Vida longa ao tesão
Por Carmen
Meu tesão nunca durou tanto.
Até então, meus relacionamentos acabavam antes do desejo amainar, e isso me arrasava. A alternativa era pior, meu tesão escapava como ar, silenciosamente, por debaixo da porta, e o namoro ficava ali, sem fôlego, agonizante, até dar o último suspiro.
Então me pego pensando que estamos, eu e ele, à beira de completar mais um ano juntos e, pasme, eu ainda sinto desejo, muito desejo. Não viramos amiguinhos, apesar dos estresses comezinhos. Não transamos apenas em dias especiais, apesar do cansaço da rotina. Eu não virei mãe, não sinto pena, nojinho ou bode dele.
Ainda piro quando sinto seu cheiro, quando o vejo sair do banho com o pau balançando, as coxas duras molhadas e a bunda máscula. Não perco oportunidades de lamber seu pescoço quando nos sentamos no sofá, de chupar seu pau quando apagamos as luzes, de enfiar a mão dentro da calça dele quando voltamos a pé depois de jantar, de beijar de língua enquanto o elevador desce do 10º andar para o 2º subsolo.
O sexo mudou sim. Já não transamos em pé na cozinha. No carro, às 15h, de uma quinta-feira, foi só uma vez. Preferimos na cama, de ladinho, a maior parte das vezes. Porém, só de saber que, assim que quisermos, podemos trocar o apê pelo motel, o papai-e-mamãe por uma cavalgada animada e o silêncio cúmplice pelas sacanagens excitantes, são sinais que nosso tesão goza de boa saúde e vai superar ainda mais sua expectativa de vida.