Memórias sexuais
Por Carmen
Logo que nos conhecemos, meu namorado quis saber quantos anos eu tinha na minha primeira vez: 16.
A dele tinha sido com 23.
Em seguida, perguntou com que idade eu comecei a me masturbar, “Por volta de 13”, respondi, sem muita certeza.
Ele concordou que tinha sido por aí também.
Assim como tudo no sexo, cada um tem um histórico único e comparações do tipo: “cedo demais”, “tarde demais”, são um desserviço à sexualidade e à liberdade. Nunca mais falamos sobre isso.
Quando eu penso nas minhas memórias sexuais mais antigas, vêm à lembrança aqueles infinitos dias da adolescência, de estar deitada de costas na cama de solteiro, o edredom pesando sobre o corpo, minhas pernas abertas e semi flexionadas, e eu esfregando meu clitóris sobre a calcinha, torcendo pra minha irmã, na cama ao lado, não acordar e notar o movimento contínuo sob as cobertas. Eu me atormentava (mas só um pouco) com a dúvida se aquilo me faria perder a virgindade. Eu era curiosa e procurava informação — na era pré-Google, porém, para certas questões, eu não encontrava resposta.
Eu nunca fantasiava com pessoas conhecidas ou famosas. Perguntei por aí, e celebridades parecem ter sido o botão ON do tesão para a maioria dos meus amigos. De Leonardo DiCaprio e Christina Aguilera a Cauã Reymond e Carla Perez , ouvi uma lista de nomes.
Uma amiga me contou que, ao assistir uma novela dos anos 80, babava cada vez que a Christiane Torloni aparecia na tela. Curiosamente, outras amigas da mesma geração, revelaram que a atriz foi a primeira paixão platônica e a ignição para a descoberta da homossexualidade.
Meu lance sempre foram as histórias. Aprimorei meus métodos de excitação e toque e encontrei a coleção de revistas pornográficas do meu pai. Pulava as fotos das mulheres e ia direto para as reportagens ou seção de contos eróticos. Lembro de gozar forte, equilibrando a revista em uma mão e me masturbando com a outra. Demoraram anos até que uma relação sexual me proporcionasse prazer similar.