Vai querer o jato em que parte do corpo?
Por Rebeca
Outro dia recebemos o seguinte de um leitor:
Começando do começo, o sexo é tão subjetivo que tem gente que topa tudo, tem quem não tope nada e tem milhares de meios-termos. Eu, particularmente, acho que, se você já está trocando uma série de fluidos corporais tendo um contato tão íntimo com outra pessoa, não tem muito por que ficar de frescura.
Se vai no cabelo, no peito ou na cara, para mim é como se ficasse na própria vagina –ou seja, meleca o corpo do mesmo jeito e você tem de fazer uma certa higiene depois (“certa higiene” pois depende de para onde você vai em seguida e do grau de intimidade que tem com a pessoa; acho horrível, por exemplo, correr para tomar banho como se quisesse tirar aquilo ao primeiro minuto pós-gozada).
Nos olhos, a única chatice é que o negócio incomoda um pouco. Mas é natural que a mulher esteja de olhos fechados ou semi-cerrados ao fazer sexo oral. Então, se entrou no olho da gata, haja azar! De resto, tanto faz o lugar, e a intimidade do casal faz o episódio ficar divertido se tiver entrado em algum buraco errado.
Se o cara gozou na minha boca, eu acho deselegante cuspir. Mas também acho foda o cara (ainda mais se não tenho tanta intimidade com ele) não me dar a chance de decidir. Há truques para fazer a cuspida parecer uma coisa cheia de tesão, como deixar escorrer um pouco com a boca aberta enquanto dá uma última chupada no pau. Claro que não há saída se o jato foi direto na goela, como relatei aqui num outro post.
Conheço mulheres que conseguem distinguir sabores no gozo do parceiro –sofisticação gastronômica que está além do meu alcance. Aliás, acabo de me lembrar de um texto que saiu aqui na Folha sobre o sabor da porra e como ela era usada em receitas. Daí que o autor do livro, que testou as receitas com o próprio sêmen, contava que a alimentação do cara influenciava no sabor do que sai dele –meninos, gengibre. Bem, nunca fiz pesquisa de campo sobre isso e, ainda assim, continuo achando que todos os jatos têm cheiro e sabor de cloro, de água sanitária, algo um tanto detestável para se degustar sem estar no auge do prazer do sexo.
suckmypixxxel.tumblr.com
O mais engraçado é que os caras têm o maior tesão em ver a mulher engolir seu esperma e eles próprios fazem cara de nojinho para o que sai deles (aliás, muitos homens não topam coisas que eles querem que as mulheres topem, como dedo no cu e beijo entre homens –assunto para um novo post). Anos atrás saí com um cara que só queria saber de gozar dentro da minha boca, e eu não queria engolir absolutamente toda vez que me encontrava com ele. Daí que isso virou um assunto e, de tanto eu dizer que ele não podia exigir tanto se nunca tinha provado o próprio pênis, fiz uma espécie de greve: só volto a engolir depois de você experimentar.
Bem, ele ficou puto (mas não o suficiente para parar de me ver) e passou uns quatro ou cinco encontros sem tocar no assunto. Gozava lá embaixo mesmo e assunto encerrado. Mas não era esse mau humor todo que parece: a gente se divertia com a disputa e ele contava que preferiria “passar o resto da vida gozando na mão”. Ele dizia, brincando (acho), que engolir a sua porra era como se pudesse comer o próprio cu. Homens e seus exageros… rsss.
Não passou do sexto encontro até que ele, depois de beber umas e outras, tomasse coragem para “provar”. Mas com uma condição: ele iria provar uma mera lambida na minha barriga e, depois, estaria livre para me comer do jeito que quisesse. Eu nem estava imaginando o que poderia ser isso, só queria vê-lo experimentando. Tamanha expectativa, porém, se resumiu a um: “Hmm, suquinho de laranja”. E caímos na gargalhada com a careta que ele fez ao dizer essa frase sem sentido.
Depois, toda vez que marcávamos um encontro, ele perguntava: “Vamos tomar suco hoje?”