Lésbicas sentem mais prazer?
Por Carmen
Eu já beijei umas duas ou três amigas. Já apalpei seios. Já esfreguei minhas carnes nas carnes de outra mulher. E, se a memória não me falha, porque geralmente essas experiências envolveram bebedeira, já masturbei uma xoxota, que não era a minha, até o gozo.
Mesmo assim, o sexo lésbico é mistério para mim. Minhas amigas com conhecimento mais consistente na área parecem compartilhar olhares e sorrisinhos de canto de boca, como se entendessem segredos e sensações que eu, heterossexual que nunca chegou realmente a cruzar a fronteira dessa terra prometida que é a transa entre duas mulheres – não consigo nem imaginar.
Uma vez sabatinei uma colega de trabalho, que já namorou homens, mas hoje está casada com uma mulher. Perguntei, por exemplo, se sempre rola acessórios, como strap-on ou consolos. Ela disse que sua resposta talvez refletisse a realidade dela apenas, mas que objetos para a penetração eram usados raramente, em sessões mais “especiais” com a parceira.
Também perguntei sobre variação. Sempre tive a impressão que entre homem e mulher havia mais possibilidades de posições, de formas de dar prazer. Ganhei em resposta uma risada irônica.
Existe comprovação dos números de que a sociedade secreta do prazer feminino realmente tem mais lésbicas do que héteros como membros. Segundo o Instituto Kinsey, enquanto mulher que transa com homem sente prazer em 65% das relações, quem transa com outra mulher goza 86% das vezes. Entre os homens, praticamente não existe diferença de quantidade de orgasmo entre héteros e homos – todos chegam lá sempre ou quase sempre. Não precisa ser sexóloga pra saber o porquê: as nuances e complexidades do corpo feminino não são muito observadas pelos machos. Já as fêmeas sabem muuuito bem onde fica o clitóris, como manipulá-lo e por aí vai.