Quando dói e a gente gosta
Eis que abro a nossa caixa de e-mails e vejo, feliz, que uma das antigas donas deste blog, Lia, nos escreveu uma história. Bateu saudade e ela fez este relato. Lia, só uma coisa a dizer: ver a cara de tesão latejante do parceiro é realmente de lascar, uma excitação só! Obrigada pela história.
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“Há noites de sexo –ou dias, manhãs– que são tão intensas e pesadas que fazem seu corpo lembrá-la do script. Eu adoro esses dias em que uma dorzinha muscular, como a de quem volta a malhar depois de um período de sedentarismo, aparece. Subir as escadas e sentir as coxas, lembrando que cavalgar naquele cara te exigiu pernas. Levantar os braços para lavar o cabelo e enxergar a cena de você de quatro, se segurando de bruços. Mas existe uma dor diferente de todas essas. A de dar o rabo.
Todo mundo que já fez sexo anal sabe do que estou falando. Deduzo que quem faça sempre tenha outro tipo de relação com a dor, obviamente. Mas quem faz com pouca frequência, que é o meu caso, sente essa dor mais pesadamente.
Dói. Seja como for, dói. Mas também é fodamente bom se o cara tem cuidado quando você pede. Se, naquele momento delicado e de ansiedade dupla quando o pau começa a entrar, ele sabe como te segurar pra isso, para facilitar. E, claro, se você também está relaxada e consegue controlá-lo. Pois, sim, os caras piram. E querem enfiar, socar, e você implora “devagaaaar”. Quase nos matam ao se descontrolarem de tesão…
Eu só gostei de dar o rabo, integralmente, até o fundo, para um cara na vida. Outros começaram, tentaram, uns insinuaram, mas dar tudo, mesmo, com prazer e dor, de dar e querer repetir, foi só para um. E me arrepio cada vez que lembro. O pau dele é delicioso, largo, grande. Fiquei com esse muito, muito tempo. E por um bom tempo antes de ele meter atrás. A primeira vez foi numa manhã. Lembro até hoje de ir trabalhar e passar o dia com dor. Numa viagem, que fizemos na sequência, ele ficou impressionado de ainda estar meio machucado.
Outra vez foi uma parada de urgência que fizemos em um motel, de tanto tesão que estávamos. Ele me comeu em pé na escada e quse me arrebentou, pois não se controlava dentro de mim. Ele adorava relembrar que fora a vez que gritei mais alto na vida (eu não lembro disso!). Mas numa das que mais me enlouqueceu, outra manhã, era um dia que eu não esperava. Dar o rabo, para mim, não combina com uma rapidinha, requer mais dedicação. E nesse dia ele, depois de uma viagem longa, estava fora de si.
Começou a me fazer perguntas que eu não tinha como responder, e a cada vez que eu dizia não, ele respondia ameaçando comer meu rabo até eu não aguentar mais. Foi da sala ao quarto, abriu o criado mudo e encheu o pau dele de lubrificante. Olhei nos olhos dele, de louco, meio fulminante, e soltei um “cuidado…”. Ele me virou de costas, eu me apoiei de leve na cama, empinei a bunda e ele começou. Depois de colocar a cabecinha, tentou acelerar respirando acelerado e eu o segurei. Disse que ficasse parado, que eu iria enfiá-lo em mim, indo para trás.
Eu senti a mão dele me apertando o quadril quando sentiu que entrou, começou a entrar e sair, devagar porque eu implorei, eu fui relaxando, até chegar ao misto perfeito (e indissociável para mim) de tesão e dor… Ver a cara dele refletida no espelho da parede só me enlouquecia mais e mais.
Alguns minutos ali de quatro, meio em pé, empinando a bunda mais do que nunca para ele continuar me comendo, eu pedi que ele gozasse dentro de mim. Lembrar da cara dele ao me ouvir falando isso e da cara dele gozando me deixam louca até hoje. Além de um tesão e uma paixão louca por esse cara, havia uma intimidade grande. Pois, sim, dar o rabo inclui alguns riscos óbvios, como se sujar um pouquinho. E é preciso haver liberdade para não haver constrangimento.
E diferente da dor das coxas, do braço que ele segurou forte, dar o rabo faz, sim, eu lembrar por alguns dias de que fui comida por trás. E eu ADORO lembrar da cena dele me comendo cada vez que a dorzinha aparece pra dizer oi…”