensei, mirando um casacão sobre o vestidinho de renda. Ofereci um vinho, e mal servi a taça, aquela gata me puxou com vontade, enfiou a língua na minha boca; com um gosto doce de quem sabe o que quer.
Entendi o recado. Tirei o casaco dela, depois a calcinha. Deixei os peitos à mostra e somente as botas sobre aquelas pernas sem fim. Beijei-a com vontade. Mais afoito, mais tranquilo, nos lábios, atrás da orelha, descendo até o pescoço, entre os seios. A doutora abriu as pernas, eu compreendi. Coloquei o pau pra fora e meti ali mesmo (estou duro só de lembrar). Gememos, trocamos todo tipo de fluido, sorrimos, gozamos no sofá; entre vírus, bactérias e anticorpos. E se conselho for bom, te digo: ‘Fura logo teu braço e diz que me ama’…”