Ainda sobre traição, assunto tão vasto…
Depois que publicamos o post sobre contar ou não contar uma traição, recebemos vários comentários [muitos contrários, ainda bem, viva a democracia], incluindo essa carta de um leitor. Mais assunto para pensarmos. Quem tiver o que falar, estamos abertas, é só escrever. 😉
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Gostei da opinião sincera de Rebeca com relação às puladas de cerca que teve e do arrependimento por ter contato a verdade para um dos seus parceiros. Eu tive experiência similar com minha mulher, errei ao ter procurado por algo fora de casa, quando sempre tive e pude realizar minhas fantasias com quem mais amo e admiro. Levou um tempo para que eu lhe contasse a verdade, mas a dor de culpa e do erro estavam já pesados demais para que eu segurasse isso por mais tempo.
Hoje, confesso, não sei se sinto mais o peso dos erros que tive ou do fato de ela poder a qualquer instante querer se vingar. Vingança essa que chegou muito perto de acontecer, pois o envolvimento que ela desejou ter com outra pessoa não era somente um “payback”, mas o sentimento estava acima da atração física nesse caso. Ou seja, de “brinde” ganhei um balde de insegurança. Insegurança tal que para mim parece com um efeito avalanche, pois acaba expondo somente meu lado fraco, desguarnecido e frágil. Agora me responda: qual mulher vai querer ou sentir atração por um homem desses? Só se for por pena ou dó! E isso é algo que realmente não quero.
Hoje a minha vida está em uma situação assim: conversamos muito a respeito dos erros que tivemos um com o outro. Sim, ela já se encontrou e se insinuou para outros homens, antes mesmo que eu tivesse confessado meus erros deliberadamente. Mas jurou que nunca teve uma traição de fato. E resolvemos pôr uma pedra em TUDO, absolutamente tudo o que fizemos de errado e recomeçar a partir daí. Temos uma vida muito mais aberta a diálogos e resoluções na base da conversa e da falar de forma sincera. Para falar seja de uma angústia, uma dor, uma alegria ou o desejo um pelo outro. Isso é o lado positivo de tudo, pois sabemos que cada novo tijolo que criamos de nosso relacionamento tem sido mais forte!
No entanto, me restam dois poréns: minha insegurança (que já foi muito maior; tenho trabalhado muito para diminuí-la a cada dia) e o fato de que a paixão que ela teve com uma certa pessoa hoje os tornam grandes amigos. Eu conheço o cara, converso com ele e tudo o mais. É uma pessoa muito respeitosa e gosta de mim e dos meus filhos também. Houve, sim, uma oportunidade para poder ter algo mais com ela e se recusou a fazê-lo inclusive cortando a amizade entre eles por mais de quatro meses. Hoje eles são grandes amigos, mas tenho medo de que a chama que ela sentia antes volte a reacender.
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Ela diz que isso não é mais possível, pois sente por ele um carinho de irmão. Mas, do meu ponto de vista, por vezes penso que eles só não foram em frente pelo respeito que ele tem por todos nós como uma família. Entendo perfeitamente que uma coisa está atrelada a outra. À medida que eu me aproximo mais dele como amigo, acabo desestimulando-os a quererem ter algo no futuro. Sinto também o quanto ela tem se esforçado pra me mostrar que tudo está bem e sempre me conta o que anda acontecendo e quando eles se encontram, o que conversam e o que fazem…
Mas ainda é notória a diferença de comportamento dela quando o atende ao telefone ou durante uma conversa. Ela se transforma, se torna uma pessoa mais extrovertida e alegre. Acabo ficando em uma situação dúbia, pois não sei se confio somente no que ela me fala ou na forma como ela se porta. Por essa razão, ela tem diminuído o contato com ele. Menos telefonemas, menos mensagens, menos contato…
[dias depois, o nosso leitor nos mandou esse complemento:]
Não tenho provas de que eles realmente ficaram ou tiveram algo. Porém, desde o dia em que enviei para vocês do blog a primeira mensagem, nossa vida tem sido ainda muito melhor do que antes. Aconteceram outras situações que fizeram-na se atentar ao fato de que a vida com ele deve ser mantida como amizade. O distanciamento entre ambos tem sido cada dia maior.
Ela percebeu que atender tanto as necessidades dele estavam deixando-a como um alicerce essencial na vida dele e ele se tornou extremamente dependente dela. Ela enxergou isso como algo prejudicial na sua vida como pessoa e como profissional. Hoje ela está decidida que sua prioridade é a nossa vida a dois e em família com nossos filhos. Estou muito feliz com isso.