Tesourinha e o imaginário do sexo lésbico
Por Carmen
Uma amiga me confidenciou que a primeira coisa que a atraiu no sexo com outra mulher foi a vontade de saber qual é a sensação de encaixar as pernas e encostar uma xoxota em outra, a famosa “tesourinha”. “Beijo é beijo, sexo oral é sexo oral. Mas clitóris e lábios molhados encostando em mim eram a novidade”. Muitos anos e transas lésbicas depois, ela confessa: “Nem é mais o que eu prefiro quando estou com uma garota, mas matei muito a minha vontade.”
Cheguei em casa depois dessa papo, deitei na cama, e procurei vídeos de “scissoring” no meu site preferido. Claro que tem muitas ocorrências, mas um, em especial, me pegou. Duas vulvas depiladas em um balé sincronizado, os grandes e pequenos lábios se beijando e se afastando, deixando um fio de líquido as unindo no movimento. Não parecia a intenção, mas havia um toque de ASMR no som emitido por aquelas bitocas molhadas. Uma delícia.
Existe toda uma cultura e um imaginário sobre a tesourinha que vai muito além da Tramontina que há em sua cozinha e da Mondial que mora em seu estojo. Afinal, é bom ou não? É mito ou verdade que é uma prática comum? Dá mesmo para gozar nessa posição? Séries como “South Park” e “Glee” fizeram piada sobre essas dúvidas. Há alguns anos, o site norte-americano Autostraddle, um irreverente blog e comunidade online para mulheres homossexuais, bi, curiosas e afins, lançou em sua lojinha virtual uma camiseta com a estampa de duas tesouras abertas se aproximando. Tanto a versão feminina quanto a masculina viraram best-seller.
Fizeram, então, uma pesquisa com as usuárias do site e 40% disseram que a posição faz parte da rotina sexual delas (44% dessas se diziam como lésbicas e 43% estavam em um relacionamento).
Quero saber de vocês! Quem faz? Quem curte? Quem detesta?