O sexo que salva a rotina de um ano interminável
Por Carmen
– Tenho 59 anos e, desde que começou a pandemia, transo todos os dias.
“Tem história boa aí”, pensei. Depois de um ano de isolamento social, a maioria dos relatos que ouço ou leio é de jovens sofrendo por falta do agito social que, muitas vezes, acabavam em encontros sexuais, ou de casados massacrados pela rotina home-office, aula online e louça na pia, que pouca energia têm para o sexo.
Para D. e A., entretanto, a falta de compromissos com amigos e na agenda, de tempo perdido indo e voltando, no trânsito, para o escritório, de visitas dos filhos adultos, o que mais existe é espaço no dia a dia para cochilos no meio da tarde que viram transas pra reanimar, um capítulo do romance policial que termina junto a um oral caprichado, e rapidinhas de manhã, antes de ligar o computador.
Juntos há décadas, eles já experimentaram coisas à beça – brinquedos, fantasias, diferentes posições, e hoje variam entre o que mais funciona para eles. Essa alternância em um menu de poucos, mas deliciosos pratos, para eles, é satisfatória.
Em dias que parecem tão iguais, o sexo definitivamente se apresenta como melhor opção do que jogar Candy Crush, acompanhar as notícias e ver algum filme no Netflix que amanhã terá sido esquecido.