Tirando a calcinha do conservadorismo
Por Rebeca
A reportagem da semana passada do “Washington Post” que cita o nosso blog, e que foi tratada no texto de Diana publicado antes deste, me fez pensar bastante na frase: “…um país [Brasil] que é obcecado com o sexo, mas é profundamente religoso, conservador e machista”. Eu bem que gostaria de negar essa frase, mas nem consigo. E essa é uma das razões por que nós, tanto as blogueiras anteriores quanto as atuais, preservamos as nossas identidades. Para garantirmos nossos empregos e nossas carreiras aos olhos dos colegas, sem sexismo. Não porque a gente seja pudica, mas temos medo de que mais da metade do povo com quem trabalhamos seja.
O anonimato ajuda, claro, a contarmos com detalhes as nossas experiências preservando os envolvidos nas trepadas –algumas delas, quiçá, envolvem você que está nos lendo. Mas isso não tem a ver, por exemplo, com a nossa suposta vergonha em falar de sexo fora dessa tela –no meu caso, ela é inexistente. Aliás, talvez tenhamos sido escolhidas também por isso, por tratar o assunto de forma despudorada, sem esse “conservadorismo e machismo” que ainda nos ronda em pleno século 21 (ai, que preguiça).
Eu me lembro de várias rodadas de cerveja entre amigos em que eu, curiosa como sempre, começo a perguntar do que a pessoa gosta, em plena mesa (talvez seja uma defecção minha, ou puro gosto de ver as pessoas se contorcendo, rindo atravessado, mas doidas para participar do papo picante. E, como diria uma amiga, minha obrigação é perguntar, você responde se quiser).
Certa vez, estávamos umas oito pessoas numa mesa grande na calçada de um bar do centro da cidade, vários casais, e o papo descambou para “lugares perigosos (e excitantes) onde trepar”. Instigados, cada um começou a fantasiar, mas ninguém abria o jogo demais. Eu tinha recente na lembrança uma trepada no carro, numa praia, às 3 da tarde, em frente ao estacionamento de uma pousada, eu com a bunda ao volante (contarei o evento num outro post), mas, a essa altura do papo no bar, já estava distraída demais com o gato sentado ao meu lado.
Ele não falava demais, não queria se comprometer (ou sei lá o quê), mas prestava muita atenção em tudo, e começou a prestar atenção em mim. O papo foi ficando picante e eu senti a mão do cara na minha coxa (já havíamos nos pegado umas vezes, mas isso não era condição si ne qua non para nos pegarmos a qualquer reencontro). Estávamos de costas para a movimentada rua, de frente para o bar, com mesas vazadas sem toalha, qualquer coisa que fizéssemos daria bandeira. Mas eu não preocupei com isso e parece que nem ele. A minha mão foi parar na coxa dele também.
E começou a avançar em direção à virilha dele. Ele me olhou como quem acha tudo uma loucura… E foi esse olhar que me pareceu um sinal verde de excitação, não pare, não pare, sejá lá o que você queira fazer. Pois eu senti que o pau dele já estava duro e coloquei a mão em cima. Sem tirar o olho dos meus amigos, a quem eu sorria como se estivesse prestando atenção em tudo, eu comecei a massagear aquele pau duro por cima da calça. Ele estava com o sorriso congelado, pior ator que eu. Ao que eu cochichei ao ouvido dele que iria ao banheiro, que ele me seguisse em 1 minuto.
Eu nem achei que ele fosse me seguir, conhecendo como conhecíamos aquele bar: corredor único, estreito e comprido, que dava em uma escada, que levava a apenas duas cabines de banheiro, masculino e feminino. Ou seja, se nos viram passar a porta do corredor, sabiam onde estávamos, e supostamente não deveríamos demorar. Mas eu estava louca para fazer um boquete nele, para sentir aquele pau duro, gotejando, molhando a cueca de tanto tesão. E tranquei a porta do banheiro masculino assim que ele entrou. Me ajoelhei no chão, puxei a calça dele para baixo junto com a cueca, e comecei a chupá-lo.
Estávamos loucos de tesão, e ele me colocou na estreita pia do minúsculo banheiro (ainda bem que eu estava de saia e já tinha guardado a minha calcinha na bolsa) e começou a enfiar em mim com um afã enlouquecido, como se o gongo estivesse para soar. Em um minuto, se abaixou, me deu uma lambida demorada (de cabo a rabo) e me colocou de pé, de costas para ele, com as mãos estateladas na parede da descarga, com o rabo apontado para ele. A gente não queria sair dali. A sensação de que alguém iria chegar a qualquer momento só aumentava o tesão. Mas… bateram na nossa porta.
Não tive muito tempo de ver a cara dos amigos na mesa com essa situação, porque queríamos sair dali correndo, para terminar o que estava nos deixando loucos. E acabamos terminando no estacionamento escuro, atrás do carro, não deu tempo de chegar em casa.
Dias depois, os mesmos amigos, a mesma mesa de bar, mas o gato não estava lá. Desta vez, fui eu a sabatinada. Sem papas na língua, vi os olhos deles brilharem com a possibilidade de irem ao banheiro dali a qualquer momento, acompanhados…