Uma transa-manifesto
Por Carmen
“Transei durante a manifestação”, contou um amigo do meu namorado, referindo-se à sua participação especial nos protestos espalhados pelo país no sábado (29). “Hum, me conta?”, pedi aos dois, excitada com a ideia de um ato de amor pró impeachment e vacinação em massa. Eis o relato.
“Combinei de ir à passeata com dois amigos médicos, e portanto, com o privilégio justo de estarem vacinados. Por segurança, eles me orientaram a fazer o teste dois dias antes, além dos protocolos como uso de máscara cirúrgica, face shield, álcool em gel sempre que necessário… Nos encontramos no local combinado na (Avenida) Paulista, mas para a minha surpresa, a dupla estava acompanhada de mais uma amiga – uma dermatologista de 35 anos, cabelos loiros, aparência impecável mesmo com a máscara, seios generosos, e ainda melhor: solteira!
Seguimos a multidão, repletos das nossas mais engajadas intenções por um governo justo e preparado diante desta crise absurda; as pessoas levantavam cartazes e gritavam palavras de ordem de uma forma tão intensa quanto pacífica. Havia uma excitação no ar. Talvez pela sensação de voltar a ocupar as ruas, talvez pelo fim de tarde de céu azul-rosado típico deste outono paulistano – ou da chuva que caiu mais cedo em São Paulo. Era quase noite quando comecei a me dar conta da simpatia da doutora comigo, e então, do sumiço repentino dos meus camaradas.
‘Talvez tenham se perdido de nós’, ela disse. ‘Moro aqui perto, podemos ir até lá tentar falar com eles…’, provocou. Dali em diante, minha noção de tempo entrou num eterno presente. Chegamos no apartamento, ainda ao som do grito de urgência das ruas. Sem cerimônia alguma, ela tirou os sapatos, o jeans, e desabotoou a camisa branca, exibindo uma lingerie de renda cor de vinho no corpo deslumbrante, e a N95 no rosto. ‘Sugiro que faça o mesmo’, disse, explicando que preferia não correr o risco de contaminar a casa.
Seus olhos sorridentes encontraram os meus, um tanto atônitos tamanha a gentileza. ‘Se incomoda de tirarmos as máscaras?’, ela prosseguiu. ‘Estou em dia com as duas doses da vacina e os exames’, fez questão de afirmar, revelando o sorriso mais doce e apimentado que eu sonharia encontrar naquele dia. Aceitei o convite.
Olhos nos olhos, sem rodeios desnecessários, eu me aproximei, coloquei as mãos na cintura fininha, desci até a bunda redonda, enquanto comecei a beijá-la. Pescoço, boca, seios. Ainda sorrindo, ela se sentou sobre o balcão da cozinha, as pernas delicadamente abertas. Meu pau pulsava de tesão quando coloquei a ponta dos dedos por dentro da calcinha molhada. ‘Você é tão linda’, eu repetia baixinho, percebendo o regozijo dela diante do reconhecimento. Um cartão de visitas à beleza extrema e ao prazer.
Abri o sutiã, encostei meu peito nos bicos duríssimos dela. Abaixei junto com a parte de baixo e beijei carinhosamente a buceta deliciosa. Pedi que se deitasse sobre a mesa, e então, fazendo carinho nos cabelos e na boca, enfiei meu pau devagarinho, olhando cada reação dela. Segurei firme no quadril, até trazê-la para perto de mim, sentada. Tudo ali transbordava o mais puro desejo; a boca, a vagina, o clitóris, a pele tão macia e aconchegante.
Não sei se passaram horas ou minutos em nossas descobertas. Então, carreguei-a até o sofá. Estava deitado por baixo dela quando a vi gozar. Não demorou, gozei também, fortíssimo, ainda desacostumado a um manifesto tão perfeito pela paz, saúde e amor. Sorte a minha.”