Mega-Sena do sexo
Estávamos aproveitando a happy hour da sexta-feira com cerveja e chips de batata doce, enquanto falávamos sobre a Mega-Sena acumulada em mais de 100 milhões de reais, depois que ninguém acertou o sorteio dos 90 milhões. Ficamos ali fantasiando o que faríamos com aquele tanto de dinheiro. Viajar pelo mundo, comprar um imóvel pra cada um da família, nunca mais trabalhar, montar startups, investir em ONGs protetora dos animais, se tornar vizinha do Matt Damon, frequentar a mesma aula de ioga da Angelina Jolie. A lista era basicamente aquela de sempre, nada muito diferente do que qualquer desejo mortal e inalcançável. Até que Marcia fez uma proposta:
– Vamos fazer outro tipo de lista agora e vamos pensar em cada foda ruim que a gente já teve na vida. A pior que a gente teve ou o que deu errado e que poderia ser evitado.
Não entendemos direito qual era o rumo daquela proposta em relação à Mega-Sena, mas falar sobre foda ruim sempre rendia boas risadas pra uma mesa de bar. Pedimos mais uma rodada de cerveja de trigo e começamos.
1) O cara me chamou de outro nome e me desconcentrei. Ele acabou gozando mesmo assim, saiu da cama e não voltou mais;
2) Quando ele tirou a roupa, perdi o tesão. Não tinha o que ele fizesse que me trouxesse de volta. A sorte foi que ele gozou rápido;
3) Depois de algumas taças de vinho, o cara que eu mal conhecia queria que eu desse o cu. Nem a pau. O cara nem tentou sacar o que poderia funcionar ali para os dois, gozou logo e ficou achando que tinha sido estrela;
4) Uma vez a gente tava ali num rala e rola legal quando o cara, do nada, me virou de costas, completamente fora de propósito, quebrando meu clima. Gozou furunfando em mim por trás sem penetração. Tipo uó;
5) Na festa de formatura, todo mundo já muito bêbado, me peguei com esse cara. Fomos pra um dos banheiros e ele me colocou em cima da pia. Tudo parecia caminhar pra essas fodas excitantemente trash, quando ele já foi gozando com minha calcinha ainda no meio do caminho.
Marcia fez uma média aritmética de todas as histórias que foram surgindo – muito mais do que os exemplos acima – e disparou:
– O problema da foda ruim, ao menos pras mulheres desta mesa, não tem outra raiz a não ser a ejaculação precoce, que mais deveria ser chamada de ejaculação egoísta. E se a gente pudesse resolver o grande problema da foda ruim, o que vocês fariam?
a) Eu criaria grandes campanhas de saúde com um passo-a-passo de como dar um bom boquete. Seria distribuído em cada saída de balada, estaria nos balcões de cada centro turístico. Utilidade pública, minha gente!
b) Ah, eu criaria um aplicativo baseado em avaliação pra critérios como “empatia da foda”. E se o cara tivesse reviews negativos no caso de ter gozado sem tentar fazer a mulher gozar, seria banido!
c) Homem com nojinho de xota sofreria internação compulsória. Teria de escrever em uma lousa mil vezes a hashtag #xotamaravilhosa. Chamaríamos a Sarah Sheeva pra ser a madrinha do programa, que entrevistaria os caras que passaram pela linda conversão.