Faltou camisinha no bloco de rua
E como aqui a gente só quer saber de ziriguidum pelos próximos dias, mais uma história de samba (ou melhor, salsa), suor e tesão. Aproveitem!
“Somos de Brasília e resolvemos curtir o carnaval de rua de São Paulo – eu, em busca de amores de verão heterossexuais; ele, em busca de mocinhos deliciosos. Era um sábado de calor avassalador e nos hospedamos em um hostel na Vila Madalena, para que tudo ficasse à mão. Seguimos para um boteco qualquer, batemos um PF e começamos os trabalhos ali mesmo, com litrões da cerveja mais barata do cardápio. Emendamos umas cachaças e, pá, tomamos as ruas.
Muita gente fantasiada, tudo muito colorido: das vestimentas à atitude, todo mundo era de todo mundo. Não foi difícil meu amigo encontrar ex-colegas da UnB, brasilienses que tiveram a mesma ideia que a gente. Pronto, estava formada nossa grande turma. O bloco já tinha muito comércio ambulante organizado e resolvemos comprar um combo de vodcas de um rapaz vestido de coringa – nada mais apropriado. A partir dali, ficamos bem alterados. O último copo eu já não aguentava mais beber. Nisso, aproveitei a deixa:
– Vá encontrar um macho que eu vou nessa (outra) direção.
Dei três passos e um boy me chamou para dançar salsa. Àquela altura, a trilha do bloco podia estar tocando o que fosse; se alguém dissesse que era salsa, salsa seria. Não foi à toa: o boy era colombiano. Colombianos são meu tipo. Só pelo sotaque percebi que estava diante de um. São simpáticos e têm pegada. Fiquei por ali mesmo, me atracando com ele. A gente se pegou como dois animais, nossa química era quase palpável, a gente não sabia mais onde morder, beijar, passar a mão, todos os cantos possíveis dos nossos corpos estavam sendo tocados, amassados, apertados. Eu estava decidida a dar pra ele ali na rua mesmo. Estava possuída!
Falei com alguém do meu lado:
– Me arranja uma camisinha!
A galera começou a olhar os bolsos, as pochetes, as bolsinhas. Ninguém tinha um puto de uma camisinha para me dar.
Aquela pausa da caça ao tesouro, a caça à gloriosa camisinha, começou a atrapalhar o tesão. Então retomamos. Peito com peito, braços pelas costas chegando quase até o chão, paradas na altura daquele pau ereto e aprisionado no short dele, paradas dele na minha xana encharcada de tanto tesão. Nos encostamos em um muro pelo caminho e continuamos nos comendo ainda vestidos, ao ar livre, na companhia daquela multidão, na maior folia do bloco da Vila Madalena. Até que o segurança do prédio do muro que a gente estava nos viu, me agarrou pelo braço e nos expulsou dali. Mas o quarteirão era grande e, no meio do caminho, o despistamos e continuamos na pegação. Não dava para seguir pulando e se atracando: aquele muro era muito necessário.
Não deu outra. O segurança nos enxotou dali novamente, dessa vez, dizendo que chamaria a polícia. Seguimos o bloco, dançando nossa salsa, com roxos de chupões por todo o meu corpo. Foi a não-foda mais deliciosamente frustrante da minha vida”.
Venha pular Carnaval no “X de Sexo”! Funciona assim: você coloca a sua história de Carnaval na rua e a gente joga confete! O e-mail é carmenfaladesexo@gmail.com