Das vantagens de uma rapidinha
Por Rebeca
Às vezes dá preguiça de transar, como dá preguiça de fazer qualquer outra coisa nesta vida. Você já acorda de preguiça e seu dia é impregnado por ela. Não há criatividade e entusiasmo que resolvam esse marasmo. Dá vontade de deitar e olhar para o teto.
Se fosse só para receber um sexo oral gostoso, daqueles gratuitos em que o bonitão não pede nada em troca e até diz que “precisava dar aquela animada no seu dia”, mas nem sempre aparece esse bom samaritano –que depois, coitado, vai ficar de ovo latejando o resto do dia, se não se resolver logo num banheiro.
Então, como o mundo não é esse egoísmo todo, inventamos a rapidinha. Veja bem, nada de preliminares, nada de beijo longo, cheiro no pescoço, lambida nos mamilos, mordidas na orelha, muito menos sexo oral. É meter, meter, meter e gozar. Cinco minutos e tchau. Claro que tem de rolar uma certa intimidade para depois ninguém ficar de mimimi.
E, do que ouço do lado masculino, não é fácil achar mulher que tope uma rapidinha assim (não estou falando do mundo dos casados…), sem romance. “Afinal, o que ele vai pensar de mim?”, juro que já ouvi de amigas. E confesso que já encontrei caras que revelaram ter preguiça de transar em determinado dia só por causa do “ritual” feminino, de ter que rolar beijos e abraços. Eles só queriam dar uma metidinha.
Não quero ser a preconceituosa –de mais jovem também achava um absurdo essa coisa de meter e gozar, sem nada mais. Mas a vida prática, o tempo corrido, o estresse, ah, como é bom dar uma rapidinha. Daquelas na velocidade em que se dá bom dia.
Crédito suckmypixxxel.tumbrl.com
Daí que, tempos atrás, um cara com quem eu estava saindo demorou a tocar no assunto. Dormíamos muito juntos e no dia seguinte nem trabalhávamos tão cedo, mas cada um queria fazer suas coisas, tocar o dia, dar tchau.
Um dia, acordei molhada de um sono erótico, nem me lembrei dele pela manhã, mas sei que foi gostoso. Estava toda excitada e com a agenda já apertada naquele dia (como qualquer mulher que se preze, claro, que tem tudo e nada para fazer, sempre).
Mas não conseguiria me concentrar… precisava dar uma gozada. Olhei para o lado, ele estava se espreguiçando vagarosamente, ainda de pau duro da polução noturna (ah, que beleza que é acordar com um pau duro ao lado). Eu saquei o pau para fora, deitei de lado, com as costas viradas para ele, ele sentiu que o pau estava sendo usado, deu risada e enfiou em mim. A única coisa que eu consegui dizer foi: “Tenho cinco minutos”.
Que trepada gostosa! Mas já me levantei correndo, tomei banho e fui me despedindo enquanto ele ainda curtia um pouco da cama. Os dois com um sorrisinho leve no rosto, sem constrangimentos por não termos nos dado um beijo sequer.
Depois dessa, nos outros alguns encontros que tivemos, quando um ou o outro queria uma rapidinha dizia a senha para o outro: “Tenho cinco minutos”.