Masturbação imaginária na madrugada
Basta ficar alguns dias sem transar que é batata: vou sonhar que me masturbo. Sim, possivelmente terei curtido algumas siriricas também em vigília, mas é no sono que passarei mais tempo esfregando o clitóris em busca do gozo perdido.
Tem gente que, na seca, sonha que transa. Eu, por minha vez, estou sempre sola, quando nestas condições, geralmente escondida em algum canto onde ninguém me veja e eu possa bater uma completamente em paz.
Fora isolamento e a solidão, há também outra constante na masturbação imaginária. Eu nunca, absolutamente jamais, consigo atingir o orgasmo. Com certeza, o fato de não me tocar de verdade enquanto sonho que o faço deve colaborar para o desamparo, mas Freud também deve explicar alguma coisa nesse processo.
E, com isso, acaba que a noite toda se transforma em uma perseguição e um desespero absolutos pela gozada que nunca vem. E olha que eu tento bastante, de todos os jeitos que se imagine.
Feito um deus ex-machina no teatro, surgem, na minha mão, como que por mágica, todos os vibradores que já usei na vida. Uso primeiro um dedo, depois dois, uma mão inteira. Esfrego a virilha em móveis, utensílios domésticos, jogo nela água, vento, saliva. E, mesmo com tanto afinco, nada consegue me fazer gozar o tanto que uma mulher mereceria depois de se esforçar dessa maneira.
A solução mesmo é despertar e resolver, acordada, o que não foi ajustado de olhos fechados. Depois disso, das duas, uma: ou não durmo nunca mais, para evitar o sonho seco, ou encontro alguém que me forneça uma frequência decente de sexo semanal. Ficam a dúvida e o desafio.