Como é tocar uma genitália interativa
Verdade e informação. É o que mais falta no sexo, tão pautado pelos tabus sociais, pelos romances quentes e sempre glamourosos dos filmes de Hollywood ou pela plasticidade e falsidade do universo pornô.
Por isso, os vídeos do OMGYes (mais sobre o site aqui) são raridade. O conteúdo, baseado em uma pesquisa norte-americana que atestou que, sim, cada pessoa é única na forma de sentir prazer, mas existem técnicas e variações comuns entre a maioria das mulheres, apresenta vídeos de cerca de 4 minutos com voluntárias que se despem, mas não se insinuam. E nem vão para o lado oposto de apresentar os detalhes de suas anatomias sob a fria perspectiva médico-biológica.
Elas falam de masturbação e orgasmo com naturalidade e se assumindo como autoridades conhecedoras do próprio prazer. Depois, mostram como fazem, como gostam dos movimentos, a pressão, as mudanças, as regiões mais sensíveis. Adorei, por exemplo, que várias delas, independente da técnica que usam, ressaltam que é legal quando o clitóris não é tocado logo de cara, preferem começar por outras áreas da vulva, como os grandes e pequenos lábios, e só quando o nível de excitação está alto, curtem dar e ter atenção a esse ponto.
Ali, descobre-se que há quem goste de controlar do orgasmo, ou seja, aumenta o prazer ao parar os estímulos quando o gozo está próximo, e que somos tão complexas a ponto de gostar tanto de consistência e como do fator surpresa, tudo junto, misturado, alternado. Há um capítulo destinado ao orgasmo múltiplo, a superar a sensibilidade pós-gozo para seguir no prazer.
E cada um dos 12 episódios termina com o vídeo interativo. Uma foto em close mostra uma vulva, que se contrai e se movimenta ao ser tocada. Você pode usar o mouse no computador ou o dedo (mais legal) na tela do smartphone ou tablet, e testar na prática o que foi demonstrado e falado nas entrevistas com as mulheres. Eu resolvi aplicar a técnica da insinuação. Desci e subi meu indicador pela tela, fiz movimentos circulares e evitei a região central. Há um mínimo atraso entre o estímulo e a resposta da imagem, e os movimentos são limitados, mas dá para ter uma ideia bem próxima da real. Foi estranho, porque nunca havia tentando tocar nenhuma outra genitália feminina além da minha, e o ângulo é muito diferente. Foi engraçado receber feedbacks como “opa! mais devagar” ou “aí não, mais para baixo”. Depois peguei o jeito e já arranquei uns “Ohs” e “continue assim”. Foi divertido, mas acho que para quem quer aprender de verdade, os depoimentos das mulheres são os mais elucidativos.
Algumas informações para quem quer virar usuário do site:
– O OMGYes é originalmente em inglês, mas tem versão em português para tudo. Os vídeos e até mesmo os feedbacks das interações são legendados.
– Não é aplicativo e nada está disponível para download. Você assiste quando quiser, sempre no site.
– É pago, mas não é assinatura. Você paga US$ 15 uma vez apenas para ter acesso à primeira temporada de 62 vídeos curtos e 11 interativos e, assim, financia as próximas pesquisas sobre a sexualidade feminina.
– A primeira temporada é voltada ao orgasmo feminino pela não penetração, pois a pesquisa apontou que 73% das entrevistadas gozam dessa maneira.
– A informação toda parte de um estudo com 2.000 mulheres norte-americanas, conduzido por pesquisadores da Escola de Saúde Pública e do Instituto Kinsey da Universidade de Indiana.
– Aí vem fulano e pergunta: “Eu já sei o que fazer na cama, por que eu deveria acessar esse site? A resposta na seção de Perguntas Frequentes explica: “OMGYes não é sobre o básico. Não é um guia para ensinar ‘como fazer’. A maioria das técnicas e formas de intensificar o prazer são informações que, literalmente, nunca haviam sido pesquisadas antes. Você terá acesso a novas ideias para experimentar, novas perspectivas sobre o que você já faz e como aprimorar as suas técnicas”.