X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 O sexo depois da não-liberdade https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/04/24/o-sexo-depois-da-nao-liberdade/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/04/24/o-sexo-depois-da-nao-liberdade/#respond Sat, 24 Apr 2021 21:47:41 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3158 Por Carmen

Tenho pensado a respeito da liberdade que só a experiência da não-liberdade nos traz. Explico: uma amiga, passando sozinha por estes 13 meses de quarentena, contou que nunca teve tanto desejo de se experimentar.

O fato é que, com a ausência de um parceiro sexual para chamar de seu, ela redescobriu o prazer, a conexão com seus sentidos mais básicos. O bom hábito – palavras dela – de se perceber e despir de qualquer questão que não esteja na vontade pura e simples de sentir tesão na presença de si. E gozar! Desfecho que, segundo me disse, tem acontecido de modo cada vez mais intenso. No sentido literal, seja em longas sessões de autoamor (na cama antes de dormir ou ao acordar devagarinho, no banho, no sofá da sala), seja quando este período de isolamento terminar – ou a vacina chegar para ela, quem sabe.

 

mulher nua
Crédito da foto Unsplash/
Velizar Ivanov

 

Esta conversa, entretanto, vai muito além de uma mulher adquirindo a liberdade de gostar de si e das possibilidades que o próprio corpo oferece. Porque segundo o depoimento dessa pessoa querida, o incômodo processo de encarar a solidão interminável da vida como poderia ser, a faz imaginar quem ela será após a pandemia. Sexualmente falando.

Não que a gente mude radicalmente princípios ou valores adquiridos a partir da nossa jornada. O respeito por si deve permanecer sempre. Porém, talvez, as pessoas queiram se colocar na vida amorosa de um lugar mais livre, mais fluido, com menos loopings mentais nas relações com outros parceiros, complexidades existenciais ou mecanismos de sabotagem. E aqui, estamos falando para todos os gêneros e estados civis, entenda.

Estudiosos de comportamento e futurologistas já apontam, em alguns anos, para uma sociedade sedenta por experiências pelas quais precisou se privar nestes tempos. A história nos mostra. Mas se esta reflexão, um tanto mental do ponto de vista de uma mulher adulta, solteira e que tem transformado o medo de uma condição tão humana – o da solidão para a solitude – ainda não te inspirou o suficiente…

Eu encerro com um depoimento que apenas uma amiga íntima é capaz de nos confiar. Desejando que você também repense sua maneira de se relacionar:

“Minha vida sexual se deu através do medo. Medo de me machucar, de me envolver e não ser correspondida, de me sentir usada, desrespeitada. Medo do outro. Medo de me tocar e do que eu poderia pensar sobre mim. Algumas vezes medo de, num rompante de libertação, nunca me conectar verdadeira e profundamente com alguém. Medo de sentir, de amar. Medo de viver.

Agora não, tudo está diferente depois desta rotina fora do mundo. Quando toco gentilmente meus seios, lambo meu braço, chupo meus dedos para logo encontrar outras partes de pele macia, pelos, e cada pedacinho da minha anatomia, sinto a vida pulsando em meu corpo e alma. A beleza de ter mais um dia. E a esperança de, em breve, me sentir segura como nunca antes. Para compartilhar o que tenho de mais humano: a entrega absoluta da minha vulnerabilidade.

De coração aberto, por uma noite ou uma vida inteira (isso já não importa). Com um sorriso leve no rosto. Um sorriso só meu. Pois ali, em cada instante tão único quanto fugaz, estive inteira. Tocando o sublime de encontrar outro ser por inteiro. Acho que é disso que se trata tudo… Quando a gente, finalmente, entende que estar vivo nos dá a oportunidade de acender estrelas no coração. Nosso e dos outros. Para que elas continuem brilhando quando nosso corpo físico já não tiver razão de seguir por aqui.”

 

 

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Confissões de uma recém-separada em quarentena https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/27/confissoes-de-uma-recem-separada-em-quarentena/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/27/confissoes-de-uma-recem-separada-em-quarentena/#respond Sat, 27 Mar 2021 15:48:12 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3143 Por Carmen

“Não sei você, Carmen”, escreveu minha amiga recém-separada, “mas ando impressionada com todas as conexões que surgiram durante este período interminável de (um necessário) isolamento social. Amigos de infância, da época da escola, do bairro onde cresci. Um dos antigos camaradas do meu ex. Um namorado de mais de vinte anos atrás. Homens solteiros, homens que namoram, um homem casado, um divorciado – outro de status ainda não conhecido.

O comportamento é parecido. Todos começam observando minhas postagens (e eu nunca postei tanto!). De repente, um dia, encontram uma deixa para enviar “uma reação” ou um comentário inbox pelo Instagram. Começam uma conversa. Uns revelam algumas de suas memórias comigo, alguém arrisca um elogio, depois some; igualzinho fazia na nossa adolescência. Há os que falam apenas do momento presente.

Tem um em especial, que me deseja um “boa noite, dorme bem”. Duas vezes já. E eu de fato durmo, alegre com esse carinho inesperado e deliciosamente virtual. Um outro amigo conta, pelo Whatsapp, que sonhou comigo na última noite… E eu tento interpretar em mim o que isso pode me dizer. Quando me sinto mais sozinha, escolho um deles para uma fantasia particular.

 

prazer feminino
Crédito da foto Ava Sol/Unsplash

 

Acendo uma vela, seleciono uma playlist no Spotify, deito na cama e começo a acariciar meu corpo. Imagino como ele, o personagem que me habita, gostaria de me tocar. Penso como deve ser seu corpo nu, sobre o meu. Em que momento decidiria tirar toda a minha roupa, como é o gosto do seu beijo, mais intenso ou mais racional. Ah. E se gosta de segurar firme no meu quadril enquanto me penetra (eu adoro), ou é um iniciado na fundamental arte de chupar por horas uma mulher. Bem gostoso.

Algumas vezes o personagem muda durante a transa, algo que não planejo ou controlo. Outras, dou uma espiada naquela foto de perfil (nada como uma certa dose de realidade, não é mesmo?). Continuo esse sexo diáfano, alternando entre meus vibradores. Sugador de clitóris pra começar, o delicioso “rabbit” vai-e-vem para continuar. Se estou animada, sigo com o estímulo do “bullet”, por cada dobrinha em mim, incluindo o bico dos meus seios. E finalizo, ou não, com meu querido pênis; grosso, flexível, de mais de 20 centímetros de prazer. Este reservo para noites mais encharcadas.

Gozo. Uma, duas, de vez em quando algumas vezes. Depois, acho graça. E sempre acordo com um sorriso de quem guarda um segredo no rosto. Afinal, antes da pandemia, tudo parecia mais complexo. Quando as pessoas, livres, por hábito ou ilusão, preferiam fechar o coração. Tinder, pra quê (risos)? Sigo em frente. Agradecendo o privilégio da vida, apesar de tanto, e imaginando com qual deles vou querer me encontrar – primeiro!”

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Todos os homens da minha vida, uma orgia https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/21/todos-os-homens-da-minha-vida-uma-orgia/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/21/todos-os-homens-da-minha-vida-uma-orgia/#respond Sun, 21 Mar 2021 15:49:04 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3139  

Por Carmen

Estou nua. Minhas águas imaginárias sob os meus pés. Sinto tudo e tanto. Um ano se passou desde o início desta quarentena sem fim. E não importa se tenho companhia (ou não), as histórias que vivi no passado insistem em se fazer presentes nos meus pensamentos mais secretos. “Se eu morresse amanhã, o que teria deixado de mim?”

Olho para todos os homens com quem já me relacionei, como em uma espécie de rito de passagem. Do primeiro beijo, um tanto desajeitado, a tudo o que veio depois dele. As descobertas das paixões, os amores platônicos, o medo, o desejo, o sexo.

Neste filme da minha vida amorosa, estou de volta à lugares, pessoas e sensações que habitam meu corpo. O beijo demorado no garoto dos meus sonhos, um abraço tímido diante de um céu estrelado, tantos olhos nos olhos, tantas mãos urgentes por baixo do tecido das minhas roupas.

 

Mulher de lingerie
Crédito da foto freestocks/Unsplash

 

Volto ao primeiro toque, à textura daquela língua, ao cheiro do canto daquela boca; à barba por fazer, deliciosamente ao redor daquela outra. Estou na praia da minha juventude, onde vivi tantos amores. E mais tarde, o sexo em si. Meu primeiro gozo inesperado, as noites intermináveis e as manhãs feitas de uma ressaca boa. Os movimentos todos, o meu tesão, cada vez mais potente.

Caminho entre todos vocês. Ora acariciando o rosto de um, ora passando meus dedos pelo pau duro de outro (e de outro, e de outro). Sinto os corpos, os fluídos todos. Me excito. Vocês me observam em silêncio, eu mergulhada em mim. Meus seios estão fartos, minhas pernas trêmulas, entre elas, fico encharcada de nostalgia.

Gozo um gozo forte, intenso, único. Respiro fundo, sinto uma alegria com o ar entrando nos meus pulmões. Não estou sozinha. Penso que vivi o que pude, a cada história, com o melhor possível em mim. Estou feliz – e quando tudo isso passar, porque vai, talvez telefone para relembrar de alguém. Até lá, continue se cuidando, promete?

 

 

 

 

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Sobre o que você fantasia? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/12/22/sobre-o-que-voce-fantasia/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/12/22/sobre-o-que-voce-fantasia/#respond Tue, 22 Dec 2020 15:13:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3086 Por Carmen

 

Meu leque de fantasias sexuais é abrangente. Já que eu posso imaginar o que quiser, deixo rolar mesmo: orgias em uma mansão cheia de tapetes e sofás confortáveis ao toque, exibicionismo em uma rua de cidade qualquer, transa quente com outra mulher, em que sinto meus seios pressionados contra seios macios, um homem rude e desconhecido que entra no meu apartamento e me pega em minha própria cama.

 

fantasia
Crédito da foto: Pinterest

Acho interessante, porém, que o que mais gosto é lembrar, não imaginar. Revivo na memória momentos de muito prazer que já tive, as loucurinhas feitas em viagens que renderam histórias deliciosas, frenesis de carnaval (Salvador, que saudade!), a transa com um crush que por anos foi cobiçado, e assim vai.

O que me surpreende, porém, é que minha fantasia mais recorrente não escapa muito da minha realidade. Gozo pra valer quando me masturbo pensando exatamente no homem que divide a cama comigo há quase uma década. Nossas primeiras transas, a imagem do seu pau duro, tão familiar, fotografias do seu corpo, memória do seu cheiro e de frases que ele fala quando tá com tesão.

Gosto de pensar que me excitar com memórias é um sinal de uma vida sexual satisfatória, mas isso não me faz melhor do que quem cria mais roteiros de ficção, quem prefere se excitar com o que é considerado tabu, proibido, do que com o próprio marido. Em seu livro de 1996, “The Erotic Mind”, o autor e terapeuta sexual Jack Morin explica uma equação erótica: atração + obstáculos = excitação. Então, se você se sente um pouquinho de culpa por sua fantasia, talvez isso seja parte do que a torna uma boa fantasia.

 

 

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Não transo, mas me considero sexualmente saudável https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/12/11/nao-transo-mas-me-considero-sexualmente-saudavel/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/12/11/nao-transo-mas-me-considero-sexualmente-saudavel/#respond Fri, 11 Dec 2020 19:10:51 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3080 Por Carmen

“O negócio é o seguinte: não transo há anos, já deixei de contar os meses desde que vi um pinto ao alcance de mão, mas me considero sexualmente saudável.

E tem mais, tenho preguiça de Tinder e afins, não sou uma grande fã de vibradores, mas gozo bastante. A masturbação básica, movida a fantasias diversas, me satisfaz fisicamente, me sacio. Amo meu corpo, adoro meus orgasmos.

masturbação
Crédito da foto: Pinterest

Não vou entrar na seara da realização emocional. Aos 44 anos, nunca tive relacionamentos muito duradouros, mas fica uma dica: aprendi a não precisar de outra pessoa para me completar, ser feliz e o escambau. Foi a duras penas que cheguei a esse entendimento, é verdade. Não glamorizo a jornada, mas recomendo. Tenho amigos maravilhosos com quem tenho conexão profunda, e estou bem.

Não foi algo planejado passar anos sem transar. E continua não sendo. Se amanhã eu me vacinar e o mundo se parecer minimamente com o que conhecíamos, quem sabe me animo e chamo aquele colega de trabalho que nunca encontrei pessoalmente, mas falo todo dia, para uma cerveja na Vila Madalena. Pode ser que role sexo depois. Pode ser que não.

Tem dias que bate a falta de um corpo quente e pulsante sobre o meu. Dos olhares, da troca, do sentir-se desejada. Nem sempre sou a pessoa mais bem resolvida do planeta. Mas quem é?”

 

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Desejo de um ano louco https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/10/31/desejo-de-um-ano-louco/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/10/31/desejo-de-um-ano-louco/#respond Sat, 31 Oct 2020 13:25:36 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3053 Por Carmen

 

O clima está abafado de novo, e já é noite. Estou sozinha em casa, como tem acontecido nos últimos meses (sete no total, mais catorze dias; não consigo evitar de contar). Tem sido mais difícil agora, não sei bem o porquê. Sim, há um aparente comportamento de retomada no mundo lá fora. E algo em mim está diferente, dentro. Uma ebulição, um desejo de me sentir viva novamente – muito além de me saber sobrevivendo.

Penso em você, de repente. Talvez por ser a minha ideia mais concreta de um encontro possível, há muito desejado. O que me faz imaginar mais detalhes de um reencontro nosso… (Faz quase dois anos desde a última vez; e você ainda era comprometido.)

 

casal nu
Crédito da foto Dainis Graveris/Unsplash

 

Tomo um banho demorado, à luz de velas. O sabonete lento em cada curva do meu corpo, depois a toalha. Passo um hidratante. O perfume em pontos estratégicos: atrás das orelhas, entre os seios, abaixo do umbigo e no início do bumbum. Escolho a lingerie. Preta, de renda, um clássico. A calcinha, fio dental. Coloco um vestido soltinho, mas com um decote – supostamente despretensioso. Quero parecer natural até te encontrar no horário combinado.

No restaurante, a conversa flui como dois bons amigos que de fato se conhecem há anos, embora de um outro jeito. Torço por você. E você torce por mim, sabemos. Tento perceber algum sinal seu, mas ainda não sei decifrar seu olhar. Não percebo o tempo passar, e ele acaba, de acordo com os novos protocolos dessa quarentena interminável. Ao menos, pudemos sair e conversar um pouco.

Estamos na porta do restaurante, nos despedindo, e você me convida pra conhecer seu apartamento novo. Um arrepio passa por mim, como acontece sempre que vislumbro uma história deliciosamente secreta. Afinal, conhecemos bem o passado de cada um de nós, assim como nossos antigos personagens, que não poderiam conceber um rearranjo como este nosso…

Chegamos. Você abre a porta e sorri. Escolhe um vinil do Bob Dylan, pega mais uma cerveja, com aquela leveza no rosto de quem encontra uma desculpa para agir de uma maneira mais relaxada. Eu peço um gole. E você me surpreende com um beijo aromatizado. Estou um tanto nervosa, e isso é tão bom. Como se ainda fosse uma menina inexperiente.

Você me abraça em silêncio, e mal consigo respirar quando sinto seu pau pressionando o meu corpo. O desejo é enorme. Um universo de acontecimentos desde a minha última transa.

Você abaixa minha calcinha e me acomoda na sua poltrona predileta. Num misto de constrangimento e vontade, eu me revelo pra você. As pernas bem abertas, e o que há de mais vulnerável em mim. Gosto da sensação. Porque para quem tem olhos de ver, pode ser sublime desnudar-se de todas as máscaras e vestes.

Acho que você compartilha dessa descoberta comigo, a cada lambida em mim. Ora mais devagar, de repente, mais rápido e intenso. A certa altura, peço para parar. Quero retribuir à altura. Escorrego até o chão e começo a te chupar. Que delícia, um pinto na minha boca.

Ouço seus gemidos ainda tímidos, fico cada vez mais molhada. Também sinto o seu tesão. Não me demoro, estou sobre você. Abro bem os olhos, te beijo na boca de novo. Coloco suas mãos ao redor da minha cintura e me movimento suave, bem fundo, para te dizer sem palavras do firmamento que pode haver em nós. Não demora, a gente goza. Debaixo das estrelas. Porque rápido pode ser sublime.

(E porque ainda temos ao menos uma madrugada inteira pela frente, diante de todas as constelações que nos trouxeram até ali.) E assim foi, e assim é.

“Oi, tudo bem por aí?”, tomo coragem e escrevo. “Tudo. E você?”, leio de volta, não leva dez minutos. “Preciso de você em mim”, penso, mas não te falo. E sigo puxando assunto no WhatsApp…

Falamos desta pandemia sem fim, da rotina dentro de casa, de aprender a seguir com a vida de um jeito possível, apesar de tudo e tanto. Parece que você também está solitário nesta noite quente. E você me diz que está começando a sair um pouco mais. Quem sabe, da gente marcar um jantar em breve… E assim será.

 

 

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Um sugador pra chamar de seu https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/17/um-sugador-pra-chamar-de-seu/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/17/um-sugador-pra-chamar-de-seu/#respond Thu, 17 Sep 2020 17:26:30 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3022 Por Carmen

Já tem algum tempo que não compartilho depoimentos de amigos ou leitores aqui no blog, mas corri pra publicar as confidências de uma amiga. Ela me contou as maravilhas que um sexy toy tem feito por ela nesses tempos de distanciamento social (e solteirice). A Dolores já falou dele aqui, um simulador de sexo oral arrebatador que está sempre no topo dos desejos de muita gente. Se você parou nos artefatos de penetração e vibração, há todo um novo mundo aí para ser descoberto.

 

Crédito da foto Richard Jaimes/Unsplash

“Confesso que demorei alguns longos anos para descobrir os prazeres da masturbação. Talvez por inexperiência ou alguma dose de pudor (meninas são educadas para serem comportadas, afinal de contas). Assim a vida segue, com a gente descobrindo o próprio corpo pelo estímulo do parceiro. Se o namorado da vez é um bom amante, isso basta. Até um dia, quando tudo muda de repente.

Para mim aconteceu numa entressafra de um relacionamento chegando ao fim. A gente transava pouco, sempre aquela coreografia velha conhecida. A escassez de sexo me fez descobrir meu tesão. Por mim. Comecei do jeito clássico, com as mãos acariciando meus seios e minha boceta em noites de cama vazia. Descobrindo texturas, arrepios, o bico do peito sempre duro, o clitóris sensível implorando por um gozo forte, daqueles que produzem sorrisos e espasmos em cada detalhe da anatomia.

Mas quanto mais eu desejava chegar naquele estado de prazer absoluto, mais sentia falta de uma bela chupada. Daquelas em que a aspereza macia de uma língua molhada no meio das minhas pernas, me faz sentir uma deusa – completamente entregue a cada movimento de uma boca competente. E se o Universo sempre conspira quando estamos prontas, uma amiga recém-separada me contou sobre sua mais recente descoberta: o sugador de clitóris. Sim, ele existe.

Vou pular a parte da pesquisa dos modelos disponíveis. Todos servem à mesma missão, encaixar a glande do clitóris – aquele pedacinho delicioso de carne – em um orifício macio com sistema de sucção capaz de te puxar e soltar gentilmente, junto de tremidinhas que estimulam toda a região.

Gosto de começar na primeira velocidade, para acordar meu desejo. Depois me lambuzo (literalmente) com um lubrificante, recomendação do fabricante para uma experiência ainda mais intensa. Aos poucos, aumento a velocidade, esfrego o aparelho por toda a vagina. Não consigo evitar alguns gritos de tanto prazer. O(s) orgasmo(s) vêm na medida da vontade. Pode acontecer rápido, em menos de 5 minutos, ou levar uma hora em estado de êxtase. As ondas de gozo podem ser suaves, fortes, e certamente múltiplas. De tão eficaz, você pode ficar viciada no brinquedinho. Seu boy também, porque ninguém resiste a um estímulo tão visceral.

Não consigo contar mais detalhes. Apenas que nunca precisei passar da quarta intensidade (meu modelo possui 11, imagine!). Vale dizer que trata-se de algo discreto, delicado, e com um encaixe perfeito no portal mágico dos prazeres de toda mulher. Se você ainda não tem (ou presenteou com) um sugador, acredite, deveria. É um deleite, um caminho sem volta.”

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Dia do Orgasmo: vai um hoje? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/31/dia-do-orgasmo-vai-um-hoje/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/31/dia-do-orgasmo-vai-um-hoje/#respond Fri, 31 Jul 2020 20:13:39 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2997 Por Carmen

Hoje é Dia do Orgasmo, aquele que demora, em média, dez vezes mais tempo para chegar para a mulher do que para o homem (como lidar com a falta de equidade de gênero na biologia?) e que 60% de nós, garotas, desconhecemos.

 

vulvas
Crédito da foto Pinterest

 

Se você faz parte das estatísticas ou se anda difícil chegar lá, hoje, na verdade, é seu dia. Não é só daquela amiga que vive se vangloriando que “goza facinho” ou daquelas que dão depoimentos surreais em revistas ou blogs porque gozaram em pleno show de rock, sentada nos ombros de um desconhecido, ou na costura da calça jeans, no meio da aula de literatura. Claro, pode ser o dia delas também, afinal, o prazer deve ser de todos, mas a principal homenageada da noite, tem mesmo de ser essa vulva aí, presa na calcinha puída de algodão, negligenciada pela rotina, pelos tabus, pelos machos-lixo – linda e à espera de um delicioso presente.

Simbólica ou não, uma data comemorativa que celebra o prazer merece atenção: se permita, se conheça, se toque, se ame, reverencie o sagrado que é seu corpo.

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Os mamilos e seus mistérios   https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/31/os-mamilos-e-seus-misterios/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/31/os-mamilos-e-seus-misterios/#respond Fri, 31 Jan 2020 18:21:25 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2842  

Por Carmen

“Chupa meu peito!”, diz a figurinha de Whatsapp que minha amiga criou com a própria foto. Ela é famosa pelo bordão, que exclama nas mais diversas situações, tanto quando está de saco cheio de alguém, quanto nas horas que está vibrando com algo e inevitavelmente antes das fotos em turma, arrancando risos e sorrisos que depois vão parar nos Stories.

Diferente do equivalente masculino, o “chupa meu pau”, que sempre me parece ter uma carga agressiva, o “chupa meu peito” me soa divertido e empoderado.

mamilos

Pensei na Jo e em seu grito de guerra de todos os momentos quando uma colega do curso de pompoarismo me contou que depois de ter tido filhos há alguns anos, sente aflição quando o marido aproxima a boca de seus mamilos. Para ela, imediatamente remete à sensação de amamentar, “principalmente quando ele suga forte”, disse. O leite secou faz tempo, as crianças estão atualmente interessadas em suco de caixinha, mas a associação ficou. Para ela, o “chupa meu peito” não faz mais parte do seu prazer sexual. Segundo pesquisas, ela não está com a maioria das mulheres, que costuma curtir lambidas, chupadas e mordidinhas nos mamilos.  É raro, mas tem até quem goze apenas com a estimulação dos seios.

Eu, pessoalmente, ando numa fase em que meus seios estão tendo papel de destaque no meu prazer.  Acontece com frequência:  eu por cima, com os peitos chacoalhando bem na cara do meu parceiro, e ele abocanha um e depois outro, chupando forte. Morro de vontade de dizer, “vai, mama gostoso, vai!”, mas acabo preferindo evitar o verbo “mamar”, vai que rola a tal associação materna broxante para ele ou mesmo para mim? Eu sei que gozo rápido e forte quando o pau dele tá dentro da minha xoxota e meus seios estão dentro da boca dele.

É sabido que a estimulação dos mamilos durante o sexo libera grandes quantidades de ocitocina no cérebro das mulheres. Combinada com a dopamina, esse hormônio cria o senso de apego. Qualquer semelhança hormonal com os efeitos da amamentação não é mera coincidência.  Simplificando muuuito, se você quer amorzinho, vá de “chupa meu peito”. Não quer se apegar? Mantenha os seios longe.

 

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Aula de pompoarismo: fiz e gostei https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/16/aula-de-pompoarismo-fiz-e-gostei/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/16/aula-de-pompoarismo-fiz-e-gostei/#respond Thu, 16 Jan 2020 18:28:10 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2828 Por Carmen

Esqueça exóticas tailandesas jogando bolinhas de ping-pong pela vagina. Pompoarismo é uma tradição oriental, ligada à ancestralidade, a longevidade, a autoestima e ao sagrado feminino, passada de mãe para filha em diversas gerações em comunidades da Ásia. Pode ser feita por qualquer uma porque, além de melhorar o desempenho sexual e aumentar a libido, previne e combate incontinência urinária, ajuda no pós-parto e em disfunções que causam dor na relação sexual.

É claro que uma prática que é capaz de aumentar nosso prazer e nos dá controle sob o ato sexual, foi transformada na sociedade patriarcal em uma bizarrice, associada a mulheres agressivas, que fumam charuto e quebram pênis com a força da vagina. Foi na década de 1940 que o médico Arnold Kegel esteve na Ásia – diz a lenda para fazer turismo sexual – e levou o pompoarismo para os Estados Unidos, onde teve bons resultados com pacientes que tinham problemas relacionados à flacidez nas regiões do púbis e do cóccix, por meio do que chamou de exercícios de Kegel.

Interessada tanto nos benefícios sexuais quanto nos relacionados à saúde, fui fazer uma aula em grupo de pompoarismo. Éramos quatro mulheres, de 30 e muitos, 40 e poucos, todas mães. Achei curioso como tínhamos perfis parecidos e motivos também similares para estar lá. Ouvimos esse histórico e logo aprendemos a identificar os três anéis, as regiões que devem ser fortalecidas, uma bem na entrada na vagina, outra na direção do osso na vulva e, por fim, no baixo ventre.

 

pompoarismo
Crédito da foto Pinterest

 

Foi feito um exame na área genital, para calcular a força vaginal, feito individualmente, em privacidade, e também uma análise da capacidade de segurar o xixi. Saí melhor do que imaginava nos dois.

Recebemos instruções para práticas diárias, que levam cerca de 10 minutos, e devem durar três meses – depois entra a fase de manutenção, três vezes por semana. Ganhamos de brinde um conjunto de pesinhos, em formato semelhante a balas, que devem ser introduzidos no canal para potencializar os exercícios – com o passar das semanas, vamos trocando e aumentando o peso. Depois desse período, nossa pélvis será páreo para o bíceps da galera da academia, mas muitas mulheres desistem antes dos 90 dias, por falta de disciplina. Além disso, os efeitos não são visíveis, mas sentidos no longo prazo.

No sexo, também é com o tempo que passamos a controlar até mesmo a ejaculação masculina com o pompoarismo, uma solução sem alarde para quem tem parceiro com ejaculação precoce.  Nossa terapeuta contou que aperta o canal da vagina antes da penetração, de acordo com o calibre do pênis do parceiro, aumentando assim o prazer para ela e para ele. É a customização da vagina, levando ao encaixe perfeito, que ativa ainda mais o ponto G, entre outras vantagens.

Virei fã, comecei meus três meses de prática e volto depois para contar quando fizer uma massagem estimulante no meu namorado com a minha própria vagina.

 

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