Ao pé do ouvido: testamos uma plataforma de áudios eróticos

X de Sexo

Por Carmen

Uma voz sensual que chega bem perto, entra no ouvido, cochicha, geme, assopra, fala aquilo que você não tem coragem de falar. Ou tem, mas também adora ouvir.

Parece interessante?

A onda da produção de conteúdo em áudio, que tem feito brotar podcasts de tudo quanto é tema, tinha potencial para chegar ao erótico e chegou. Resolvemos testar a Tela Preta, uma plataforma por assinatura de contos eróticos narrados.

Fiz direitinho: deitei na cama, só de calcinha, coloquei o fone de ouvido e abri a tela  – sóbria, como o nome indica, fundo preto e, em vez da profusão das costumeiras cenas congeladas, gifs ou fotos explícitas de gosto duvidoso, ilustrações quase minimalistas, monocromáticas. Agradou. Percorri os olhos nos títulos: “Batendo pra ela”, “Ouve de Quatro”, “No Beco”.

 

tela preta
Crédito da foto Reprodução

 

Não tem segredo para navegar. As seções se empilham: novidades, mais safados, mais leves, masturbação guiada, contos LGBT+, entre outras. Não senti necessidade de usar a ferramenta de busca, disponível no canto direito superior, porque apesar de uma boa quantidade de contos, ainda não dá para se perder ou deixar de ver alguma coisa na plataforma, lançada no ano passado. Os contos variam de rapidinhas, menos de 4 minutos, até sessões mais longas, com quase 20 minutos. A maioria fica com uns 6 ou 7 minutos.

Fui direto para a seção +Safados, “vamos ver se esse negócio me excita para valer”, pensei. Uma voz feminina me invadiu. Sotaque carioca, pronúncia clara, sexy. A primeira coisa que me surpreendeu foi a intimidade que o áudio proporciona, a voz está realmente ali, na curva da orelha, provocando arrepio.

Aos poucos, fui deixando de me concentrar na voz e comecei a embarcar na história – uma mulher que ia a uma casa de swing pela primeira vez. Quando comecei a imaginar as cenas, – havia bastante descrição, bem mais do que um contexto para a cena – entendi que há poder de excitação nesse formato, sim. Dá espaço para a imaginação, tão necessário, mas que o pornô mainstream nunca entregou. Que bom que surgem cada vez mais alternativas.

Enfim, dali eu pulei para histórias com mais de um narrador, por ASMR (Resposta Sensorial Autônoma do Meridiano, aqueles sussurros e barulhinhos que deixam gente com um frio na barriga excitante) e fui conhecendo as vozes por trás dos nomes dos narradores, elencando as minhas favoritas. Por que eu me peguei tanto às vozes, mais do que nas histórias em si, que são bacanas? Acho que porque elas são o elemento novo quando falamos de um áudio erótico.

Vale conhecer, sabe? Sei que todos criamos meio que uma rotina nessa busca pela excitação, mas quebrar o hábito e conhecer coisas novas pode ser surpreendente. Assim como no ato sexual em si, a tendência à mesmice pode matar a libido.

 

 

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