X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 “Cara de quem sabe fazer” https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/10/22/cara-de-quem-sabe-fazer/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/10/22/cara-de-quem-sabe-fazer/#respond Fri, 22 Oct 2021 18:41:24 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3222 Por Carmen

É curioso pensar o quanto a gente julga o sexo (e tudo) pela aparência das coisas. Eu, você, todo mundo. Ou na verdade, o que sempre está em jogo acaba sendo a nossa interpretação – completamente subjetiva – da realidade. Vou apimentar o meu ponto…

Outro dia recebi uma mensagem inbox de um amigo no Instagram. Há meses ele me segue, olha todos os meus Stories (e nem me venha com papo de terapeuta dizendo que isso “só significa” que eu estou na sequência natural de outras publicações…). Tenho certeza absoluta de que não, enfim. Às vezes, ele envia alguma dessas reações padronizadas. Algumas outras, escreve algo como quem quer puxar papo.

 

silhueta
Crédito da foto Maru Lombardo/Unsplash

 

(E cabe dizer: ele sabe do meu status de relacionamento; e eu já flagrei, e fiz questão de demonstrar, a condição amorosa dele. Comprometido.

Pois bem. Na nossa mais recente interação, contei dessa minha história virtual para meu melhor amigo. “Quero ver fotos”, ele pediu. Eu prontamente providenciei. A avaliação chegou sem rodeios: “E ele tem cara de quem sabe fazer…”. A frase não saiu da minha cabeça.

Uma noite, decidi me masturbar. Estava sozinha em casa e com pouca inspiração. Aí, lembrei da avaliação um tanto incentivadora do meu amigo, e por que não espiar as fotos na “timeline” do contatinho platônico? Alto, corpo de quem faz esporte uma vida inteira, pele morena de sol. Um tanto sério.

Minha excitação foi aumentando. E ver (sem querer) uma foto da “namorida” dele, linda aliás, me deixou ainda mais molhada. Gozei suave com o dedo indicador esfregando meu clitóris – e algumas gotinhas de um lubrificante maravilhoso à base de silicone. Depois de um banho, deitei para dormir. E aí começou um sonho de trepada de fato…

Estávamos os dois em um quarto de hotel, desses bem luxuosos com ares da Bahia. Ele, com a toalha de banho amarrada na cintura. Eu, nua entre os lençóis. Ele se aproxima, olha dentro dos meus olhos, me beija de leve para que eu peça mais. Os lábios molhados descem pelo meu corpo, cada instante em um lugar, enquanto ele puxa a roupa de cama e me deixa exposta. Assim, ele pede que eu abra as pernas para ele poder me olhar. Eu obedeço, encantada com aquele olhar penetrante (sim este é o sinônimo-clichê mais adequado nesta cena do meu sonho…).

De repente, sinto a textura de sua língua na minha virilha, logo passeando pelos meus pelos, entrando na minha vagina, tocando a pontinha do melhor lugar do mundo. Não sei o quanto se demora ali, quando vejo o volume imenso quase escapando da toalha – tamanho não é garantia de nada, mas causa uma impressão…
Ele entre em mim fazendo movimentos incríveis. Segurando firme no meu quadril, depois me virando de costas, de lado, sentada sobre ele. Tudo tão intenso, tudo em um lampejo. Tudo com “cara de quem sabe fazer”. E faz. Tão bem que gozo sonhando; e se você é mulher, sabe do que estou dizendo.

Desperto nesse derramamento, um pouco frustrada por me deparar com a imaterialidade do meu desejo. Outra porção maior, feliz.

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Máscara como sex toy https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/08/12/mascara-como-sex-toy/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/08/12/mascara-como-sex-toy/#respond Thu, 12 Aug 2021 22:19:49 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3199 Por Carmen

Encontrei um antigo affair na casa de uma amiga em comum. Um breve respiro, apesar das máscaras – e é justamente sobre o lado sexy deste acessório obrigatório que quero te falar. Uma descoberta…

 

máscara
Crédito da foto Dainis Graveris/Unsplash

 

Vamos direto ao final do encontro, quando este amor mal resolvido fez questão de me levar até o portão da rua – pelas minhas contas, não nos víamos havia uns três anos. Um querendo saber um pouco mais do outro, o sorriso em comum saltando dos nossos olhos. De repente, ele me diz assim: “Ah, sem máscara, vai…”. E antes que eu pudesse me dar conta, retira a dele olhando para mim, depois solta uma tira da minha e me abraça fazendo um carinho gostoso no meu pescoço. De-mo-ra-da-men-te.

Perdi a noção do tempo, imagino que ficamos longos minutos ali. Ele mais relaxado que o habitual. Eu, automaticamente excitada, confesso aqui a você, considerando o frio na barriga de rever alguém por quem me apaixonaria novamente, e a fração de segundo em que me senti sendo despida, como se estivesse tirando uma peça de roupa íntima em uma primeira transa – sensação que ainda não havia experimentado com uma máscara de proteção!

O que se revelou ali, no entanto, foram dois sorrisos deliciosamente insinuantes, as bocas mordiscando uma pontinha de língua, este órgão tão amedrontado desde o início da pandemia (suspiro). Nos despedimos ali, com a promessa de marcarmos um café qualquer dia, quem sabe.

Cheguei em casa com aquela cena percorrendo todo o meu corpo. Tomei um banho, escolhi a playlist e comecei a me masturbar na sala. E meu amor chegou da rua na hora exata. A tempo de se surpreender com a recepção inesperada, me ver encharcada de tesão e embarcar na minha fantasia gentil ao pé do ouvido: “Ah, me fode usando a máscara, vai…”.

(Vale registrar: as regras do encontro, por conta do aniversário desta amiga, eram bem claras. Apenas um grupo dos dez mais chegados, todos ao menos com a primeira dose da vacina, teste rápido feito no dia do evento, programação de não mais que duas horas, ao ar livre. O novo normal pode ser estimulante, afinal!)

 

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O sexo depois da não-liberdade https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/04/24/o-sexo-depois-da-nao-liberdade/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/04/24/o-sexo-depois-da-nao-liberdade/#respond Sat, 24 Apr 2021 21:47:41 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3158 Por Carmen

Tenho pensado a respeito da liberdade que só a experiência da não-liberdade nos traz. Explico: uma amiga, passando sozinha por estes 13 meses de quarentena, contou que nunca teve tanto desejo de se experimentar.

O fato é que, com a ausência de um parceiro sexual para chamar de seu, ela redescobriu o prazer, a conexão com seus sentidos mais básicos. O bom hábito – palavras dela – de se perceber e despir de qualquer questão que não esteja na vontade pura e simples de sentir tesão na presença de si. E gozar! Desfecho que, segundo me disse, tem acontecido de modo cada vez mais intenso. No sentido literal, seja em longas sessões de autoamor (na cama antes de dormir ou ao acordar devagarinho, no banho, no sofá da sala), seja quando este período de isolamento terminar – ou a vacina chegar para ela, quem sabe.

 

mulher nua
Crédito da foto Unsplash/
Velizar Ivanov

 

Esta conversa, entretanto, vai muito além de uma mulher adquirindo a liberdade de gostar de si e das possibilidades que o próprio corpo oferece. Porque segundo o depoimento dessa pessoa querida, o incômodo processo de encarar a solidão interminável da vida como poderia ser, a faz imaginar quem ela será após a pandemia. Sexualmente falando.

Não que a gente mude radicalmente princípios ou valores adquiridos a partir da nossa jornada. O respeito por si deve permanecer sempre. Porém, talvez, as pessoas queiram se colocar na vida amorosa de um lugar mais livre, mais fluido, com menos loopings mentais nas relações com outros parceiros, complexidades existenciais ou mecanismos de sabotagem. E aqui, estamos falando para todos os gêneros e estados civis, entenda.

Estudiosos de comportamento e futurologistas já apontam, em alguns anos, para uma sociedade sedenta por experiências pelas quais precisou se privar nestes tempos. A história nos mostra. Mas se esta reflexão, um tanto mental do ponto de vista de uma mulher adulta, solteira e que tem transformado o medo de uma condição tão humana – o da solidão para a solitude – ainda não te inspirou o suficiente…

Eu encerro com um depoimento que apenas uma amiga íntima é capaz de nos confiar. Desejando que você também repense sua maneira de se relacionar:

“Minha vida sexual se deu através do medo. Medo de me machucar, de me envolver e não ser correspondida, de me sentir usada, desrespeitada. Medo do outro. Medo de me tocar e do que eu poderia pensar sobre mim. Algumas vezes medo de, num rompante de libertação, nunca me conectar verdadeira e profundamente com alguém. Medo de sentir, de amar. Medo de viver.

Agora não, tudo está diferente depois desta rotina fora do mundo. Quando toco gentilmente meus seios, lambo meu braço, chupo meus dedos para logo encontrar outras partes de pele macia, pelos, e cada pedacinho da minha anatomia, sinto a vida pulsando em meu corpo e alma. A beleza de ter mais um dia. E a esperança de, em breve, me sentir segura como nunca antes. Para compartilhar o que tenho de mais humano: a entrega absoluta da minha vulnerabilidade.

De coração aberto, por uma noite ou uma vida inteira (isso já não importa). Com um sorriso leve no rosto. Um sorriso só meu. Pois ali, em cada instante tão único quanto fugaz, estive inteira. Tocando o sublime de encontrar outro ser por inteiro. Acho que é disso que se trata tudo… Quando a gente, finalmente, entende que estar vivo nos dá a oportunidade de acender estrelas no coração. Nosso e dos outros. Para que elas continuem brilhando quando nosso corpo físico já não tiver razão de seguir por aqui.”

 

 

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Uma masturbação a dois https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/04/13/uma-masturbacao-a-dois/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/04/13/uma-masturbacao-a-dois/#respond Tue, 13 Apr 2021 20:05:53 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3153 Por Carmen

Noite dessas estava te olhando saindo do banho. Você distraído com o cansaço depois de um longo dia, eu na cama (os olhos escondidos por trás de um livro qualquer). Acho bonito quando te vejo assim, o corpo nu, movendo-se pra lá e pra cá com a naturalidade dos pequenos gestos do cotidiano.

 

casal na cama
Crédito da foto Vidar Nordli-Mathisen/Unsplash

Gosto de observar você escovar os dentes, a porta do banheiro entreaberta, e o reflexo do seu pau pelo espelho. Sinto certo frisson no ar, porque penso no que ele – junto contigo – são capazes de me fazer. Olho pra você e vou ficando excitada com cada detalhe da sua anatomia: o bumbum redondo na medida, o pinto delicioso, os pelos ao redor dele, escancarando meu desejo por tudo em você.

Algumas vezes isso basta para que eu durma mais leve, sentindo seu corpo quente ao lado do meu. Outras, acordo no meio da noite, te abraço pelas costas e coloco minha mão gentilmente dentro dos seus shorts de dormir. Começo a te acariciar enquanto você ainda dorme. Até sentir o seu tesão (primeiro, levemente molhado, depois, cada vez mais duro e deliciosamente grande). Devagarinho sinto que o seu cansaço vai ficando menor que a vontade de transar.

Mas hoje, em especial, peço pra você mesmo continuar… Coloco a sua mão sobre seu pau, te ajudo a mexer nele; nossas mãos juntas. Pra cima, pra baixo, mais rápido, depois devagar. Um pouco mais apertado, até eu te soltar. “Se masturba pra mim, quero te olhar…”, digo baixinho. Você sorri um sorriso encantador.

Então acendo a luz de cabeceira, pra poder olhar dentro dos seus olhos. Você transborda – a boca entreaberta, linda, o peito um tanto apreensivo, com os braços e as mãos acariciando o próprio corpo, o pau, tudo ao redor dele.

Chego mais perto, para que você sinta a ponta dos meus seios, e sussurro: “Continua”. Você ali, deitado de olhos cerrados num prazer sem fim. Com meu corpo junto do seu, meus beijinhos na tua orelha, descendo para o pescoço e a dobrinha feita só pra eu sentir teu cheiro de mar. Não conto o tempo no relógio.

E você embarca nesta minha fantasia, sem me tocar. Eu gemo de leve no teu ouvido, faço você perceber que estou com a mão na minha buceta. Mas esta noite, teu prazer será o meu. “Quero te ver gozar”, autorizo.

Você se toca cada vez mais rápido. Repete meu nome, madrugada lá fora. E goza num silêncio nosso. Intenso. Eu coloco a minha mão encharcada no teu pau, do jeito que você mais gosta, e te beijo. Você pulsando. “Durma bem”, desejo meu melhor desejo.

Depois me masturbo mais um pouquinho e paro. Quero sonhar com você escovando os dentes distraído, mais tarde olhando e gemendo pra mim. Adoro ver você se masturbar só pra mim. Há beleza nessa simplicidade do dia a dia. (E ao amanhecer, estarei pronta pra você me fazer gozar, da maneira que escolher começar mais um nosso dia.)

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Confissões de uma recém-separada em quarentena https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/27/confissoes-de-uma-recem-separada-em-quarentena/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/27/confissoes-de-uma-recem-separada-em-quarentena/#respond Sat, 27 Mar 2021 15:48:12 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3143 Por Carmen

“Não sei você, Carmen”, escreveu minha amiga recém-separada, “mas ando impressionada com todas as conexões que surgiram durante este período interminável de (um necessário) isolamento social. Amigos de infância, da época da escola, do bairro onde cresci. Um dos antigos camaradas do meu ex. Um namorado de mais de vinte anos atrás. Homens solteiros, homens que namoram, um homem casado, um divorciado – outro de status ainda não conhecido.

O comportamento é parecido. Todos começam observando minhas postagens (e eu nunca postei tanto!). De repente, um dia, encontram uma deixa para enviar “uma reação” ou um comentário inbox pelo Instagram. Começam uma conversa. Uns revelam algumas de suas memórias comigo, alguém arrisca um elogio, depois some; igualzinho fazia na nossa adolescência. Há os que falam apenas do momento presente.

Tem um em especial, que me deseja um “boa noite, dorme bem”. Duas vezes já. E eu de fato durmo, alegre com esse carinho inesperado e deliciosamente virtual. Um outro amigo conta, pelo Whatsapp, que sonhou comigo na última noite… E eu tento interpretar em mim o que isso pode me dizer. Quando me sinto mais sozinha, escolho um deles para uma fantasia particular.

 

prazer feminino
Crédito da foto Ava Sol/Unsplash

 

Acendo uma vela, seleciono uma playlist no Spotify, deito na cama e começo a acariciar meu corpo. Imagino como ele, o personagem que me habita, gostaria de me tocar. Penso como deve ser seu corpo nu, sobre o meu. Em que momento decidiria tirar toda a minha roupa, como é o gosto do seu beijo, mais intenso ou mais racional. Ah. E se gosta de segurar firme no meu quadril enquanto me penetra (eu adoro), ou é um iniciado na fundamental arte de chupar por horas uma mulher. Bem gostoso.

Algumas vezes o personagem muda durante a transa, algo que não planejo ou controlo. Outras, dou uma espiada naquela foto de perfil (nada como uma certa dose de realidade, não é mesmo?). Continuo esse sexo diáfano, alternando entre meus vibradores. Sugador de clitóris pra começar, o delicioso “rabbit” vai-e-vem para continuar. Se estou animada, sigo com o estímulo do “bullet”, por cada dobrinha em mim, incluindo o bico dos meus seios. E finalizo, ou não, com meu querido pênis; grosso, flexível, de mais de 20 centímetros de prazer. Este reservo para noites mais encharcadas.

Gozo. Uma, duas, de vez em quando algumas vezes. Depois, acho graça. E sempre acordo com um sorriso de quem guarda um segredo no rosto. Afinal, antes da pandemia, tudo parecia mais complexo. Quando as pessoas, livres, por hábito ou ilusão, preferiam fechar o coração. Tinder, pra quê (risos)? Sigo em frente. Agradecendo o privilégio da vida, apesar de tanto, e imaginando com qual deles vou querer me encontrar – primeiro!”

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Sobre o que você fantasia? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/12/22/sobre-o-que-voce-fantasia/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/12/22/sobre-o-que-voce-fantasia/#respond Tue, 22 Dec 2020 15:13:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3086 Por Carmen

 

Meu leque de fantasias sexuais é abrangente. Já que eu posso imaginar o que quiser, deixo rolar mesmo: orgias em uma mansão cheia de tapetes e sofás confortáveis ao toque, exibicionismo em uma rua de cidade qualquer, transa quente com outra mulher, em que sinto meus seios pressionados contra seios macios, um homem rude e desconhecido que entra no meu apartamento e me pega em minha própria cama.

 

fantasia
Crédito da foto: Pinterest

Acho interessante, porém, que o que mais gosto é lembrar, não imaginar. Revivo na memória momentos de muito prazer que já tive, as loucurinhas feitas em viagens que renderam histórias deliciosas, frenesis de carnaval (Salvador, que saudade!), a transa com um crush que por anos foi cobiçado, e assim vai.

O que me surpreende, porém, é que minha fantasia mais recorrente não escapa muito da minha realidade. Gozo pra valer quando me masturbo pensando exatamente no homem que divide a cama comigo há quase uma década. Nossas primeiras transas, a imagem do seu pau duro, tão familiar, fotografias do seu corpo, memória do seu cheiro e de frases que ele fala quando tá com tesão.

Gosto de pensar que me excitar com memórias é um sinal de uma vida sexual satisfatória, mas isso não me faz melhor do que quem cria mais roteiros de ficção, quem prefere se excitar com o que é considerado tabu, proibido, do que com o próprio marido. Em seu livro de 1996, “The Erotic Mind”, o autor e terapeuta sexual Jack Morin explica uma equação erótica: atração + obstáculos = excitação. Então, se você se sente um pouquinho de culpa por sua fantasia, talvez isso seja parte do que a torna uma boa fantasia.

 

 

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Isolamento sexual https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/09/isolamento-sexual/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/09/09/isolamento-sexual/#respond Wed, 09 Sep 2020 18:30:59 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3016 Por Carmen

nua
crédito da foto
Darius Bashar/Unsplash

Havia seis meses, eu não ficava sozinha em casa. Confinamento, home office e educação à distância para mim, significaram tudo, menos estar isolada. Quando soube o que o sábado de calor me reservava, horas e horas de real distanciamento de tudo e de todos, só eu e minhas vontades, comecei a fazer planos.

Acordei mais tarde, meditei na cama mesmo, depois acariciei meu corpo, tocando a maciez da minha própria pele. Sabia o que queria antes de colocar os pés no chão. Senti minha energia sexual expandindo, meu desejo começando a arder. Fui buscar no fundo da gaveta da cabeceira aquele vibrador por meses desligado. Estava com saudade de ser a comandante de cada movimento, de gozar do jeito que somente eu consigo me proporcionar.

Fiquei cheia de disposição para curtir o dolce far niente e meus planos incluíam um quê de rebeldia. Só café preto, um romance britânico e a espreguiçadeira do jardim até o estômago roncar. Antes desse sinal fisiológico, porém, o sol aqueceu outras partes do meu corpo, e os mamilos, cobertos por um biquíni cortininha, também recém-resgatado, se eriçaram. Estava pronta para mais uma rodada de prazer e desta vez seria ali, na exibição.

Existem sobrados ao redor no meu quintal. Uma laje à direita, com ombrelone e futon. Eu sabia que o vizinho ruivo e barbudo subia ali para fumar antes do almoço, já deixava o cinzeiro ali, na mureta. Torci por essa plateia.

Desamarrei o biquíni e fiz uns minutos de topless preliminar. Depois virei de bruços e tirei a calcinha, empinando o bumbum e passando meu braço por debaixo do corpo, até a mão chegar no gordinho da vulva. Fiquei assim, dedilhando, por uma eternidade. Só depois levantei mais as nádegas e cheguei no ponto de fricção.

A dúvida se aquele viking urbano estava ou não me olhando me deixou ainda mais excitada. Eu não olhava por sobre o ombro, mas me tocava, mentalizando ele se punhetando na laje, um pau grosso, não muito comprido na minha imaginação.

Gozei rebolando e quando me recuperei do êxtase, fui conferir minha audiência. Laje vazia, mas no cinzeiro, a fumaça da brasa ainda acesa.

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Memórias sexuais https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/22/memorias-sexuais/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/22/memorias-sexuais/#respond Wed, 22 Jul 2020 12:40:42 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2990 Por Carmen

Logo que nos conhecemos, meu namorado quis saber quantos anos eu tinha na minha primeira vez: 16.

A dele tinha sido com 23.

Em seguida, perguntou com que idade eu comecei a me masturbar, “Por volta de 13”, respondi, sem muita certeza.

Ele concordou que tinha sido por aí também.

Assim como tudo no sexo, cada um tem um histórico único e comparações do tipo: “cedo demais”, “tarde demais”, são um desserviço à sexualidade e à liberdade. Nunca mais falamos sobre isso.

 

masturbação
Crédito da foto Pinterest

 

Quando eu penso nas minhas memórias sexuais mais antigas, vêm à lembrança aqueles infinitos dias da adolescência, de estar deitada de costas na cama de solteiro, o edredom pesando sobre o corpo, minhas pernas abertas e semi flexionadas, e eu esfregando meu clitóris sobre a calcinha, torcendo pra minha irmã, na cama ao lado, não acordar e notar o movimento contínuo sob as cobertas. Eu me atormentava (mas só um pouco) com a dúvida se aquilo me faria perder a virgindade. Eu era curiosa e procurava informação — na era pré-Google, porém, para certas questões, eu não encontrava resposta.

Eu nunca fantasiava com pessoas conhecidas ou famosas. Perguntei por aí, e celebridades parecem ter sido o botão ON do tesão para a maioria dos meus amigos. De Leonardo DiCaprio e Christina Aguilera a Cauã Reymond e Carla Perez , ouvi uma lista de nomes.

Uma amiga me contou que, ao assistir uma novela dos anos 80, babava cada vez que a Christiane Torloni aparecia na tela. Curiosamente, outras amigas da mesma geração, revelaram que a atriz foi a primeira paixão platônica e a ignição para a descoberta da homossexualidade.

Meu lance sempre foram as histórias. Aprimorei meus métodos de excitação e toque e encontrei a coleção de revistas pornográficas do meu pai. Pulava as fotos das mulheres e ia direto para as reportagens ou seção de contos eróticos. Lembro de gozar forte, equilibrando a revista em uma mão e me masturbando com a outra. Demoraram anos até que uma relação sexual me proporcionasse prazer similar.

 

 

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Dicas, truques e ideias para o sexo virtual https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/11/dicas-truques-e-ideias-para-o-sexo-virtual/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/11/dicas-truques-e-ideias-para-o-sexo-virtual/#respond Mon, 11 May 2020 19:02:12 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2930 Por Carmen

Mensagens, áudios e vídeos – se é o que temos para hoje, vamos fazer o melhor uso deles. Para muitos, o sexo virtual não é novidade, e são esses bons camaradas que estão compartilhando suas dicas mais preciosas com quem está conhecendo o deleite que a tecnologia proporciona somente agora, quando a situação pediu.  Os novatos, claro, vão descobrindo tudo rapidinho e acrescentando colaborações à lista (mande a sua para falecomxdesexo@gmail.com).

 

nude
Crédito da foto Pinterest

 

Como entrar no clima nesses momentos de prazer à distância? Como tirar o melhor proveito dos encontros pela internet? Como provocar e se excitar sem contato físico? Como se proteger de vazamentos indesejados de vídeos ou de mensagens?

Dicas práticas

– Nas mensagens, capriche nos adjetivos e em palavras criativas para descrever posições e sensações, saia do lugar-comum do sexting.

– Básico para bons nudes: luz natural é tudo! Tire as fotos durante o dia – por do sol é um ótimo momento. Outro detalhe importante, você precisa estar no clima, quanto mais excitado(a), mais excitante será sua foto!

– Na foto ou no vídeo, capriche no cenário e no figurino – escolha bem a roupa íntima, leve as luzes indiretas, as velas e o uso de tecidos fluidos – lençóis, echarpes e camisetas – a sério. Tire de cena a bagunça do dia a dia.

– Use um aplicativo de mensagens instantâneas apenas para sexting, assim você mantém os amantes virtuais longe da família.

– Não quer seus vídeos vazados? Faça sexo virtual por aplicativos que notificam se a outra pessoa acionou a gravação, como Skype e Zoom.

Preliminares

– Podemos sempre começar com aquela foto provocante e em seguida perguntar: “o que faria comigo se estivesse aqui?”

– Provocar, inclusive, é a palavra-chave. Vá revelando aos poucos nos nudes, fazendo o outro implorar por uma espiadinha a mais.

– Gifs são um ótimo jeito de provocar — digamos que tem um movimento interessante.

– Você geme na hora do orgasmo? Envia um áudio desse momento para aquela pessoa que vai reconhecer na hora do que se trata essa maravilhosa trilha sonora.

– Enviar uma foto que dê a entender que você acabou de se masturbar é uma ousadia que pode funcionar. Siga o seu instinto!

Joguinhos sexuais

– Mostre seus apetrechos sexuais e peça para escolher qual ele(a) quer que você use.

– Recordem juntos momentos quentes que passaram juntos.

– Narre uma fantasia sua para vivenciarem no sexo virtual. Depois é a vez dele(a).

– Que tal jogar verdade ou consequência? Alternem as jogadas. Deu verdade, revele uma fantasia. Na consequência, deve mandar uma foto bem caliente ou, no caso de vídeos,  tirar uma parte da roupa.

– Encenar trechos das suas histórias ou vídeos eróticos preferidos

– Hora da gincana: desafie a te mandar um nude por hora pelas próximas cinco horas.

 

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Pelo olho mágico https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/04/20/pelo-olho-magico/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/04/20/pelo-olho-magico/#respond Mon, 20 Apr 2020 14:52:01 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2917 Por Carmen

homem na cama
Crédito da foto Tumblr

 

Foi estranho ver alguém dentro do elevador, depois de tantos dias sem encontrar sequer uma alma vagando pelo edifício. Eu tinha acabado de deixar o lixo na lixeira comum que fica na garagem do primeiro subsolo, passado álcool gel nas mãos e chamado o elevador com a ponta do cotovelo. Ia voltar para a minha toca. Além das idas semanais ao mercado, a descida diária para levar o lixo tem sido a minha maior aventura nesse período de confinamento. Minto, tenho também me masturbado com a janela aberta, dando a oportunidade pros moradores do prédio ao lado assistirem ao meu prazer.

Dentro do elevador, ele estava com calça de moletom cinza e a camiseta preta era de alguma banda de metal que eu nunca ouvi. A palavra sexy acendeu em LED na minha mente. Ele trazia embalagens de delivery de comida, claramente a caminho da lixeira que eu acabara de encher de garrafas de vinho.

Ele falou oi, sorriu, e se esgueirou para fora do elevador, impondo o máximo de distanciamento social que o espaço do hall permitia. Broxante. Eu subi, entrei em casa e, enquanto higienizava a maçaneta, me deu uma vontade louca de espiar. Pelo olho mágico, fiquei esperando ele voltar. Bancar a voyeur certamente ia me animar, senti meus mamilos se arrepiarem, quando encostei o peito, coberto pela camiseta fina, na madeira gelada da porta. Eu, que sempre gostei de me exibir, curti o novo papel.

Claro que eu já tinha visto esse cara antes. Somos vizinhos de porta. Seu peitoral ficava na direção dos meus olhos enquanto viajávamos do térreo ao décimo, naqueles saudosos tempos em que pegar elevador cheio causava, no máximo, irritantes minutos de atraso.

Acompanhei pelo buraquinho quando ele saiu do elevador e, em vez de se dirigir para a própria porta, ele olhou na direção da minha, como se adivinhasse que estava sendo observado. Adrenalina percorreu meu corpo por uns cinco segundos, até ele se virar e seguir rumo ao próprio casulo.

Naquele dia, me masturbei e depois escrevi um conto erótico. Na minha fantasia, trabalhava no notebook quando me assustei com a campainha de casa. Pelo olho mágico, vi que era ele. Abri, e ele deu três passos para trás. Distanciamento. Usava uma máscara preta, de pano, e eu juro que estava mais sexy do que nunca.

Ele disse: “tinha álcool 70% no mercado. Como não tá fácil de achar, trouxe um a mais. E estendeu o frasco.”

Peguei, agradeci, e morri de vontade de convidar para entrar.

“Quer um café? Uma cerveja? Me comer contra a pia da cozinha?”

Em vez disso, perguntei se ele estava trabalhando de casa, como estava a família – que eu nem sabia se existia, onde, em que moldes.

Começou a contar sobre a rotina na quarentena e os pais confinados em uma cidade grande do interior, a voz abafada pela máscara. Decidimos trocar whatsapp com a desculpa de caso um de nós, em uma emergência, precisasse de algo. Afinal, estávamos os dois sozinhos naquele andar, durante a pandemia. Mas a minha urgência não era bem aquela. Eu precisava gozar sentindo um pau quente. E, ironia do destino, o pinto mais próximo morava a 10 metros e vinha acompanhado de um corpo esguio e com a dose perfeita de tônus muscular. Sim, estou me dando o direito de ser superficial no meu delírio erótico.

Na fantasia, um papo por mensagens engataria, inicialmente, com emojis e provocações. Um pouco depois, a paquera “Você está sendo uma companhia maravilhosa nesse confinamento”, ficaria mais safada: “Você me deixa com um tesão muito louco”.

Na madrugada, transamos. Por texto.

No dia seguinte, marcamos por vídeo. “Por hangout ou zoom?”. “Na minha cama”, brinquei.

E como na imaginação ainda podemos nos tocar e trocar fluídos, meu vizinho conheceu meu apartamento, tomou a minha cerveja, me jogou na cama, se enfiou nas minhas entranhas, me comeu de quatro e me fez gozar três vezes.

 

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