Hoje é dia de sexo na minha série favorita

X de Sexo

Por Dolores

Na minha série de TV favorita, tem muito beijo na boca, sedução, safadagem inesperada, e bastante, mas bastante sexo mesmo. Às vezes, os personagens se comem logo no início do episódio, enquanto tem outros dias em que esperam até o roteiro chegar ao meio. Mas são raros – eu pelo menos não me lembro de nenhum – os capítulos em que a trepada fica pro final.

 

sexo
Crédito da foto Pinterest

 

Se você chutou que eu, Dolores, sou fã de “Game of Thrones”, você não está errado. Adoro a saga da HBO e seu roteiro amarradinho, cheio de gente pelada e decapitações gratuitas. Porém, sinto em dizer que não era de GOT especificamente que eu falava, ao comentar a minha tal série favorita. Eu me referia era a mim mesma, e às historinhas que crio no sofá-cama enquanto rola o que quer que seja na televisão.

Sim, quase sempre é uma série.

Tem tido bastante GOT, com aquela quase pornografia, teve a fase recente de rever “Fargo”, com sangue e provocação. Acho que antes disso já foram algumas séries documentais, e, de vez em quando, revisito “Westworld”, a fim de conferir minha xará sem roupa, e (já quando vestida) empenhada em salvar seu mundo libertando os robôs tesudos da opressão humana.

Mas também pode ser um bom filme, claro.

Um Tarantino, um irmãos Cohen, um Lars von Trier, um Spielberg, um Coppola, um Kurosawa, um Almodóvar, um del Toro, um Woody Allen, um Guilherme Font……. (mentira, Guilherme Fontes não dá nem para embalar funeral, que dirá sexo). Enfim, alguém bacana.

Importante é que role essa enganação prévia, esse jogo em que todo mundo finge que não sabe o que está acontecendo, as preliminares de alguém pegando o controle remoto de cima da bancada, afofando as almofadas para todo mundo se recostar confortável, sintonizando no HDMI correto, hum, a respiração já fica ofegante logo que me perguntam “A gente parou no episódio sete ou foi no oito?”.

Daí vai rolar o comercial de introdução, depois a musiquinha de abertura, já sinto que as coxas estão mais úmidas e o mamilo, endurecendo. Uma breve menção ao que aconteceu anteriormente, todo mundo aqui se lembra que aquele cara tentou matar aquele outro, e que só não aconteceu porque a mocinha apareceu e, incauta, impediu uma desgraça? Ok, sigamos em frente.

E por “em frente” a gente entende que, debaixo do cobertor, já possa acontecer uma movimentação importante, minha mão invadindo seu espaço para abrir caminho para a boca que, como quem não quer nada (mas na verdade quer tudo que nela caiba), se escancara numa mordida suave que quase dói. Ai, você reclama, revidando com um puxão de cabelo na medida entre o carinho e a punição. Já se passou um terço do episódio, mostra o marcador na tela, quando alguém sem querer apoia o joelho no controlinho prateado.

Muito sexo, eu dizia, nessa série favorita, e uma das graças de todo o processo é começar a diversão sem precisar dar pause em nada, deixem as falas correndo, as cenas importantes e as outras nem tanto, e vai que coincide de, também no cenário deles, algum casal estar também de quatro, também com a bunda empinada para cima, também ainda vestidos pela metade. E se a vilã gozar ao mesmo tempo que eu?

Remediado nosso tesão aqui no mundo real, a única providência é definir se hoje ainda é hora de voltar a série até o ponto em que ninguém viu mais nada além do tesão do outro, ou se deixamos para amanhã, no mesmo horário, no mesmo local, com todo mundo de volta à posição original.

Quase sempre se opta pela alternativa mais corajosa, de começar tudo de novo, encarar as falas já entreouvidas entre um suspiro e outro, aquele spoiler que se captou de olhos fechados enquanto alguém ordenava “não para”. Admito, no entanto, que, nesse ponto, eu e meus amores somos todos um grande fracasso de audiência – é que, na minha série de TV favorita, exaustos de tanto gozo, às vezes os protagonistas dormem, e a TV acaba desligando sozinha.

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