X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Felicidade em dose dupla (a realização!) https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/08/27/felicidade-em-dose-dupla-a-realizacao/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/08/27/felicidade-em-dose-dupla-a-realizacao/#respond Fri, 27 Aug 2021 21:30:42 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3207 Por Carmen
“Meses depois daquela transa, eu estava numa noite de sexo mais básico, quando meu marido cochichou no meu ouvido… ‘Encontrei um cara que topa brincar conosco, acho que você vai gostar dele…’, disse, mordiscando a pontinha da minha orelha. Gozei na mesma hora.

 

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Crédito da foto Reprodução

 

O impacto daquela proposta em mim – agora uma possibilidade real –, me fez ponderar seriamente a respeito. Pesquisei depoimentos de casais abertos à experiência do sexo a três, levei o tema para a terapia, com algum constrangimento. As semanas passavam e a fantasia de dois homens me satisfazendo se tornou um pensamento recorrente, quase obsessivo. Uma noite pedi para ver uma foto do candidato; outra, saber um pouco dele. Um amigo de outro amigo; da época do colégio e das descobertas do meu marido.

A excitação só aumentava, enquanto seguíamos nossa rotina cheia de amor e cumplicidade. Um dia, desabafei: ‘Eu topo. Vamos planejar como e quando…’. Não demorou um mês. Combinamos um final de semana na praia, sem nossa pequena. Alugamos uma casa mais isolada, para ficarmos bem à vontade. Chegamos um dia antes da noite marcada com aquele rapaz. Cuidamos de cada detalhe para preparar o ambiente.

Velas espalhadas pela sala, drinques e finger food, uma trilha sonora no capricho. Lingerie nova para mim, um perfume diferente para meu companheiro. Alinhamos algumas regras. Nenhum deles seria penetrado, a princípio. Eu poderia ser pelos dois. Meu amor perguntou se eu me oporia caso ele se excitasse diante da ideia de interagir com nosso triângulo. Eu aceitei, apesar de alguma estranheza. Estávamos tão felizes e conectados por tudo o que viria.

Nosso acompanhante chegou pontualmente no sábado, ao por do sol. Eu abri a porta impactada pela sua imagem. Um homem alto, forte, de uma voz suave. Meu marido veio com o primeiro drinque, a música ‘Poema’ rolando na caixinha. Na segunda taça já estávamos bem à vontade. Os três confortáveis nos sofás, pés descalços, a brisa suave do mar atravessando as janelas. Não havia necessidade de muita conversa. Tomei a iniciativa, trêmula.

Caminhei até meu marido, desabotoei minha camisa (era de linho, com um shorts bem curtinho), comecei a beijá-lo. Logo senti outro corpo me abraçando e mãos desconhecidas sobre os meus seios. Meu amor colocou o dedo no meu clitóris, de um jeito que só ele sabe fazer – eu me entreguei ali.

Beijos vindos por trás de mim, no meu pescoço, nos seios, em torno da buceta, muitas mãos passeando pelo meu corpo, a textura das línguas por todas as minhas curvas, sem que eu pudesse identifica-las. De repente, estávamos todos nus.

Meu marido entrou primeiro, claro. E quando eu estava no ponto, para minha surpresa, pediu que eu continuasse com o rapaz. Ele me observava segurando o próprio pau. Sorrindo um sorriso que eu ainda não conhecia. Lindo. Não me opus quando se aproximou da gente, olhando nos meus olhos, mas beijando as costas do nosso parceiro.

Eu era penetrada por um desconhecido, em movimentos estrangeiros para mim, ao mesmo tempo em que sentia a excitação dos dois. Achei bonito olhar dois homens másculos e livres, curtindo me oferecer prazer. E quase suplicando para que eu os deixasse improvisar entre eles. A bebida já tinha cumprido sua função. O cenário era incrível. O clima morno, embora uma noite de primavera.

Eles se beijaram. E o tesão deles me fez deixar rolar. Éramos um, éramos três. Mal consigo dizer tudo o que exploramos ali. Éramos tesão, suor e prazer sem contorno. Éramos um casal descobrindo a alegria de desejar o desejo do outro. Uma promessa para dias de sexo quente a dois; e quem sabe, novamente a três. Gozei. Múltiplas vezes. Aos primeiros raios da manhã, adormeci abraçada com o meu amor.”

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Sexo nas montanhas (parte 2) https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/05/14/sexo-nas-montanhas-parte-2/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/05/14/sexo-nas-montanhas-parte-2/#respond Fri, 14 May 2021 13:56:09 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3166 Por Carmen

Acordamos sem horário. Nosso chalé ainda cheirava à lenha da noite anterior – e sexo. Pedimos um brunch no quarto, ainda preguiçosos. Meu namorado sorria mais que o habitual (eu também). Estávamos leves e conectados como nunca.

Sem agenda ou compromissos, tomei um banho demorado – adoro esta chuveirada depois do sexo amanhecido. Vesti um suéter dele, nada mais. O pedido chegou junto de um ramalhete de flores do campo. Falávamos pouco, enquanto nos servíamos trocando gentilezas. Tudo ali era presença: o sol de outono lá fora, o movimento delicado das árvores, o silêncio; aconchegante como um abraço.

Nesse estado de relaxamento, senti vontade de seguir improvisando. Sentindo o que meu corpo pedia. Assim, sem dizer nada, eu me ajoelhei para beijar o pau do meu namorado surpreso. Beijinhos, lambidas, chupadas. Ele suspirando. Fiquei horas ali, até que ele pedisse, num tom de quem guarda um segredo maroto, pra que eu me levantasse, de costas pra ele.

 

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Crédito da foto Dainis Graveris/Unsplash

 

Senti aquelas florezinhas passeando pela minha cintura, depois a bunda e logo entre as pernas. Apoiei na mesinha entre sucos e pão quentinho. Meu namorado se levantou, chegou mais próximo do meu corpo, esfregando todo seu tesão pelas minhas costas. Nos beijamos assim mesmo, num contorcionismo, quando ele me segurou firme para me acomodar. Eu conhecia este gesto. E ali, já explodia de um desejo genuíno. Gozei assim que ele entrou em mim – ainda longe do desfecho daquela manhã tardia.

Transamos em todas as posições que conhecíamos, nos quatro cantos daquele chalé. De quatro, eu por cima dele deitado, eu por cima dele sentado, em pé (apoiada na parede), ajoelhados sobre o tapete, deitados de costas de volta à cama. Ora mais afoitos, ora mais demorados.

A fome aumentava com o entardecer. E sentíamos o friozinho típico de um fim de tarde na serra. Olhos nos olhos, exaustos de alegria, gozamos juntos da maneira mais trivial nesse nosso Kama Sutra… Um caprichado “papai e mamãe”, as minhas pernas entrelaçadas no quadril dele, que, dedicadíssimo, ainda me fez sentir fogos de artifício pelo corpo inteiro com sua língua experiente e macia.

Adormecemos os dois, cheios de planos para o dia da despedida. Caminhar pelo campo abraçados, ver o pôr do sol compartilhando uma caneca de chocolate quente, voltar para casa de mãos dadas (trocando massagens em pontos específicos durante a estrada). Cheios da esperança contida em cada porvir. (Fim)

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A especialista em fingir orgasmo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/07/03/a-especialista-em-fingir-orgasmo/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/07/03/a-especialista-em-fingir-orgasmo/#respond Wed, 03 Jul 2019 20:52:38 +0000 https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/jon-snow-320x213.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2688 Por Dolores

Esqueça a mãozinha de Rose no vidro embaçado em “Titanic”, ou o rosto suado de Natalie Portman em “Cisne Negro” – a cena clássica de Meg Ryan em “Harry e Sally”, de 1989, é, de longe, o orgasmo mais famoso do cinema. Embora fake, a gozada é justamente construída para provar aos homens que as mulheres vez ou outra fingem, sim, independentemente do motivo.

Toda mulher nasce sabendo a fórmula: respiração ofegante, um ou outro gemido, pontas dos pés esticadas. São diversos elementos aos quais recorremos quando a ideia é fazer o parceiro ou parceira achar que deu tudo certo, estamos satisfeitas, já pode pedir o Uber que eu quero ir embora.

Mas, se na cama da vida real a gente geralmente não precisa de ajuda, quando a performance vai ser transmitida na telona, a coisa muda um pouco de figura. Fingir diante de milhões de espectadores do mundo inteiro – dizem – não é das ações mais fáceis da vida.

Por isso, Hollywood conta com uma especialista em orgasmos de mentira. O nome dela é Ita O’Brien, e seu trabalho é oficialmente definido como “coordenadora de intimidade para cinema, TV e teatro”. Recentemente, sua mão pode ser sentida em trabalhos como “Sexeducation”, da Netflix, e “Game of Thrones”, da HBO. Foi dela a assistência dada a Emilia Clarke e Kit Harignton para que seus personagens Daenerys Targaryen e Jon Snow pudessem transar o mais à vontade possível.

Em uma entrevista recente ao jornal britânico The Times, O’Brien contou que até mesmo os diretores às vezes ficam com vergonha de ter que conversar com seu elenco sobre esse tipo de cena. “Por isso, em vez de trabalhar com os atores, sugerem que eles resolvam tudo sozinhos. É uma atitude completamente equivocada. Se a ideia é parecer que há química, deve haver química na vida real”, explicou.

Entre os exercícios que ela propõe a alguém que procura sua orientação para gozar artisticamente bem estão a imitação de gatos e macacos, atirar-se ao chão ou mesmo se imaginar como sendo elementos da natureza, tipo a terra ou a água.

Com as sensações ensaiadas, O’Brien recomenda outra série de providências para a hora de entrar em cena. Em seu site oficial, ela fala, por exemplo, sobre o beijo, que não deveria nunca prever o uso da língua, exceto se pedido pelo diretor (e acordado entre os atores em questão), e sobre o sexo.

Neste caso, o ideal, segundo ela, é ter ao menos uma outra pessoa da equipe por perto, a fim de “manter o trabalho profissional e não privado”, usar sempre palavras muito claras e simples a respeito do que vai ser feito naquele momento, identificar individualmente o conteúdo emocional da cena e depois integrá-lo com as ações, bem como – talvez o ponto mais importante – acertar previamente entre todos os envolvidos quais são as áreas que poderão ou não ser tocadas.

Alguns acessórios também são bem-vindos no set coordenado por ela. O’Brien curte calças recheadas de lã e invisíveis às câmeras, que criam barreiras entre os protagonistas de uma cena de sexo, mas não evitam uma ereção involuntária. “É uma reação natural, mas não adequada no trabalho”, ela disse, na entrevista do The Times.

“Se acontecer, o ator deve ter a liberdade para parar tudo, descansar e voltar mais tarde”.

 

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Geme e grita que eu te escuto https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/12/07/geme-e-grita-que-eu-te-escuto/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/12/07/geme-e-grita-que-eu-te-escuto/#respond Thu, 07 Dec 2017 13:19:08 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2238 Eu não escondo – e talvez seja até repetitiva em afirmar – que amo palavras em meio ao sexo. Falar e ouvir, para mim, é parte fundamental do coito, me dá um tesão danado.

Mas os sons mais guturais? Outro dia, vendo um post em um grupo de sexo e feminismo que participo, fiquei pensando sobre urros e gemidos. E acho que não dá pra opinar de forma desassociada de quem é a pessoa que solta ai, uis e ahhh em nosso ouvido, o contexto da transa etc. Portanto, entre o gosto ou não gosto, fico com o depende.

 

orgasmo
Crédito da foto Pinterest

 

Em geral, eu curto um som. É uma forma de feedback. Mas, ao mesmo tempo, sexo mudo pode ser interessante em alguns momentos, fica até legal um silêncio profundo quando ele quebra de rotina de uma foda, costumeiramente, tagarela.

“Se não for pra ouvir homem gemer eu nem quero”, comentou Denise no tal grupo. Mas houve reclamação de que é mais raro encontrar um macho que solte gemidos do que um que faça oral com vontade, segundo a galera. “Coisa mais difícil achar homem que geme. Eu sempre me incomodei pelos homens se controlarem demais, não expressarem o prazer com caras e sons. Mas recentemente conheci um rapaz que dava gritinhos e brochei total!”

Existem os exageros, claro. Aí assusta, rola vergonha alheia. A Letícia contou no grupo: “Uma vez um cara me chupando começou a gemer tanto que eu achei que ele estava era passando mal. Tive que mandar parar o serviço”.

“Quando geme forçado, principalmente fazendo oral, é brochante”, concordou Luís.

Animalesco, contido, alto, baixo, na hora do gozo ou das preliminares, como você curte – ou não — o barulhinho bom do sexo?

 

 

 

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Me engravida! Ou não… https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/12/04/me-engravida-ou-nao/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/12/04/me-engravida-ou-nao/#respond Mon, 04 Dec 2017 16:40:17 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2234 A expressão se popularizou em memes, na zoeira geral da internet, no bordão de um apresentador de canal de esporte, mas “me engravida” sempre frequentou o linguajar sexual nas alcovas.

Se fora da cama, a ideia tem a ver com uma babação de ovo – que pode ser sexual ou não – na transa, ela é explícita: a ideia de engravidar ou ser engravidada excita muita gente.

 

heterossexual
Crédito da foto: popculture.com

 

Esses são depoimentos encontrados online:

“Por qualquer motivo que seja, a ideia do meu namorado gozar dentro e me engravidar me deixa MUITO excitada. A gente não quer ter filhos tão cedo, então eu uso anticoncepcional e ele sempre tira antes, mas nada me deixa mais excitada do que fazer sexo, sentir ele gozar bem fundo dentro de mim e correr o risco de me engravidar”

“Tenho essa fantasia pela qual sou aficionado, sonho em engravidar a mulher de outro homem (com consentimento do casal) com intuito de dar um filho a eles e criarem a criança sem eu assumir a paternidade. As vezes me sinto bizarro por desejar algo assim. Pois sempre curti a ideia de fazer isso, ser o amante, mas com consentimento do casal, ir lá e pegar a mulher do cara e tal. Só de pensar fico com um tesão doido. Será que existem pessoas que fazem isso e aceitam? Tô ficando doido?”

Por outro lado, a cabeça livre da preocupação da gravidez indesejada, pode fazer maravilhas pela libido. Recentemente, foi divulgada uma pesquisa homens que fizeram vasectomia sentem mais prazer sexual.

Segundo estudo da Universidade de Frankfurt, na Alemanha, há relatos de ereções e orgasmos melhores após a cirurgia. Os entrevistados declaravam estar três vezes mais propensos ao sexo do que antes. Os motivos não foram explicados, mas a liberdade de não depender da sorte ou de um método anticonceptivo deve ajudar psicologicamente, não?

Conte sua fantasia mais bizarra! Meu e-mail é carmenfaladesexo@gmail.com

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Se nada foi real, pelo menos houve orgasmo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/08/14/se-nada-foi-real-pelo-menos-houve-orgasmo/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/08/14/se-nada-foi-real-pelo-menos-houve-orgasmo/#respond Mon, 14 Aug 2017 21:37:12 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2127  

tatuagem
Crédito da foto Pinterest

 

“Se nada foi real, pelo menos houve orgasmos.

Muitos, múltiplos, variados, fartos, comedidos. Em camas redondas, quadradas, retangulares. No chão, na água, no banco de trás e no da frente também.

Se você nega as palavras, as promessas, o sentimento e a realidade, só não negue o prazer. Faça esse favor a si mesmo – e ao seu pau.

Bem ele, o sexo, que é tido como escapismo, veja a ironia. Dele você não poderá fugir quando encontrar boca e dentes que te machucam e um corpo menos apaixonado. Quando quiser aquele afago no meio da noite e se encontrar na pior das solidões: quando se está acompanhado.

Como aquele cara que cai na balada e no uísque de segunda a segunda e aquela moça que trabalha diariamente até a 1h da manhã, você pode negar, negar, negar. Se conformar com a jaula, mesmo tendo corrido livremente pela savana.

Mas quando a zona de conforto estiver desconfortável demais para suportar e você estiver sozinho entre lençóis, ainda pode se tocar e pensar na aparência, no cheiro, no gosto, na sensação do sexo de quem ousou te querer mais do que como válvula de escape.

E o prazer voltará, mesmo que momentaneamente, com um amargor  – infelizmente, um gosto bem diferente do que você sentia quando me chupava.

As suas tatuagens, o meu bairro boêmio, comida asiática e o portal de notícias que persiste em estar no ar talvez não tragam à tona as lembranças que você resolveu jogar no fundo do armário e nunca mais olhar. Mas as nossas transas estarão impregnadas em você, porque em você estão meus fluidos, minhas células, meu DNA, o meu prazer.

Assim como você está em mim. Isso, não há como negar.”

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Mega-Sena do sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/07/31/mega-sena-do-sexo/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/07/31/mega-sena-do-sexo/#respond Mon, 31 Jul 2017 17:32:34 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2113 Estávamos aproveitando a happy hour da sexta-feira com cerveja e chips de batata doce, enquanto falávamos sobre a Mega-Sena acumulada em mais de 100 milhões de reais, depois que ninguém acertou o sorteio dos 90 milhões. Ficamos ali fantasiando o que faríamos com aquele tanto de dinheiro. Viajar pelo mundo, comprar um imóvel pra cada um da família, nunca mais trabalhar, montar startups, investir em ONGs protetora dos animais, se tornar vizinha do Matt Damon, frequentar a mesma aula de ioga da Angelina Jolie. A lista era basicamente aquela de sempre, nada muito diferente do que qualquer desejo mortal e inalcançável. Até que Marcia fez uma proposta:

– Vamos fazer outro tipo de lista agora e vamos pensar em cada foda ruim que a gente já teve na vida. A pior que a gente teve ou o que deu errado e que poderia ser evitado.

Não entendemos direito qual era o rumo daquela proposta em relação à Mega-Sena, mas falar sobre foda ruim sempre rendia boas risadas pra uma mesa de bar. Pedimos mais uma rodada de cerveja de trigo e começamos.

 

mulher nua
Crédito da foto: eroticphotocollector.tumblr.com

 

1) O cara me chamou de outro nome e me desconcentrei. Ele acabou gozando mesmo assim, saiu da cama e não voltou mais;

2) Quando ele tirou a roupa, perdi o tesão. Não tinha o que ele fizesse que me trouxesse de volta. A sorte foi que ele gozou rápido;

3) Depois de algumas taças de vinho, o cara que eu mal conhecia queria que eu desse o cu. Nem a pau. O cara nem tentou sacar o que poderia funcionar ali para os dois, gozou logo e ficou achando que tinha sido estrela;

4) Uma vez a gente tava ali num rala e rola legal quando o cara, do nada, me virou de costas, completamente fora de propósito, quebrando meu clima. Gozou furunfando em mim por trás sem penetração. Tipo uó;

5) Na festa de formatura, todo mundo já muito bêbado, me peguei com esse cara. Fomos pra um dos banheiros e ele me colocou em cima da pia. Tudo parecia caminhar pra essas fodas excitantemente trash, quando ele já foi gozando com minha calcinha ainda no meio do caminho.

Marcia fez uma média aritmética de todas as histórias que foram surgindo – muito mais do que os exemplos acima – e disparou:

– O problema da foda ruim, ao menos pras mulheres desta mesa, não tem outra raiz a não ser a ejaculação precoce, que mais deveria ser chamada de ejaculação egoísta. E se a gente pudesse resolver o grande problema da foda ruim, o que vocês fariam?

a) Eu criaria grandes campanhas de saúde com um passo-a-passo de como dar um bom boquete. Seria distribuído em cada saída de balada, estaria nos balcões de cada centro turístico. Utilidade pública, minha gente!

b) Ah, eu criaria um aplicativo baseado em avaliação pra critérios como “empatia da foda”. E se o cara tivesse reviews negativos no caso de ter gozado sem tentar fazer a mulher gozar, seria banido!

c) Homem com nojinho de xota sofreria internação compulsória. Teria de escrever em uma lousa mil vezes a hashtag #xotamaravilhosa. Chamaríamos a Sarah Sheeva pra ser a madrinha do programa, que entrevistaria os caras que passaram pela linda conversão.

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Tesão parcelado em 12 vezes https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/07/14/tesao-parcelado-em-12-vezes/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/07/14/tesao-parcelado-em-12-vezes/#respond Fri, 14 Jul 2017 19:03:51 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2103 Ele era um pé-rapado quando nos conhecemos. A gente fazia cursinho pré-vestibular juntos, mas quem já tinha carro era eu. Meu tesão, no início, era quase adolescente. Pra minha alegria, meus hormônios fluíam que era uma beleza. Era só ele encostar em mim que eu já ficava úmida. Mas com o tempo, buscá-lo, levá-lo, pagar pelo cinema, pagar pelo restaurante foi me des-atraindo a ele. Motel ele tinha que se virar, porque pagar por isso, pra mim, já era demais. Se vira! Me chame de machista, do que quiser. Mas pelo motel eu não pagava.

Ele passou no vestibular para Medicina antes de mim. Começou a residência. Nossa relação era cheia de idas e vindas, desde os tempos do cursinho. Éramos a foda segura de cada um. O namoro firme, só que não. Nossas famílias se conheciam e estavam acostumadas aos nossos términos e recomeços. Depois de sei lá quantos meses sem nos vermos, ele me procurou quando soube que eu passaria as férias de julho em Salvador.

Peitoral mais definido de quem estava pagando por uma boa academia, vestido com uma camisa tipo polo da Lacoste agarradinha, calças chinos bem-cortadas de cor pastel. Ali estava aquele meu tipo, o médico mauricinho, o médico coxa com barbinha rala e corte milimetricamente moderninho. Nada naquele perfil estava fora do lugar.

Tudo foi planejado por ele: me buscou em casa porque queria me mostrar o carrão SUV que agora tinha. Me levou pra comer o camarão mais caro da cidade. Brindamos com um Veuve Cliquot na temperatura certa, que veio com cristais Swarovski nas taças – uma derrapada encantadora, porque sou levada por um clichê de elite decadente. Ele não estava me pedindo em casamento. Ele estava testando meu tesão que, combinado ao meu bom humor, poderia nos render a melhor foda de todos os tempos. A cada passo, eu me sentia cada vez mais lubrificada, a excitação em níveis bem altos.

 

Crédito da foto: suckmypixxxel.tumblr.com

 

Quando ele me disse que tinha resolvido ser cirurgião plástico, quase morri: meu namoradinho ~fiel~ seria minha salvação econômica do futuro. Porque ai dele se me cobrasse uma cirurgia corretiva sequer. Ele sorria, dava gargalhadas. Reparei na brancura daqueles dentes e, de repente, na falta de rugas.

– Ah, vá, Ângelo, jura que você já colocou botox? O que deu em você, criatura?!

Rimos gostoso.

Fomos a um hotel, porque ele queria algo top. Top. No rack de apoio próximo à porta do quarto, um pacote da Victoria’s Secret.

– É pra abrir agora e vestir.

Obedeci. Um batom vermelho, da mesma marca, veio no embrulho.

– É pra passar.

Na hora de colocar o sutiã e a calcinha, ele não tirou a etiqueta com o preço: aquele modelo tinha custado US$ 150, uns R$ 525 pra quem comprou o dólar a R$ 3,50. Beleza. Pelas minhas contas, no passado eu tinha gasto com ele bem mais que isso. Era o mínimo. A gafe dele foi calculada.

Na cama, forrada com uma manta colorida da Missoni, ele me deitou pra que eu o visse tirando a roupa, peça por peça. Primeiro, tirou a camisa, depois a calça e mostrou a cueca Calvin Klein, porque agora ele não abandonava mais os outlets de Miami.

Minha lingerie deliciosa e macia, agora apreciava aquela cueca de 800 fios, sei lá, era macia pra caralho. Victoria e Calvin se encontraram, afinal.

Transamos. Ele me chupou, enquanto enfiava o dedo no meu cu, agora sem a calcinha americana. Fizemos um meia-nove, aquele pau entumecido, gigante e rosado, sem pelo nenhum ao redor, a depilação a laser com pagamento à vista – ele havia me dito antes, na zoeira, pra me surpreender depois na real. A região mais clareada pelo tratamento estético. Tesão. Demos uma. Demos duas. Bebemos todas as miniaturas de Red Label do frigobar. Abrimos a latinha de caviar russo. Ele espalhou pela minha virilha, chupou aquelas perolinhas negras enquanto massageava meu clitóris. Gozei um milhão de vezes.

Na ressaca, depois do banho, eu não aguentei:

– Como você agora tem dinheiro pra tudo isso sendo um residente, caramba?

– A gente goza, mas parcela tudo no cartão.

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Bissexual existe, sim! https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/07/07/bissexual-existe-sim/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/07/07/bissexual-existe-sim/#respond Fri, 07 Jul 2017 20:17:27 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2096 Olha o depoimento franco e (por que não?) sexy de alguém que se encontrou na bissexualidade, muitas vezes negada até mesmo dentro da comunidade LGBT.

 

Crédito da foto: suckmypixxxel.tumblr.com

 

“Eu não entendia o que acontecia comigo. Tinha horas que eu me excitava demais com peitinhos e xanas, cabelão, rostos maquiados de garotas loucas pra dar pra mim – ou não. E tinha vezes que, na balada, eu olhava praquele boy, reparava nos cílios enquanto o cara piscava, sentia o perfume de madeira, meu pinto molhava.

Fiquei assim secretamente, me masturbando no banheiro de casa ou no banheiro do trampo mesmo, logo depois do almoço. Eu tinha fantasias ao pensar em cada detalhe dos boys da balada hétero que eu frequentava. Mas ficava de pau duro quando me atracava com as minas. Era delicioso, porra!

Ninguém falava sobre isso em lugar nenhum. Não tinha matéria em revista, não tinha blog pra isso, não tinha nada. Se eu quisesse saber mais de homens, eu só encontrava material na coluna do gay babado ou nos chats obscuros – e eu nunca quis me esconder. Queria me encontrar. Precisava me entender.

Os anos passaram e passei a me jogar. Chamava umas amigas pra balada gay. Comecei ficando com uma delas e, na bebedeira, ficamos com um boy-delícia, um boy-menina, um desses magrinhos, de pele feita, voz fina. Uma hora, nossas línguas estavam em três: ela, ele, eu. Não transamos. Só nos pegamos. Foi um experimento.

Comecei a ter mais amigos gays e, pra minha decepção, foi aí que percebi que o B da sigla toda – LGBT – era invisível. Porque galere achava que aquilo não existia. Que era etapa. Uma fase de transição.

– Porra! Vocês parecem a mãe de vocês, quando vocês saíram do armário pra família!, eu dizia. Era meu melhor argumento.

O mais louco foi o tesão em usar saia. Que coisa deliciosa foi quando, depois de uma transa com uma mina eu pedi se ela tinha uma saia com elástico pra eu vestir. Eu estava nu. Diante do espelho interno do armário dela, peguei a saia de feirinha hippie e coloquei. Meu pau subiu na hora. Corri de volta pra cama porque eu pre-ci-sa-va comê-la de novo. Saia arregaçada, porra por toda parte, cheiro exalando pelo quarto com a brisinha da manhã entrando pela janela daquele bairro arborizado de Perdizes. Ela era estudante de História na PUC-SP. Foi ela quem me conduziu pras rodas bissexuais – ela era uma. Finalmente alguém. Angela, minha guia, minha amiga, minha amante.

Comecei a fazer a unha, mas eu tinha de me segurar, porque o fetiche nos detalhes me deixava louco – e a ideia não era assustar ninguém, assediar ninguém. Meu corpo falava. Gritava. Era quase um inconveniente. Aos fins de semana, as saias. Angela me ajudou a comprar algumas. Saía por aí com barba por fazer, pernas peludas, unhas impecáveis e saia com tênis. À noite, trocava por um modelo mais brilhante, lantejoulas. A jaqueta de couro por cima. Tentei lápis. Descobri o cajal. Não me adaptei ao delineador, muito difícil. Pegava meninos e me lambuzava de base – os que eu pegava, usavam base, faziam as sobrancelhas, laser pra estancar a barba.

Minha vida segue tranquila. Amo paus, amo xanas. Penetro bundas de meninos e xanas de meninas. Dou o cu para meninos e também para meninas, pense numa delícia chamada fist. Sinto sabores humanos. Os sabores são humanos.”

Vamos falar de sexo, de sexualidade, de libertação? Escreve para mim, carmenfaladesexo@gmail.com

 

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No fim, sobrou o consolo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/06/14/no-fim-sobrou-o-consolo/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2017/06/14/no-fim-sobrou-o-consolo/#respond Wed, 14 Jun 2017 21:39:52 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2077 Este texto me lembrou daquela velha piadinha de que amor é como a Avenida Paulista, começa no Paraíso e termina na Consolação.

 

Crédito da foto: suckmypixxxel.tumblr.com

 

“Eles haviam se conhecido há pouco tempo, mas o love ainda estava na fase da foda duas vezes por dia – sempre que possível, é claro. A dança do acasalamento tinha formado um padrão: eles se encontravam em um boteco qualquer, começavam a conversar, o olhar um pelo outro ia penetrando até o fundo do âmago como se estivessem se engolindo mutuamente pela íris, os lábios se encostavam, as línguas se entrelaçavam. O gosto da cerveja weiss na ponta da língua dava o aroma da pegada que estava por vir. As pernas davam um jeito de se encostarem o máximo que aquelas mesas dobráveis de bar permitiam. As mãos já não se importavam com as aparências e começavam as suas estripulias. De início, cada par segurava o rosto um do outro recaindo pelo pescoço, ele puxando com um pouco mais de força o cabelo em tamanho médio dela. As mãos dela tinham dedos longilíneos que se esparramavam pela nuca dele, até alcançarem o elástico que amarrava aquele cabelo neo-hipster que já estava dando no saco.

A dança era deliciosamente carregada de malícia, luxúria e uma dose perfeita de exibicionismo decadente. Eles não se importavam de apalpar os sexos mútuos ali mesmo, na rua. Foda-se. E iam caminhando até o apartamento dela, enfiando dedos no risquinho da bunda, alimentando possibilidades.

Ao chegar em casa, os dois cumpriam tabela: copiavam mesmo aquele sexo quente e atrapalhado dos filmes, que só faz encostar a porta de entrada pra sair rasgando a roupa um do outro em amassos apertadíssimos. Nada era suave. O sexo pré-penetração era daquele jeito, forte, pesado, deliciosamente desajeitado. Os dois seguravam o gozo pra dar tempo de enfiar tudo dentro. E conseguiam. Ela menos. Ela tinha pequenos orgasmos sequenciais, o que deixava toda a experiência muito satisfatória.

Na porta do quarto, ambos nus, ela montada de frente nele, ele a colocava na ponta da cama pra dar tempo de enfiar direito. E era nessa hora, milimetricamente calculada, que ela se livrava dele, engatinhando até a ponta direita da cabeceira da cama queen, onde ficava um falo maravilhosamente rosa, na textura e tamanho perfeitos. Era ligar, enfiar, e gozar de olhos bem abertos.

– Toda vez eu travo, dizia ele mais uma vez.
Ele apequenava-se. Saia do quarto de olhos arregalados, ainda em estado de choque.”

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