Você sabe se ela está fingindo?
Por Dolores
Se até hoje sua mina gozou invariavelmente todas as vezes que vocês transaram, tenho uma péssima notícia para você, leitor: ela fingiu. Em algum momento desse seu relacionamento, e eu nem preciso saber há quanto tempo vocês estão juntos, ela te fez acreditar que o orgasmo estava rolando, quando, na verdade, ele nunca esteve tão distante no mapa múndi da cama.
Eu achei que vocês todos já soubessem, mas não custa explicar de novo. Seja no sexo hetero ou homo, mulheres precisam estar envolvidas minimamente para conseguir chegar lá. E, por “envolvidas”, não quero dizer apaixonadas ou querendo se casar, mas, sim, inseridas ali em um momento de tesão suficiente para molhar a calcinha e arrepiar os pelinhos do braço. Se não for assim, a chance de não rolar gozo é grande.
Óbvio que a gente nunca começa uma pegação já no grau, e que é preciso que alguém – ou algo, feito um vídeo, uma foto, uma situação, uma lembrança – nos ligue, e isso pode muito bem acontecer ao longo das tais preliminares. Mas, se a transa propriamente dita começa e a gente ainda não entrou no clima, certamente vai ficar mais difícil subir no trem com ele andando.
E aí, amigos, pode ser que a gente avise vocês que não está legal, ou que a gente peça para parar, ou mesmo que a gente siga sem gozar porque, poxa, até que estava gostoso – em casos assim, quando rola aquela pergunta ao fim, “e aí, você gozou”, a gente vai dizer que não e a vida vai seguir (ou não, porque tem macho babaca que fica puto e arruma briga com a mina como se não jorrar litros tivesse sido escolha dela).
Só que aí haverá também os casos em que, ao impacto da questão à queima-roupa, vamos responder que sim, que gozamos, que foi ótimo, que você é o máximo e que não foi só uma, talvez duas, três, inclusive naquela hora em que você meteu bem forte comigo de quatro sendo que nem lubrificada eu estava.
E sabe o que é pior? Você vai acreditar. Porque, para esse tipo de parceiro (e parceira também, por que não), o que importa realmente é bombar o ego, e não a satisfação da mulher com quem ele está. Ele ou ela querem confirmar que são os pauzudos (ou linguarudos, dedudos) do bairro Peixoto, e que nada, nem mesmo uma mina sem vontade de foder, pode detê-los na missão de levar todas ao orgasmo – ainda que ele seja o mais fictício de todos.
Daí que, caso você já não tenha se identificado até esse momento do texto, mas ainda está em dúvida sobre a possibilidade ou não de ser esse tipo de pessoa, que não consegue identificar se uma mulher esgoelante está de fato curtindo ou apenas fingindo para você acabar logo, alguns sinais podem ajudar nessa cruzada.
Se seu jeitinho de transar não leva nem dez minutos, por exemplo, da hora que você dá o primeiro selinho chumbrega até a sua porra surgir para o mundo, pode ter certeza de que aquele orgasmo não é verdadeiro. Se você transa sempre do mesmo jeito, com o mesmo roteiro, seguindo o mesmo caminho e fazendo as mesmas posições, de novo: ela vai ter que fingir.
E, se você é do tipo que só goza tirando o pau para fora e finalizando com a própria mão (aliás, falarei de você no próximo texto, volta aqui, não foge, não), bingo: aquele gemido é basicamente um grito de desespero que diz algo como “transa direito, pelo amor de Deus”.
Fique atento, amigo ou amiga, e procure, seja na dedicação e/ou no diálogo, ajudar sua mina a chegar a uma gozada de verdade, memorável, que a faça querer mais e ver o dia nascer feliz. Garanto que, quando esse espetáculo realmente acontecer na sua frente, você vai conseguir perceber.