Deixe-me fazer isto com você
Por Diana
Como a gente muda em relação ao sexo.
Há meia década, mais ou menos, tive uma reunião de bar com amigos de juventude que não via há anos e por coincidência estavam todos em São Paulo ao mesmo tempo. Éramos quatro: eu, com casamento recém-desfeito e na maior seca; Lina, casada com um namorado da época da faculdade; Cris, cujo primeiro filho nasceria dali a três semanas; e Paula, que se casou com um inglês, oficial da Marinha e virou “esposa-acompanhante”.
Na época eu estava pronta para cair na solterice, mas tinha receios de novata (“e se eu não gozar com outro? e se eu não curtir o beijo?e se for perigoso ficar um estranho na noite?”).
Os conselhos foram na linha “experimente e conte para a gente”. Ninguém estava, digamos, curtindo a vida adoidado: Lina, que havia aprontado na faculdade, vivia então um casamento meio morno, com um grande amigo que não queria saber tanto de sexo quanto ela. Cris sempre foi e sempre será um tarado, mas estava apavorado com a perspectiva de ser pai e em crise com a namorada. E Paula, que só transara com o homem que viria a ser seu marido, ainda achava sexo uma maravilha estranha, quase distante.
Pois bem, eu realmente experimentei e, como bem sabem os leitores deste blog, gostei.
Passados cinco anos, Cris, Lina e eu voltamos a nos reunir (Paula ainda está na Inglaterra e, até onde eu sei, só transa com o marido e só quando ele está de volta a terra firme). Desta vez a situação era bem outra: euzinha estou mais experiente; Cris, separado da mãe de seu filho, voltou aos tempos de paixões loucas; e Lina, também separada do amigo morninho, se casou de novo com um homem tão “aceso” quanto ela.
Mas vamos por partes. Cris está de namorada nova. Trabalham juntos e ela é uma gatinha novinha, de 25 anos, louca por ele. Transam umas três vezes por noite, umas três ou quatro vezes por semana, em casa e no escritório. Ele diz que não tem tempo de ver pornô, porque está sempre transando. E praticamente não saem mais. Afinal, a única coisa que têm vontade de fazer quando estão na rua é voltar para casa para uma trepadinha.
Euzinha, como sabem, agora virei blogueira de sexo, tenho amigas em festas de sexo vip, posto anúncios em sites eróticos e casos não me faltam.
Mas foi na verdade Lina a maior provedora de histórias desse nosso último encontro. “Nunca gozei tanto na vida”, disse ela. “Mas precisei parar de tentar me convencer de que sexo não é importante para mim e que papai-e-mamãe de vez em quando basta.” Ela diz que não foi fácil, mas que hoje é uma mulher muito mais segura, feliz e realizada. E não é de uma forma totalmente tradicional.
Lina e o marido novo, um gato moreno de olhos verdes, moram em países diferentes. Mas mesmo assim transam diariamente – seja por telefone, skype, ou chat. E quando estão juntos a coisa explode. Sempre inventam algo novo.
Uma vez combinaram de não se masturbar por duas semanas em antecipação a um encontro próximo. (Eu não sei se dava conta e nem se vale a pena, mas ela garante que foi o máximo.) “Estava tão tarada que assim que nos vimos e nos abraçamos, gozei me esfregando na coxa dele, em menos de um minuto”, contou.
Os dois também gostam de fazer o outro gozar em boates. Pode ser dançando juntos no meio do bolo, encostados em uma parede, ou sentados no bar, quando ela tira a calcinha e ele enfia um ou três dedos na vagina já molhada e à espera.
Lina também se diverte sozinha, uma necessidade aumentada pela distância. Tem três vibradores diferentes e curte um bom pornô. Para melhorar, nos mostrou um site de fotos eróticas chamado “Let me do this to you” – parecido com o favorito deste blog, Suckmypixxel, mas talvez mais explícito.
Nesse ponto do nosso encontro, já uma garrafa de champagne e outra vinho na cabeça, o site era só o que faltava para apimentar nossa noite. Tem mulher com mulher em cima da mesa de centro com um homem comendo uma delas por trás; tem dois tatuados transando na banheira; tem seis mãos diferentes puxando (de leve) cada parte do corpo de uma mulher nua em uma cadeira; e tem muitos, muitos dedos e línguas em todos os buracos possíveis.
Tem vídeos curtinhos também – um no ar agora mostra um corpo masculino sarado enfiando os dedos na bucetinha de uma mulher nua, de costas contra uma parede, sem parar. Delícia.
Não, minha noite com Cris e Lina não terminou em suruba. Mas a gente troca figurinhas pornográficas agora. E Lina disse que teve um sonho misterioso na noite seguinte.
Só espero que tenha sido comigo.