Quantos % canibal você é?
Por Carmen
Parece quiz da internet, mas o título é uma referência à declaração “Sou 100% canibal” encontrada em mensagens privadas do ator norte-americano Armie Hammer, divulgadas no Twitter. Ele está sendo acusado de curtir ir além das mordidinhas provocantes no sexo e nega praticar algo do gênero, mas como não é todo dia que as manchetes do mundo das celebridades são tomadas pelo tema do canibalismo como tara sexual, pipocou um monte de perguntas por aqui. Como rola esse lance de ser – ou se imaginar – um canibal? Como diferenciar uma brincadeira, uma fantasia de um abuso, com riscos reais?
Esse padrão de comportamento sexual, da excitação ao comer ou ter partes do corpo sendo comidas por outra pessoa, tem o específico nome de vorarefilia e pode ter relação com a teatralidade do universo sadomasoquista. Em uma sala de jogos , não é inimaginável ter, por exemplo, a encenação de alguém ser a carne, preso a um grande espeto, girando sob brasas, enquanto o outro é o churrasqueiro, mas não chegam às vias de fato de arrancar pedaços, mastigar e engolir.
A brincadeira fica mais em volta de temperar a carne, untá-la e manipulá-la. Ah, maçã na boca e cenoura no ânus também são parte da diversão. É engraçado, sim, porque é uma grande brincadeira.
Em uma entrevista recente à revista “The Cut”, a antropologista social Katharine Gates esclareceu mais uma vez que a comunidade BDSM é muito voltada para o comportamento seguro, lógico e consensual e está hiperconsciente das diferenças entre fetiche e abuso. Há muitos ensinamentos na comunidade sobre como detectar sinais de alerta.
Por aqui, escolho me manter em jejum, mas com consenso e segurança, Armie e quem mais quiser pode se esbaldar no banquete.