Elogio da mulher rodada
Por Rebeca
Na última quinta-feira (18), a colunista da Folha Mariliz Pereira Jorge publicou o texto “Você é uma mulher rodada?” depois de ver um cartaz na página Jovens de Direita do Facebook (postado em 10 de dezembro), em que está escrita a frase “Não mereço mulher rodada”.
Mariliz elencou uma série de itens para você descobrir se é uma mulher rodada. Basicamente, se você já não consegue contar nas duas mãos para quantos caras deu (e tem orgulho de ter sexo por prazer), você é uma delas –e igualzinha às autoras deste blog.
O que me deixou indignada, no entanto, foi descobrir que ainda há no mundo esse tipo de homem (e que torna pública tal absurda opinião). Ele quer casar virgem? Ou quer comer várias e casar com uma virgem? Quer mulher recatada que não chupa suas bolas? Que não queira transar no capô do carro na volta da festa?
Inspirada no post de Mariliz, aqui vai o nosso teste para você saber se é um desses que não merecem mulher rodada, se é esse tipo de homem com quem a gente NÃO quer cruzar neste mundo (nem para ele descruzar as pernas)!
Você não nos merece se:
– acha um absurdo mulher que toma a iniciativa e o chama para sair
– é contra mulher que, no primeiro encontro, faz sexo oral ou quer transar
– quer saber quantos ex-namorados a mulher teve para inferir para quantos caras ela deu, no mínimo
– se diverte com filmes pornôs, fica com tesão quando a atriz lambe o cu do parceiro, mas na própria cama só quer saber de papai-e-mamãe
– enquanto não encontra a mulher certa, para apresentar para a mãe, não está a fim de sair curtindo qualquer transa por aí
– ou até quer sair curtindo qualquer transa por aí até conhecer a “mulher para casar”, mas nunca consideraria uma dessas “rodadas” para um relacionamento sério
Ai, que preguiça… Por que tem gente, homem e mulher, que acha sexo essa coisa tão do outro mundo? Deveria ser considerado, como sugere Mariliz, tão saudável quanto escovar os dentes. Ou como tomar um chazinho de camomila para desanuviar as tensões do dia. Ou como ir à massagista para tirar aquele nó das costas. Natural, natural.
Crédito Suckmypixxxel.tumbrl.com
Daí que me lembrei de um cara com quem cruzei uma vez. Quando ele foi me deixar em casa depois do bar, me senti em um filme americano, em que o cara acompanha a moça até a porta e diz um mero tchau mesmo com os olhos soltando faíscas de tesão. Eis que eu virei para ele e disse que estava com fome, que queria comer algo, e perguntei se ele podia me fazer companhia na cozinha.
Não sei se ele entendeu bem a indireta, mas topou, entrou e sentou numa das cadeiras. Eu sentei do lado, dei umas lambidas no pescoço dele e disse que estava com a boca salivando para comer algo. Ao que comecei a me abaixar em frente a ele, pronta para um boquete bem molhado, ele se levantou rapidamente, deu uns risinhos sem graça, disse que precisava ir, que a “gente deveria ir curtindo aos poucos”, que “com calma tudo ia ser mais gostoso”.
Eu fiquei estupefata, vi ele sair, fechar a porta da casa e eu ainda estava ali, parada, tentando entender se ele não estava a fim de mim ou se não queria mesmo transar naquela noite. No meio da semana seguinte, ele me manda um e-mail fofo, cheio de frases delicadas, me convidando para sair no sábado e “quem sabe dar uma esticada naquela noite”.
Eu estava com tanta preguiça, mas tanta preguiça de tudo aquilo que respondi uma frase seca e reta: “Acho que deveríamos ir com mais calma, quem sabe não nos vemos no ano que vem?”. Nunca mais nos falamos… ainda bem!