Em público é mais gostoso?
Por Rebeca
Vou pegar carona no assunto sexo-no-banheiro, que eu e Diana tratamos aqui recentemente, para falar um pouco mais de sexo em público. Há mil histórias de gente conhecida que já transou no cinema, ou em ônibus-leito durante uma viagem, que a pergunta é: em público é mais gostoso? Não creio que para mim funcione assim. Acho que o “em público” é consequência de “que tesão louco, quero transar agora”. Poderíamos estar em qualquer lugar, mas, coincidentemente, estamos em público (ou quase isso). Claro que o medinho de ser pego em flagrante (ou o voyeurismo do outro, que excita a nossa mente) ajuda na combustão. Mas o atalho (“precisamos resolver isso agora”) é a minha maior desculpa.
Foi assim que, certa vez, numa cidade do litoral, por volta das 15h, voltávamos da praia. Havíamos passado o dia numa barraca com uns dez amigos, homens e mulheres, com papo bom e muita cerveja. A cabeça já estava um tanto lesada a essa hora da tarde, corpo daquele jeito, mole de sol. E seguíamos no carro de volta ao hotel, numa cidade vizinha. Foi quando começamos a nos provocar no carro, sobre o que faríamos dali em instantes: “Eu vou dar uma lambida gostosa na cabeça do seu pau”. “E eu vou enfiar três dedos em você”… e ficou aquela masturbação mental, os dois rindo de um lado a outro.
Eis que encontramos um sinal fechado e, nessa pausa, demos um longo beijo, com as línguas eletrizadas –pelo álcool, pelo sol… O clima ficou mais quente em segundos. Enquanto ele voltava a dirigir com o sinal verde, afastava com o dedo a parte de baixo do meu biquíni. Queria checar o quanto eu estava molhada. E me deixar mais encharcada. Enquanto ele me masturbava dirigindo, eu me soltei para trás no banco, sem querer pensar em nada. Mas a gente já estava muito alto para segurar o tesão. E eu puxei o pau dele para fora da bermuda, comecei a masturbá-lo.
Nos olhávamos, embriagados, e ríamos, cada um com a mão no outro, olhos fixos naquela tarde ensolarada. Até que a ideia surgiu naturalmente –vamos encostar o carro em algum lugar. Mas onde, naquele meio do verão, sol de rachar, sem um escuro que nos escondesse das pessoas? Entramos numa rua paralela à avenida principal e procuramos um canto sossegado. Mais para a frente, virando uma curva, havia algumas edificações, mas nenhum sinal de carro nem de gente. Parecia um lugar abandonado…
Tirei o meu cinto, fiz ele chegar o banco para trás e montei em cima dele. Por baixo da bata de praia, puxei o biquíni para o lado e sentei no pau dele. O volante atrás de mim restringia meus movimentos, não dava para ser malabarista nessa hora. Mas, nesse movimento devagar, para não me machucar, o sexo ficou ainda mais gostoso. Uma câmera lenta acompanhava a embriaguez, e o tesão pelo toque da pele era multiplicado por três. Algumas vezes, eu ficava sem me mexer muito, para alcançar a boca dele e beijá-lo como se nunca mais fôssemos nos ver. Línguas eletrizadas… Parecia sexo oral (e, ao pé da letra, era).
Esse torpor durou alguns bons minutos, não sei quantos ao certo, mas eram suficientes para nos fazer esquecer absolutamente de todo o “público”. Porque não queríamos ser pegos, não queríamos voyeur. Queríamos trepar! Precisávamos!! E de repente o sexo ficou vigoroso, mais intenso, com pressa. E gozamos juntos, como várias vezes fizemos, o que tornava o nosso sexo algo elétrico, os dois se contorcendo juntos…
Depois de gozarmos, voltei ao meu banco, ajeitando a parte de cima do biquíni, que deixava os peitos à mostra. Ele se ajeitava e, de repente, os nossos olhos percorreram o local. Não tínhamos nos dado conta do que se tratava a construção quando chegamos, cegos de tesão. E eis que bati os olhos direto em três janelas abertas no segundo piso do prédio, que era um hotel. Uma pessoa passava por ali, como se fosse o corredor daquele andar. Descobrimos que estávamos na lateral do local, por onde não há passagem de carro, mas, sim, de pedestres.
Parecia que tínhamos acordado de um transe e eu achava que dez pessoas estavam circulando por ali e apontando para nós. Era imaginação da minha cabeça, mas meu coração estava gelado, queria dar o fora dali imediatamente. Minutos depois, já de volta à avenida, outro sinal fechado, a gente se olhou. Caímos na gargalhada, “ainda bem que não fomos pegos”. Ainda hoje a questão: será que alguém nos viu? Ou: e se alguém tivesse nos visto e a gente tivesse visto essa pessoa nos vendo?
Bem, não ficamos para descobrir. E depois desse dia eu já me peguei pensando várias vezes sobre sexo em público. E descobri que, assim como o banheiro do bar, e outros lugares que ainda serão tratados neste blog, o “endereço” não é o cerne do negócio. A questão é que, quando você precisa extravasar o tesão, não dá para esperar chegar em casa (ou sei lá onde). E a sua cega vontade de transar pode fazer muita gente achar que você está ali encenando, só doido para ser visto…
E você: transa em público porque não tem outro jeito ou pela pura aventura?