Você está sem calcinha que eu sei
“Faz tempo que venho diminuindo minhas trepadas. Não porque eu não queria dar, veja bem. Mas porque dar assim, sem muito critério, já deu. Essa troca de energia vital começou a mexer comigo. Até que alguém me disse que a cada foda dada você carrega a energia daquela pessoa por 7 anos. Vai saber? Prefiro não.
Diminuí, diminuí, filtrei, filtrei, burlei o algoritmo com toda a intuição que deus me deu e cheguei até o Jorge. Eu, advogada, mestre em Relações Internacionais, toda trabalhada no desapego e agarrada ao momento presente, depois de muita meditação na vida. Ele, geólogo, universidade pública, barba, chubby, gente boa pra caralho. Saímos.
Na primeira noite de reconhecimento, decidi ir sem calcinha. Não custava nada. Foi até mais prático. Vestidão tipo neo-hippie, pra confundir, e calcinha zero. A química bateu na hora. Na hora de me cumprimentar, ele encaixou a mão na minha cintura. Alto, 1,90m, a mão alcançava onde estaria a marca da calcinha. Safado e muito do esperto, passou aquela mãozona no limite da lombar e o rego. Senti um arrepio. Mas fui rápida: segurei o braço dele naquela posição, e o abraço foi mais apertado e 5 segundos mais longo do que o previsto. O suficiente pra sentir nossos corpos, nossos sexos. Era fim de tarde, uma brisa morna no ar. Rolou até gotículas no buço com a adrenalina do momento, que enxuguei com o dorso da mão.
Cerveja gelada, duas, três. Apelamos para o litrão. Um, dois. Risos, gargalhadas. Tudo corria bem. Aquela leveza no ar que há muito eu não encontrava. De repente, uma galera: marcamos no bar em que os amigos dele poderiam aparecer, ele me avisou. De boa. Tudo seguiu. Podem sentar com a gente, pá e tal. Ele aproveitou pra sentar do meu lado na reacomodação. Cerveja boa, cerveja ruim, veio de tudo. Até que senti uma mão no meu colo. Meu vestido de tecido fino deixava passar o fiozinho grosso que sobrou da depilação a lazer do moicano que eu desenhei. Aquela mão do cara de 1,90m veio tranquila, câmera lenta, sem pressa de fazer as descobertas. Aquela cabeça enorme com uma barba desgrenhada, mas fofa como algodão-doce, se aproximou do meu ouvido e, com a ponta dos lábios encostados na minha pele, sussurrou:
– Você tá sem calcinha que eu sei.
Com minhas mãos direcionei aquele cabeção e sussurrei de volta, dessa vez olho no olho, boca com boca:
– Então o que você tá esperando?, dizendo beeeem lentamente, com uma risadinha irônica, já de fogo pelo álcool e por aquele homem.
Eu não esperava tanta iniciativa. Ele levantou bruscamente, pegou minha mão e me mostrou que agora era hora de seguir o mestre. Passou pelas mesas no salão mais cheio pela happy hour, desviando aqui e ali até chegar ao banheiro. Entrou, trancou a porta, não quis nem saber. Meu tesão para explodir a qualquer momento, adrenalina palpável por todo o corpo, como uma aura de luxúria. Me encostou na parede, ajoelhou, levantou meu vestido e aquela boca soube exatamente o que fazer. Gozei uma, duas, três microvezes, tapando minha boca com o braço pra segurar o grito.
Minha vez. Fui levantando aquele homem gigante, abrindo o zíper, puxando o… Gente. Onde estava? Não achava. Mas ele tinha 1,90m. Não era possível. Ele tinha me chupado. Tinha se excitado. Era pra estar maior. E nada. Pau meia bomba. Virei de costas. Ele merecia uma entradinha pelos fundos. Não era o cu. Mas a porta dos fundos. Com meu rabo gigante aquele pinto ia aparecer. Não era possível. Tudo em fração de minutos e agora começava a ralentar. A hora não passava. Desespero. Segundos que pareciam uma eternidade. Meu espanto já saindo da toca. Aquele pinto. Não. Veio. O primeiro pinto pequeno a gente não esquece nunca.”