Viajar para se libertar sexualmente
Perdi a virgindade em terra estrangeira. Em viagens, já transei com desconhecidos, flertei com mulheres, fiz ménage. Longe de casa, onde não existem amarras, círculos sociais e julgamentos no dia seguinte, eu me liberto. Testo meus limites, arrisco conhecer novos prazeres.
Por isso, me identifiquei com a história da Simone, que foi em uma viagem de negócios ao Japão e virou prostituta por um dia do outro lado do mundo.
“Eu era uma jovem profissional promissora em uma multinacional e, pela segunda ou terceira vez, a empresa me enviara para uma temporada de treinamentos em Tóquio. Eu sempre ficava hospedada em um hotel cinco estrelas, mas não conseguia curtir muito, eram dias solitários demais. Nas horas livres, saia para conhecer pontos turísticos, e foi em um deles que um homem japonês, de uns 50 anos de idade, se aproximou de mim e perguntou: “How much?” (Quanto é?). Ignorei, como faço com as cantadas no Brasil, mas fiquei pensando se o fato de eu ser ocidental fez com que, pela primeira vez, alguém me enxergasse como uma profissional do sexo. Quando o susto passou, comecei a fantasiar com a ideia de ser uma prostituta e naquela noite gozei me masturbando e pensando o que teria acontecido se eu tivesse respondido para o japonês e levado a proposta de programa adiante.
No dia seguinte, voltei à mesma esquina, a mais movimentada da capital japonesa, pra ver se algo semelhante acontecia, mas nada. Dessa vez, ninguém me abordou. Passei a ficar obcecada com a vontade de levar a fantasia um pouco mais adiante, talvez não até o fim, mas pelo menos encarnar o papel, a personagem da prostituta brasileira que deixa os japoneses doidos.
Bolei um plano um pouco menos arriscado. Vesti a roupa mais provocante que tinha na mala, me maquiei bem mais do que o simples rímel e batom do dia a dia, e fui pra recepção do hotel onde estava. Sentei no sofá, cruzei as pernas e fiz pose de poderosa, de mulher que sabe que é gostosa. Senti os olhos de alguns engravatados que passavam pousarem sobre mim, mas ninguém se aproximou. Fui, então, para o bar do hotel, e pedi um drinque. No segundo copo, eu já encarava ostensivamente alguns homens. Foi um japonês de uns 60 anos que sentou no banquinho do lado. O inglês dele era razoável. Ele fez umas perguntas de praxe sobre mim. Uma das coisas que eu mais pensava é quanto iria cobrar se ele perguntasse. Decidi por US$ 100. Quando ele me convidou pra subir para sua suíte, eu disse que então, deveríamos falar de negócios. Ele nem perguntou meu preço, disse que me pagaria US$ 250. Eu fui, no elevador, ele apalpava a minha bunda e minhas coxas com avidez. Apesar da segurança de estar em hotel, eu suava frio. E se ele fosse um pervertido? Se me espancasse, usasse drogas ou tivesse a fim de algo bizarro? No fim, ele me comeu de pé, contra a parede do quarto, sem nem tirar a roupa direito. Gozou rápido e queria que eu ficasse pra beber uísque com ele. Eu preferi ir embora, sem revelar que estava hospedada ali também. Nos outros dias, evitei circular pelo hotel, para não correr o risco de encontrá-lo. Foi um caso em que a fantasia se mostrou melhor que a realidade, mas não me arrependo. Usei o dinheiro para comprar umas roupas novas.”