A última transa com um grande amor
“Era o sexo da despedida.
A realidade finalmente havia batido à nossa porta. Foram meses da paixão mais profunda, do sexo mais intenso. Um espaço de tempo em que havíamos nos entregado um ao outro como raramente as pessoas se doam. Ele tinha tido o melhor de mim. Eu tinha experimentado a dedicação e a adoração dele.
Mas naquela manhã cinza e fria, no quarto de motel que havia se tornado nossa casa, como eu costumava fazer piada, sentamos na cama e choramos abraçados.
O desejo, entretanto, se impôs. A proximidade daquele corpo adorado e o cheiro daquele homem tão másculo e belo atrapalhavam a minha compreensão do que estava acontecendo, da escolha que se fazia necessária.
Soltamos nossos corpos para trás e, deitados, colamos nossos rostos com lágrimas, rímel borrado e vontade um do outro. Ele me agarrava e eu o segurava forte na tentativa de nos proteger da dor que entrava como neblina densa pela fresta da porta.
Nos beijamos de leve, quase como nos experimentando novamente pela primeira vez. Depois veio o beijo sôfrego, desesperado, faminto. E ele me perguntou: “O que você quer?”
Eu respondi com a convicção do impulso: “Me chupa”. Ele, de pronto, atendeu. Estávamos completamente vestidos, ele puxou minha calça – calcinha junto – e mergulhou a língua no meio das minhas pernas, me lambia, me beijava a buceta, me dava o prazer que só ele foi capaz . Eu já estava a caminho do orgasmo, quando falei baixinho: “Vem”.
Ele entendeu. Continuou molhando meu grelo mais um pouco e, enfim, se levantou, abriu rapidamente a calça, abaixou a cueca. Vi como seu pau estava enorme e duro, do jeito que ficava sempre que ele se dedicava ao meu prazer.
Do pau, mirei seu rosto e me deparei com um olhar inédito: o tesão se misturava com o sofrimento.
Saber que estávamos nos perdendo, que nossos planos e sonhos morreriam naquele quarto, naqueles lençóis, enforcados por outras amarras que estavam a quilômetros dali, nos deu uma urgência. Eu, ainda de malha de lã e calça legging presa aos pés, enrolei minhas pernas nas dele – como nós dois tanto gostávamos.
E se fez o momento que sempre foi o mais sublime das nossas transas, que colocava a Terra no eixo e fazia a vida ter sentido: ele me penetrou, ainda vestido. E nos entregamos completamente um ao outro pela última vez.
Nossa morte foi do jeito que deveria ser: gozamos juntos, sem barreiras. O líquido quente dele dentro de mim era simbolicamente o que fazia eu me sentir mais dele e ele, meu por completo. E, ai, como isso me dava um tesão gigante.
Terminamos silenciosos. Bem nós, que tanto falávamos, chegamos ao fim sem palavras, sem conversa. Outros caminhos existiam, mas o possível foi esse. Sorte a minha que tive a oportunidade de conhecer uma conexão física que reverberou na alma”.
A história acima é de uma moça chamada Cristina Castro.
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