Nostalgia dos carnavais despudorados

X de Sexo

Por Carmen

Se eu pudesse voltar no tempo, no melhor estilo “De Volta para o Futuro”, o evento que eu escolheria participar não seria um baile colegial dos anos 1950. Já que estamos na fantasia, eu deixaria a devassa que existe em mim guiar o DeLorean até a porta de um daqueles bailes despudorados de Carnaval dos anos 80, no Rio de Janeiro.

Daria tudo para colocar um biquíni asa delta de lantejoulas vermelhas e pretas, passar glitter prateado nos seios e na bunda, sombra colorida nos olhos, fazer permanente no cabelo e ir rebolar para as câmeras da TV Manchete (ou teria sido a Rede Bandeirantes?), com mãos diversas me alisando, lindos corpos seminus se sacudindo bem coladinhos, no maior clima tropical hedonista, sem orientação sexual para me limitar.

 

bunda glitter

 

Eu, muito nova, pouco vi – nas madrugadas da TV ou nas páginas das revistas mais ousadas – o que acontecia naqueles bailes. A multidão aglomerada nos salões dos clubes, as roupas mínimas – uma vez, caiu em minhas mãos uma revista com a cobertura dessas festas, e me masturbei atrás do sofá da sala, numa tarde depois da escola, olhando as fotos. Uma em especial me deixou excitadíssima: um folião que vestia apenas um tapa-sexo de elefantinho – um pedaço de tecido fino cobria a “tromba”, dava pra ver o escuro dos pentelhos logo ali, onde a peça começava. O que a revista não mostrava – nem contava — era se o nariz do bicho tinha crescido, se as pessoas transavam na frente uma das outras, como eram os camarotes, se rolavam lambidas e chupadas naquelas dúzias de peitos de fora.

Escrevendo esse texto, me deu vontade de procurar nos sites de vídeos pornôs: “Baile de Carnaval anos 80”. Achei uns dois ou três que não me decepcionaram, mas ainda deixaram muitas lacunas para a minha despudorada imaginação carnavalesca.

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