A tal da química ou contentando-se com pouco
Por Rebeca
Eu fico me perguntando, vez ou outra, o que faz as pessoas (a gente) se apaixonar por uma outra pessoa que transa mal. É porque nos apaixonamos pelo que o cara é (simpático, engraçado, gentil etc.) e daí esquecemos do sexo; é porque não achamos sexo tão importante assim; ou é porque não temos experiência suficiente para saber se o sexo da outra pessoa é bom ou não?
Eu, particularmente, nunca consegui me apaixonar por um cara de pau pequeno, por exemplo. E todos por quem eu me apaixonei algum dia eram bons de cama e tinham um pau de respeito. Não sei se foi apenas coincidência… Mas coleciono algumas histórias curiosas de amigas, que ajudam a dar gás a essa conversa.
Um delas é daquelas que gostam de uma boa transa, dedicada –a gente bem sabe que tem gente que não se importa com sexo. E ela sempre teve parceiros substanciosos (pelo que ela nos conta), animados na cama. Eis que outro dia ela me contou que estava perdidamente apaixonada por um cara, super cool, e a sua segunda frase foi: Ele não é tão bom de cama assim, pau pequeno…
Eu dei um pulo para trás: Mas como você conseguiu se apaixonar, mesmo depois de já ter experimentado o sexo com ele? Por tudo o que ele representa, ela me disse, não pelo sexo. Bem, eu teria de consultar um psicólogo para entender realmente o que se passa na cabeça da minha amiga. Ela está encantada pelo hype do cara, as músicas que ele ouve, os livros que lê, os filmes a que assiste. Mas será isso suficiente para sustentar uma relação?
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Tem quem me diga que, quando a gente tiver 70 anos, não é o sexo que vai importar, mas os livros, as músicas, os filmes… Pois eu mesma já me relacionei com um cara que tinha o pau mais lindo da cidade, rosa, ereto, circuncidado, sem manchas nem pêlos, pau-modelo para revista nenhuma colocar defeito. Mas não conversávamos. A relação durou quase 1 ano só por causa do sexo. Ele era jazz, eu era rock; ele gostava de Woody Allen, eu, de Tarantino; ele curtia as montanhas, eu preferia a praia. Uma coisa assim… Sexo bom sem papo faz a relação uma hora ficar sem graça.
Em se tratando de uma relação, se você quer durabilidade, mais vale, então, o papo que o sexo, certo? Não sei. Acho que entra aí a química. Se os corpos se arrepiam, talvez não haja pau pequeno que mele uma transa dessa. As pessoas vão se conformando: “Ah, ele não me dá lambidas atrás do joelho, mas me faz gozar direitinho no papai e mamãe” ou “Ela tem nojinho de chupar meu pau, mas de vez em quando me dá o cu”. Tudo depende da expectativa. E acho que deve ter muita gente por aí se contentando com pouco.
Meu pai sempre me disse que, como eu sempre quero abraçar o mundo, eu tenho que esticar o meu braço e o das outras pessoas também. Então, vamos lá, mexa esse pau direitinho aí, deixe de moleza, venha aqui chupar direito esse negócio… Verborragia demais talvez, mas não há mal em querer aprimorar uma relação se existe química e algo mais que você queira preservar. Sexo é prática. Ninguém nasce sabendo fazer sexo oral, por exemplo –e eu gosto de ser chupada de um jeito e a ex-namorada do bofe gostava de outro.
Então, deixe eu dar uma explicadinha, e vamos brincar de transar mais gostoso juntos. Prontos para a brincadeira. Porque ninguém merece se eletrizar com uma pessoa, ter química, timing, com um beijo que é o máximo, e, na cama, a pessoa parece um virgem de 40 anos –um desperdício de tempo.