Sexo, mentiras e videotape
Por Rebeca
O assunto que dominou o mundo da fofoca e das celebridades na semana passada foi o vídeo de duas pessoas transando na rua, de madrugada, no Rio, em que supostamente uma delas é a atriz Viviane Araújo. Deu pano para o nosso blog. Não só por se tratar de pessoas transando em público, tema abordado recentemente aqui tanto por mim quanto por Diana. Mas por piscar a luz do mundo dos vídeos caseiros de sexo –espontâneos ou à revelia.
Eu, particularmente, tenho horror a vídeos caseiros, tanto meus quanto de outras pessoas –e por motivos diferentes, vou explicar. Sendo dos outros eu tenho horror porque são caseiros: se quero assistir a vídeos de outras pessoas transando, então que eu veja um filme pornô minimamente bem-feito. Com luz, câmera de verdade, atrizes e atores “profissionais”, enfim, com gente do metiê. Filme caseiro, de qualquer tema (não só sexo), tem de ser muuuuuuuito bom para ser minimamente tragável.
Filmes caseiros meus… bem, aí é um departamento complicado porque –até onde eu saiba– eles não existem. A não ser que você já esteja premeditando o vazamento deles (e curta a ideia), ou goste muito de viver perigosamente (com a dúvida eterna se eles não estão em algum site por aí), não vejo por que me arriscar a ter um desses na rede. Não importa quão estável possa ser um relacionamento, quantos casos não existem de uma mágoa que restou e o vídeo imediatamente foi parar na internet?
Bem, cagaço? Pode ser. Mas acho que esses vídeos não têm graça aqui na minha praça. Fazê-los para vê-los de novo? Prefiro perder tempo indo ao ataque com o gato. Se o gato não estiver do meu lado, minha imaginação é suficiente para eu recobrar os momentos. E, se eu estiver a fim de esticar a imaginação, não será o gato o protagonista da masturbação. Nessas horas, caço, na cabeça, um detalhe tesão de alguma pessoa que cruza meu caminho no trabalho todo santo dia. Ou aquele garçom tesudo do restaurante onde almocei no sábado passado. Se a imaginação está com preguiça, ainda tem o porntube.com, graças.
Uma vez, um cara, de cujo arsenal cinematográfico eu já tinha ouvido falar, me convidou para a casa dele. Foi o único com quem eu tive um caso que nunca escondeu de ninguém que gostava de vídeos caseiros de sexo. A gente já tinha ficado outra vez, mas nunca sob seus domínios. Eu, solta que estive da primeira vez com ele, travei ao entrar no apartamento. Percebi até adesivo preto sobre a luzinha vermelha da câmera, que é para quando ele topa com mulheres que não querem ser filmadas –e quer filmá-las mesmo assim.
Vinho vai, vinho vem, eu não consegui tirar a blusa antes que eu, aproveitando que ele havia ido ao banheiro, tirasse o plug inteiro da pomada por trás daquela escrivaninha cheia de segredos. Acho que ele não percebeu a artimanha e nos divertimos um monte aquela noite –mas não o deixei um segundo sozinho no quarto. Horas depois, largados os dois na cama, extasiados, ele dormindo de lado e eu olhando para o teto, me peguei pensando: e se por acaso houver uma câmera escondida nesse lustre?
Fiquei tão grilada, mas tão grilada que nunca mais voltei à casa dele –apesar de todos os seus atributos físicos e malabarísticos. Sumi da vida dele sorrateiramente para que não ficasse mágoa suficiente para vinganças. Até hoje rezo para que, se realmente houver qualquer vídeo, que ele só o use para uma eventual punheta. E olhe lá.