O homem pisou na Lua antes de descobrir o clitóris
Por Carmen
Enquanto escrevia o título, segundos atrás, me perguntava o que o termo clitóris despertaria nx leitorx. Vontade de ler o texto? Excitação? Repulsa?
Afinal, não usei, desta vez, a popular palavra xoxota. Não escrevi a vulgaríssima grelo. Nem mesmo a correta vagina. Fiz a união meio estranha de letras que não entra nos contos eróticos, não aparece na descrição daquele vídeo safado com a garota sem pelos e de pernas abertas.
Mas precisamos falar sobre o clitóris. Porque aposto minha calcinha nova da renda que você não sabe que:
– O homem pisou na Lua e clonou uma ovelha antes de descobrir a anatomia do clitóris.
– O clitóris, e não a vagina, é o órgão sexual feminino, compartilhando, inclusive, muitas similaridades anatômicas com o pênis.
– A grande diferença é que o clitóris é quase todo interno, enquanto o pênis está mais na parte externa do corpo.
– O clitóris não é um botão, é um iceberg.
– Sua única função é o prazer.
– Chamar, erroneamente, a vulva (que compreende toda a região genital feminina) de vagina é reduzi-la a um receptáculo.
– Para a penetração ser boa para a mulher, o clitóris precisa estar envolvido.
– Todo orgasmo feminino é clitoriano, porque as terminações nervosas estão na grande maioria, no clitóris – externo e interno.
Essas informações – provocações — existem em painéis gigantes, criados pela artista norte-americana Sophia Wallace. Ela se dedica a um projeto chamado “Cliteracy”, um trocadilho com a palavra literacy, que significa alfabetização, e clitóris, — e agora transformou seu trabalho em tese acadêmica.
Ela defende que ao não se dar acesso a esse tipo de conhecimento e trata-lo como tabu, a sociedade está submetendo as mulheres a uma espécie de clitoridectomia cultural — a cruel mutilação genital que sofrem milhões de mulheres de países como Egito, Etiópia e Indonésia.
Ninguém precisa se tornar um conhecedor científico do clitóris. Mas é necessário, no mínimo, deixar de ser analfabetx. Lição número um da cartilha: é só trata-lo com tanta atenção quanto o pau recebe.