Sexo nas montanhas (parte 1)
Por Carmen
Dia desses decidimos encarar uma pequena viagem de final de semana. Exaustos da rotina imposta pela pandemia – e de “todo dia fazer tudo sempre igual” –, pensamos em uma pausa para nos trazer um respiro. Com todos os cuidados necessários nesta nova vida, escolhemos uma pousada entre as montanhas. A ideia era simples: descansar das obrigações cotidianas, comer bem, dormir gostoso. Mal imaginávamos o efeito afrodisíaco que a experiência, tão simples, teria…
Chegamos ao entardecer de uma sexta-feira. Nosso quarto era um chalezinho isolado entre um córrego e uma floresta de araucárias. Havia uma banheira de hidromassagem e o frio de outono nos incentivou a tomar um banho (juntos), logo depois de acomodar a bagagem. Estávamos cansados e não imaginamos nada além de estar ali.
Mas algo mudou, sem percebermos ou intencionarmos. Talvez o barulhinho da lenha queimando na lareira, o cheiro de mato escapando pelas frestas, a iluminação baixinha, ou a espuma de lavanda na banheira, não sei ao certo. De repente, o abraço molhado começou a se transformar num carinho ao redor do pescoço, o beijinho delicado no rosto, em uma lambida com a ponta da língua na curvinha da orelha; as nossas mãos, antes soltas, em um passeio pelos meus seios, cintura, pernas, o peito e a barriga dele.
Logo, sentíamos nossos pelos, de leve, depois a anatomia dos genitais. Sem um movimento exato, sem palavra alguma que não um desejo quente de estarmos cada vez mais próximos, despidos de qualquer expectativa ou das nossas velhas conhecidas coreografias.
Trocamos beijos longos, as línguas enroscadas o máximo de carne juntas. Meu namorado tomou a iniciativa e se debruçou por cima do meu corpo. O pau, duríssimo como a tempos não sentia, tocou a pontinha do meu clitóris, num arrepio que me incentivou a subir por cima dele, segurá-lo e então sentar deliciosamente sobre ele – sem cerimônia.
A água quente nos deixava cada vez mais à vontade durante o movimento ainda lento. Entre beijos e mãos seguras no meu quadril, e no bumbum (adoro essa palavra!) dele, os gemidos vieram junto daquela sensação diferente de não estar na cama. Ficamos um tempo infinito ali, sensação pura.
O frio avançava e ele me convidou para a lareira. Secamos um pouco do corpo um do outro, a toalha macia. Entre beijos e carícias, eu me sentei na poltrona em frente ao fogo. As pernas exibidas abertas para ele. Meu namorado entendeu o convite. Ele se ajoelhou diante de mim e começou a me chupar sem pressa. Há tempos não me sentia tão solta. Éramos só os dois naquela imensidão, o que me motivou, a certa altura, a virar de costas, os joelhos no tapete em frente à cama.
Ele me penetrou por trás, segurando nos ossinhos do quadril, depois com as mãos cheias do meu peito. A luz do fogo tornou-se inebriante. “Posso?”, ele sussurrou no meu ouvido. Eu consenti. Poucas foram as vezes que o sexo anal rolou tão fácil: eu me adorando ali, ele completamente absorto. Não me lembro de muito mais. Naquela noite (uma vida depois), o cansaço foi de prazer. (Continua...)