Por que não podemos ter tudo nesta vida?
Se você não acompanhou o último post deste blog, com a carta de um leitor nosso, aqui vai a explicação: nós tínhamos escrito sobre as “mulheres de 30”, sexualmente resolvidas [ou que assim deveriam ser], e o nosso leitor contou uma historinha dele, que ele mesmo dividiu em duas partes. A primeira você lê aqui e a segunda segue abaixo. O que você acha de tudo isso? Grande bobagem? As mulheres são loucas e ponto final? Calma que a discussão continua com a gente, logo mais.
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“Logo após terminar com Ana, conheci uma outra moça: a Isa (nome fictício). Isa também tinha saído de um relacionamento de longa duração e estava começando a conhecer outras pessoas. Se com Ana a química foi toda sexual, com Isa as coisas rolaram de forma diferentemente. Conversamos meses (pela internet) antes de sair. Ela era uma moça erudita, versada em vários assuntos.
Sabe aquela pessoa com a qual você pode conversar por horas? Então. Intelectualmente tínhamos uma ligação muito intensa, entende? Logicamente, me apaixonei. Finalmente saímos para nos conhecer e demorou um tempinho ainda até rolar a primeira noite. Foi ótima. Intensa. Com aquela “paixão” no ar. Foi durante uma viagem. Achei ter encontrado nela justamente a ligação que não consegui estabelecer com Ana. Nem me lembro quem disse “eu te amo” primeiro. Mas acho que fui eu. Enfim, final feliz para a minha história, certo? Mais ou menos…
Depois da viagem –e depois da experiência com Ana–, eu tinha grandes expectativas com relação a Isa no sexo. O problema é que as coisas foram rapidamente esfriando, até que rolaram os primeiros estranhamentos. Isa passou a demorar cada vez mais para “conseguir” transar. Às vezes ficávamos na pegação por horas até que a coisa saísse. Isso começou a me incomodar um pouco. Um dia, durante um ato, ela simplesmente parou tudo e se deitou. Disse que estava passando mal. Demos um tempo (eu ali na mão) e ela não esboçou qualquer reação. Quando tentei retomar, ela pediu para ir embora. Achei estranho. Mas tudo bem.
Seguiram-se, então, momentos de altos e baixos. Fomos morar juntos e a esperança se renovou. Tínhamos momentos bons e momentos em que a relação parecia uma amizade. Sempre coloquei para ela a importância que eu dava ao sexo na relação. E isso tornou-se motivo para muita briga e discussão. Dei mancadas com ela. A coisa foi piorando. No começo, tentava manter um ritmo de duas relações na semana. Depois uma. Depois a cada dez dias. Hoje o normal é transarmos duas vezes por mês. E não é incomum que o intervalo entre as relações seja de 15, 20 dias.
Eu cansei de brigar, mas permaneço bem insatisfeito. Ela sabe e até tenta contornar. Mas a verdade é que no sexo nada é mais broxante que o tentar, que o “se esforçar”, não? Ou é uma coisa natural ou não é! Já discutimos opções pra tentar esquentar as coisas, mas é complicado. Ela diz não ter fantasias, nem fetiches. Rechaça qualquer possibilidade de sexo a três (mesmo que fosse outro homem). Nem de filme pornô ela gosta. Na verdade, para ser bem sincero, nem chupar meu pau ela curte. Nesse tempo juntos foram, sei lá, uns 4 ou 5 boquetes. Não que eu faça a contabilidade. Mas é que foram tão poucos que se tornaram grandes eventos.
Aonde quero chegar com esse relato? Acho que Ana e Isa representam dois polos opostos: a primeira era sexualmente muito bem resolvida, mas emocionalmente carente. A segunda é absolutamente bem resolvida emocionalmente. Sabe o que quer da vida, dos seus relacionamentos e do mundo. Mas tem todos os tabus sexuais possíveis! Lógico que Ana teve mais tempo para rodar e descobrir as coisas. Talvez Ana fosse tão inexperiente quanto Isa, com a mesma idade.
A questão que fica é: como encontrar o equilíbrio entre os dois polos e viver uma vida afetiva e sexual bacana? Devolvo a pergunta a vocês! Temos tentando, Isa e eu, trabalhar estas questões com muito diálogo. Aos poucos descobri que ela teve uma iniciação sexual tardia e cheia de problemas. Que teve pouquíssimos parceiros antes de mim. E que, provavelmente, nunca tinha gozado numa relação sexual antes de me conhecer.
Ou seja: Isa vai ter um longo caminho pela frente se quiser, um dia, transar com a mesma liberdade que Ana. E aí fica mais uma questão: dá para transar com essa liberdade numa relação de longa duração (namoro, casamento, união estável)? Ou será que terei que sair da vida de Isa para que ela possa se descobrir? Enfim. No meio disto tudo estou eu. Há meses sem ser chupado. Vendo mais filme pornô na web do que nunca e pensando: “E se eu tivesse proposto a Ana que chamasse a sobrinha naquele dia?”
Acho que valeria a pena falar sobre esse tema (ser “bem resolvido” na cama a na vida) no caso dos homens. Mas deixo esse “causo” para outro contador.
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Alguém aí se habilita? 🙂