Striptease não é para amadores
Por Carmen
Confesso, nunca fiz um striptease entre quatro paredes. Muito menos em um palco ou no meio de uma galera.
A ideia de tirar a roupa sensualmente diante de um ser embasbacado pela minha performance é inimaginável. Para começar, como se tira a roupa de forma provocante, alguém me explica? A não ser que você tenha uma daquelas calças ou saias profissionais, que ao puxar o velcro solta – uhuuu –, abrir botões, curvar-se para abaixar a peça de roupa até o pneuzinho da barriga fazer sua participação especial no show, levantar a perna em um ângulo estranho, arrancar meias (meias!), passar a camiseta pela cabeça, pelamordedeus, como fazer disso um movimento sexy? Como não ficar com a calça presa e embolada nos pés, tendo de dar aqueles pulinhos superestimulantes?
Segunda razão, olhar para o rosto do meu espectador me faria cair na risada – ou ficar p. da vida, caso ele resolvesse, bem naquela hora, dar uma espiadinha no placar UOL.
Não tem clima que segure, não tem álcool que melhore, é preciso ter talento para a coisa. Claro que já demorei para colocar a roupa de propósito, e fiquei circulando pelo quarto nua, em um desfile fingidamente sem intenções. É meu jeito de atiçar, discreta, quase distraída, mas buscar playlists sensuais no Spotify, dançar, rebolar, usar o macebo com as roupas usadas do dia para um pole dance certamente renderia uma cena de comédia pastelão lá em casa. Se for para ser um striptease digno de cinema, deixo para Kim Basinger, Jessica Alba, Demi Moore, Channing Tatum…