Sobre o que você fantasia?
Por Carmen
Meu leque de fantasias sexuais é abrangente. Já que eu posso imaginar o que quiser, deixo rolar mesmo: orgias em uma mansão cheia de tapetes e sofás confortáveis ao toque, exibicionismo em uma rua de cidade qualquer, transa quente com outra mulher, em que sinto meus seios pressionados contra seios macios, um homem rude e desconhecido que entra no meu apartamento e me pega em minha própria cama.
Acho interessante, porém, que o que mais gosto é lembrar, não imaginar. Revivo na memória momentos de muito prazer que já tive, as loucurinhas feitas em viagens que renderam histórias deliciosas, frenesis de carnaval (Salvador, que saudade!), a transa com um crush que por anos foi cobiçado, e assim vai.
O que me surpreende, porém, é que minha fantasia mais recorrente não escapa muito da minha realidade. Gozo pra valer quando me masturbo pensando exatamente no homem que divide a cama comigo há quase uma década. Nossas primeiras transas, a imagem do seu pau duro, tão familiar, fotografias do seu corpo, memória do seu cheiro e de frases que ele fala quando tá com tesão.
Gosto de pensar que me excitar com memórias é um sinal de uma vida sexual satisfatória, mas isso não me faz melhor do que quem cria mais roteiros de ficção, quem prefere se excitar com o que é considerado tabu, proibido, do que com o próprio marido. Em seu livro de 1996, “The Erotic Mind”, o autor e terapeuta sexual Jack Morin explica uma equação erótica: atração + obstáculos = excitação. Então, se você se sente um pouquinho de culpa por sua fantasia, talvez isso seja parte do que a torna uma boa fantasia.