Dois Casais
Por Diana
E lá estava eu de novo passando o final de semana no Rio. Porque é tão fácil transar no Rio? A cidade atrai sacanagem. Me sinto livre, forte. Deve ser porque não moro lá: o sexo fica mais inconsequente. Adoro sexo inconsequente.
Naquela noite, saí à caça com duas amigas. A única solteira era eu. Elas paqueravam, mas passavam os caras para mim. Resolvi testar as águas e comecei a noite com um francês de black tie, saído de uma festa, que depois de paquerar as três me tirou para dançar.
Ele era engraçado e tinha belos olhos verdes. Dançamos, rimos, ele me deu uma taça de Champagne, duas, três. Estava com um casal de amigos visitando a cidade – uma bela francesa loira e seu namorado, um moreno alto e bonito. Os três foram embora cedo, mas, antes de ir, o francês me encostou na parede e me agarrou. Gostei. O beijo foi quente, e ele ficou duro – pude sentir seu pau pulsando na minha perna. Ele disse que queria me ver mais tarde e me passou o telefone. Eu não disse nada.
O bar continuava cheio, e o próximo gato foi um carioca de olhos azuis. Drink vai, conversa vem, e o cara, bonzinho, quer marcar uma saída outro dia. Eu ri e disse que só dava o telefone em troca de um beijo. Ele ficou surpreso (não sei de onde tiro essas figuras…), mas obedeceu feliz. Me beijou no bar, e como viu que eu estava afim, me puxou para a rua. Demos uns amassos, e ele continuava pedindo o telefone. “Querido, o nosso romance é coisa de cinco minutos”, respondi. Nos beijamos mais, e minhas amigas apareceram, prontas para ir embora.
Olhei para o carioca. Pensei no francês. Escolhi os olhos verdes em vez dos azuis. Elas foram num taxi, eu fui em outro, e já a caminho puxei o cartão que ele havia me dado e liguei para avisar que estava chegando. Ainda de black-tie, ele me esperava na rua e subiu comigo as escadas do predinho antigo onde havia alugado um apartamento. Lá em cima, os três faziam uma mini-festa, dançando e criando drinks incríveis. O francês trabalhava como representante de uma empresa de bebidas e era ótimo bartender. O clima estava ótimo, nos dávamos super bem, e eu não saberia dizer qual dos três era o mais bonito ou interessante.
Só lá pelas três da manhã o casal amigo se retirou para dormir e a gente começou a se agarrar no sofá. O francês, que até então havia sido um gentleman, mostrou um lado mais decidido: do beijo na boca no sofá, ele segurou meus pulsos com uma mão e, com a outra, levantou minha blusa, abriu o sutiã num só golpe, e lambeu meus seios.
O quarto do casal de amigos tinha a porta entreaberta, e o francês chupava meus mamilos na sala. O sofá estava diretamente no raio de visão dos outros dois, se eles olhassem para nós. Eu sussurrava: “vamos para o seu quarto, eles vão nos ver”. Ele ria e dizia, “e daí?”
Só me soltou para abrir minha calça jeans. Eu ria, tentando resistir, mas ele nem ligava. Tirou a calça, tirou a calcinha com os dentes, e enterrou a cabeça entre minhas pernas. O francês me lambia deliciosamente, e eu tentava gemer bem baixinho para não acordar o pessoal. Olhei para o lado e vi a luz apagada. Entre minhas coxas, a língua dele era uma arma, e eu indefesa: ele abria meus grandes lábios e chupava direto no clitóris, primeiro com lambidas enormes, depois pressionando a ponta da língua contra mim, com movimento rápidos, e depois ainda sugando minha buceta inteira. Não havia absolutamente chance alguma de encontrar forças para fazê-lo parar.
Fechei os olhos, rendida, e me perdi naquela chupada. Ele já me fodia com os dedos, e desacelerava quando percebia quando eu ia gozar. Eu estava em outra dimensão quando abri os olhos e vi a luz do quarto do casal de amigos acesa. Inebriada pela chupada, não reagi. Tudo parecia em câmera lenta, e eu demorei a perceber que o amigo e a francesa loira estavam na sala, olhando para nós.
Por um momento, gelei. Tentei segurar os cabelos dele, mas ele me chupou mais forte, e de novo não encontrei forças. A loura viu que eu estava entre o orgasmo e o pânico e agiu rapidamente: se virou de costas, barrando a visão do namorado, e tirou a camisola. Nua, ela era ainda mais linda, com um corpo esguio e atlético e seios empinados. O namorado a agarrou e a sentou na mesa da sala. Ela tirou a blusa dele, abriu a calça, e o vi penetrá-la enquanto o meu francês me surpreendia e entrava em mim também.
Enquanto os homens se concentravam em suas respectivas mulheres, entre mim e a loura rolava uma ligação invisível de puro tesão. Apesar do semi-pânico de estar sendo observada, eu devorava o corpo dela com os olhos: sua boca aberta, seu seios durinhos, o quadril balançando no ritmo da transa. O melhor era a cara dela, os olhos fixos em mim que revelavam, por cima do ombro do namorado, uma cumplicidade difícil de explicar entre duas estranhas.
Eu já não sabia qual gemido era de quem. A cena era enlouquecedora, com o francês me comendo a toda no sofá e os dois amigos transando na mesa atrás de nós. Já era tarde para qualquer protesto (aliás, protestar pra quê), então deixei rolar.
A loura pulou no chão e foi virada de bruços pelo namorado, me olhando de frente sem nenhuma barreira. Ele agarrou seu quadril e começou a comê-la por trás. Os dois estavam, a essa altura, virados para mim, e meus olhar encarava o dela. Ninguém dizia nada: só arfávamos na sala escura. Estávamos as duas nas alturas, e o tesão de uma só aumentava o tesão da outra.
O francês tirou o pau de mim e me puxou para chupá-lo. Já pelada, já comida, já flagrada, ainda excitadíssima, eu não ligava mais para nada. Chupei com gosto, de lado, deixando o casal atrás com visão total do que a gente fazia. Antes de gozar, ele me penetrou outra vez e acelerou, me levando ao êxtase primeiro. Era a minha vez, finalmente, e eu sabia que seria um estouro. Abri os olhos e vi a loira gozando também. Foi quase como se estivéssemos unidas pelo gozo. Entre gemidos que se misturavam, era como se transássemos uma com a outra, em vez de com os nossos homens.
Meu gozo foi longo e intenso. Finalmente fechei os olhos e senti o francês jorrando por cima de mim. Atrás, os outros dois falavam algo que eu não entendia. Ela deu uma risada quase tímida. Quando abri de novo os olhos, não sei dizer quanto tempo depois, eles já não estavam lá. O francês se deitou ao meu lado e dormimos, exauridos.
Poucas horas depois, o sol me acordou. A casa parecia um campo de guerra, com roupas e copos espalhados, a mesa torta, cadeiras no chão. Me levantei, me vesti em silêncio, escrevi “obrigada” em um pedaço de papel que encontrei na pia e saí.
Desci as escadas com um sorriso no rosto e fui embora, admirando a paisagem daquela manhã no Rio de Janeiro.