Traí, e agora: conto ou não conto?

xdesexo

Por Rebeca

 

 

Em toda a minha vida de relacionamentos, com várias traições da minha parte no meio, eu sempre me perguntei se deveria contar a traição. De todos os caras que eu traí, só contei para um –e foi terrível, porque óbvio que ele nunca esqueceu aquilo e me deu o troco. Até hoje ninguém veio me contar que fui traída, mas logo depois desse episódio em que eu confessei a traição e senti na pele o rancor do chifre eu adotei o lema: se comeu alguém por aí, sem envolvimento, não me conte. Não tem só a ver com a vergonha de aceitar o cara de volta depois que todo mundo souber que levei um chifre… Tem a ver com amor próprio.

 

 

Teve gente famosa que sofreu em público, perdoou e está vivinha da silva por aí: Grazi Mazzafera, trocada por Ísis Valverde [e depois o ex voltou com o rabo entre as pernas], e Dani Calabresa, cujo maridão foi flagrado com uma qualquer na noite do Rio. As duas perdoaram, mas a questão não tem a ver com o tamanho da vergonha se você é famosa. Se você é gente normal como nós, como fica? Você perdoa? Como conviver com aquilo na cabeça pro resto da vida? E imaginar que o pau do seu cara andou se divertindo sem você por aí? Foi uma transa qualquer? E se ele ficou envolvido, quis mais e agora pensa nela…?

 

 

Bem, outro dia ouvi uma história de uma amiga e fiquei grilada, pensando em como as pessoas reagem de mil maneiras diferentes [e eu, para falar a verdade, só saberia o que fazer quando estivesse de fato diante de uma situação como essa]. Ela é casada, tem filhos pequenos e um marido bonitão, cheio de charme. Os dois sempre tiveram um sexo gostoso. E ele sempre foi bem apaixonado e carinhoso, um cara presente. Mas começou a trabalhar muito e até tarde, chegava em casa exausto. Quase todos os dias, dava carona para uns colegas de trabalho, que saíam tão tarde quanto ele –e às vezes esticavam  numa cerveja para desopilar.

 

 

Certo dia, minha amiga foi num aniversário de um deles e conheceu os colegas de trabalho do marido. No meio, uma menina mais jovem que ela, durinha, daquelas que tinham colocado um pouco de silicone, bunda em cima, sem filhos e sem documento. Não era nada até que uma faísca fez a minha amiga perceber que a menina sempre pegava carona com o marido, e vivia mandando mensagem no celular [“Ah, amor, coisa de trabaho”]. Realmente, até ali não tinha nada, mas a imagem daquela menina não lhe saía da cabeça.

 

 

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Corta. Meses depois, sentindo o marido distante, ausente, sempre ao celular, pegou o aparelho numa noite… e viu mensagens íntimas típicas de quem estava tendo um relacionamento. O marido negou, disse que não era nada, “somos amigos”, ela está apaixonadinha por mim, mas é admiração do trabalho, já falei para ela que não tem nada a ver”. A mulher quis acreditar, de verdade, aguentou mais uns meses. Até que o marido se viu na seguinte emboscada: minha mulher e meus filhos de um lado, um casamento sólido, mas morno, e uma paixão daquelas de adolescente, quando o pau fica duro só de sentir o hálito da pessoa, mas sem futuro nenhum. O que fazer?

 

 

Bem, ele expiou a própria culpa: contou para a mulher que andava comendo a menina, mas que ela, sim, era a mulher da vida dele, mãe dos seus filhos, com quem ele quer ficar de verdade, me perdoe peloamordedeus. A minha amiga deu uns belos tapas na cara dele, mandou ele sair de casa por um tempo para ela poder pensar, admitiu que ainda ama o marido, que quer ficar com ele, está fazendo ele realmente se mostrar arrependido, mas o drama interno é muito maior. Uma pessoa ferida se dá o direito de armar qualquer revanche. Algo como: posso sair de topless na praia, deixar alguém passar a mão na minha bunda e ainda assim é pouco. Ah, já sei, vou arrumar um amante…

 

 

A questão é: puquepariu, por que contar? Claro, em primeiro lugar, por que traiu? Por que se deixou envolver tanto tempo com uma pessoa? Por que, por que, por quê? Mas a ferida só dói quando a gente sabe. Então, por que você me contou? Você não está sendo bonzinho, gentil, legal, você só está dividindo essa culpa gigante e pesada que você deveria carregar sozinho para o resto da vida. Eu já vou avisando para qualquer marujo com quem me relaciono: não me conte. Sabe aquele dia em que você estava louco de tesão pela menina do trabalho, tomou umas cervejas com ela e rolou? Pois é, não me conte.

 

 

Eu vou ter vontade de cortar seu pau fora, de mandar você para aquele lugar, de rasgar todas as suas roupas. Mas o problema é que, se contar, você vai me dar o crédito de desconfiar de você para sempre e de ferrar com a sua vida na primeira esquina em que eu tiver oportunidade. Só por pura vingança.

 

 

E você, já ouviu uma confessou de traição?

 

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