Petisca que eu gosto
Por Carmen
Outro dia, alguém comentou que a melhor comida para antes do sexo são os petiscos. Não exatamente uma refeição, mas aqueles queijinhos franceses, frutas secas, castanhas (caríssimas) e torradinhas com patê, acompanhados do número ideal de taças de vinho – o que varia de pessoa para pessoa, mas você sabe bem qual é: deixa você amortecido, mas não sonolento, alterado, mas não sem noção.
Gosto da ideia dos belisquetes. Não se trata aqui de uma discussão sobre efeitos afrodisíacos – se quisermos, podemos colocar romãs, ostras e chocolates para acompanhar a tábua de frios -, mas do que não compromete e até melhora a sua performance física. Tipo tomar whey e comer batata doce com frango grelhado em dia de academia, sabe? Alimentos funcionais para uma noite de disposição, excitação e bom desempenho na cama, que não é arruinada por reflexo, gases ou aquela leseira de quem mandou ver no carboidrato ou exagerou no churrasco.
Comer demais, sem dúvida, pode trazer um desconforto na hora que alguém solta o corpo sobre o seu abdômen ou quando se entra num sobe e desce frenético. Quando comecei a sair com meu namorado, nos encontrávamos depois do trabalho para ir a um motel com carinha de hotel que gostávamos, em uma região onde havia pouco comércio ao redor, mas, como sempre, tinha um restaurante de rede de fast food para salvar (ou ferrar). Por duas ou três vezes paramos lá e pegamos sanduíches, acompanhados de batatas fritas e refrigerante.
Matamos a fome, mas quase matamos a foda também. Posso dizer que, para mim, rolava praticamente um ménage: era eu, ele e um ativo Big Mac entre nós.
Também não é recomendável ficar sem comer, jejum pré-sexual pode igualmente empatar a foda. Eu ainda estava na faculdade quando tinha essa mania de sair para beber sem comer nada e assim ficar até a madrugada, quando, finalmente, deixava o bar com o cara com quem transava esporadicamente.
Até que um dia aconteceu. Estava calor, eu tinha bebido bastante, com o estômago completamente vazio. Desmaiei no banco do passageiro do carro dele, com a mão em seu pau, enquanto ele me beijava o pescoço. Recobrei os sentidos com o moço de pinto mole e cara de desesperado. Nunca mais transamos.
Quando o dia promete, passe no mercado, peça o cardápio, use o Rappi.