X de Sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br A cama é de todos Mon, 22 Nov 2021 13:00:59 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 O sexo que salva a rotina de um ano interminável https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/31/o-sexo-que-salva-a-rotina-de-um-ano-interminavel/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/03/31/o-sexo-que-salva-a-rotina-de-um-ano-interminavel/#respond Wed, 31 Mar 2021 12:24:56 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3146 Por Carmen

– Tenho 59 anos e, desde que começou a pandemia, transo todos os dias.

“Tem história boa aí”, pensei. Depois de um ano de isolamento social, a maioria dos relatos que ouço ou leio é de jovens sofrendo por falta do agito social que, muitas vezes, acabavam em encontros sexuais, ou de casados massacrados pela rotina home-office, aula online e louça na pia, que pouca energia têm para o sexo.

 

pernas
Crédito da foto Womanizer WOW Tech/Unsplash

 

Para D. e A., entretanto, a falta de compromissos com amigos e na agenda, de tempo perdido indo e voltando, no trânsito, para o escritório, de visitas dos filhos adultos, o que mais existe é espaço no dia a dia para cochilos no meio da tarde que viram transas pra reanimar, um capítulo do romance policial que termina junto a um oral caprichado, e rapidinhas de manhã, antes de ligar o computador.

Juntos há décadas, eles já experimentaram coisas à beça – brinquedos, fantasias, diferentes posições, e hoje variam entre o que mais funciona para eles. Essa alternância em um menu de poucos, mas deliciosos pratos, para eles, é satisfatória.

Em dias que parecem tão iguais, o sexo definitivamente se apresenta como melhor opção do que jogar Candy Crush, acompanhar as notícias e ver algum filme no Netflix que amanhã terá sido esquecido.

 

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Antes sem sexo do que mal acompanhada https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/28/antes-sem-sexo-do-que-mal-acompanhada/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2021/01/28/antes-sem-sexo-do-que-mal-acompanhada/#respond Thu, 28 Jan 2021 16:50:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=3121 Por Carmen

Quando ele fez um Pix de R$ 69 para mim, achando a cantada mais genial do mundo, eu ainda relevei.

Quando abriu a lata e espalhou leite condensado da virilha até os mamilos, me convidando a lamber, não deu mais.

Gritei: fora!

 

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Crédito da foto Reprodução
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O toque suave na virilha https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/27/o-toque-suave-na-virilha/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/27/o-toque-suave-na-virilha/#respond Wed, 27 May 2020 13:48:56 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2941 Por Carmen

A gente subia a Padre João Manuel conversando. Não me lembro de sentir cansaço por estar, ao mesmo tempo, falando e caminhando várias quadras em aclive. Era um primeiro encontro, estava dando tudo certo e meu corpo estava todo estava eletrizado. Eu queria entrar no primeiro hotel, prédio ou cinema da Paulista e ficar sozinha com ele, sem testemunhas, para ver o que aconteceria. Eu não intuía, mas sabia ainda, estava em um dos momentos mais excitantes dos meus, então, 20 anos de vida.

 

coxa
Crédito da foto Pinterest

 

A gente já tinha se encostado, mas não tinha virado beijo. Aquela segurada no braço, na descida de uma escada. Um roçar na nuca, quando minha gargantilha resolveu dar uma mãozinha para o feitiço todo, escorregou do meu pescoço e ele me ajudou a recolocar, cuidando do fecho. Eu ansiava por mais e sentia um pulsar no meio das pernas.

Chegamos a uma esquina mais residencial e a calçada estava deserta. Nem carros passavam na rua. A gente parou, se olhou, se beijou. Ele me pegou de leve pelas ancas. Eu não lembro o que fiz com os braços, mas ele, experiente que só, fez um gesto que me deixou louca. Escorregou a mão bem suavemente na diagonal e parou com o dorso dos dedos – não todos, um ou dois –  na minha coxa, a alguns centímetros da minha virilha. E ficou ali, naquele toque suave, enquanto sorvia minha boca.

Aquela leve provocação teve um efeito avassalador em mim. A pressão e a localização do toque só podiam ter sido cirurgicamente pensadas, para me excitar, me fazer pirar por mais, mas sem realmente ser um toque sexual, já que ali, afinal, era a minha perna. Tão perto e tão longe. Tão suave que era quase fruto da minha imaginação.

Curiosamente, acabei de fazer a conexão só agora: ele era médico.

Eu só sei que depois disso, em várias ocasiões, eu mesma usei esse artifício de sedução. O toque levinho na coxa, perto da virilha, durante o beijo. Via o efeito que causava, me sentia poderosa, mas tinha nostalgia, queria experimentar eu mesma novamente a sensação. Receio, porém, que seja impossível, assim como certas drogas, nada se compara à primeira dose.

 

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O único defeito dele https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/05/03/o-unico-defeito-dele/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/05/03/o-unico-defeito-dele/#respond Fri, 03 May 2019 15:50:58 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2631 Por Dolores

Gosto quando é dia de fazer o trajeto de volta a pé, os quase dez quarteirões entre origem e destino ainda ensolarados do fim de tarde. É bom pra ver gente, dizem. Tomar um ar. Verdade, que a essa hora tem o pessoal largando o expediente para subir nos ônibus etc e tal, mas tem também uma frequência maravilhosa que é meu verdadeiro foco: os caras indo para a academia.

 

sexo
Crédito da foto Pinterest

 

(Parêntese rápido. Os caras voltando da academia são ainda melhores, porque estão invariavelmente suados e há algo no cheiro dos seus braços, virilhas e pescoços que aciona um botão importante entre as minhas coxas, porém o horário em que eles flanam pela rua é inviável ao meu passeio, e por isso preciso me contentar com aqueles que ainda não suaram o suficiente. Tudo bem).

E eis que, terça-feira passada, dobrou a esquina um rapaz inédito – tendo a memorizar todos e eleger favoritos -, short cinza, camiseta preta, tênis feio, visual de praxe. Alto. Cabelo quase claro, olhos verdes, nariz bem feito e uma bunda redonda e dura coroando as pernas bem compridas, magras e firmes. Meu número.

Tomava água, além de lindo é saudável, e apertou o passo de repente. Precisei acelerar a ponto de quase ficar sem fôlego para não perdê-lo de vista, a distância segura para eu continuar lambendo-o de maneira imaginária é de, no máximo, quatro metros.

Ele é bem alto, falei, né? Escrevi metros aqui e fiquei pensando sobre o tamanho do pau. Homem grande e magro, o cenário é favorável.

Alcanço-o, reestabeleço o distanciamento ideal, e ergo o queixo o máximo que posso para, feito cadela no cio, tentar sentir seu cheiro antes de fazer esforço. Será que ele é daqueles que já chegam deliciosos à academia?

Cogito tirar uma foto enquanto seguimos nessa marcha atlética, lembro que pode ser que seja crime, volto o celular ao bolso e fantasio como seria se estivéssemos em um posicionamento inverso, ele caminhando atrás de mim, e eu de repente interrompesse, brusca, os passos, ele trombaria direto na minha bunda, talvez ali a gente já se enganchasse, talvez ele me puxasse os cabelos em reprimenda, garotas boas não freiam assim sem avisar.

O farol fechou e, que bom, ele precisou parar, agora estamos bem perto um do outro, ele ainda não sabe que existo, se eu esticar o braço minha mão atola na bunda linda. Tusso. Ele deve ser surdo. Mede o fluxo de carros vindo dos dois lados, talvez não escute, mas é gostoso e esperto, vamos, amor, vamos juntos atravessar essa rua.

Desce a sarjeta. Olha pra baixo. Fecha os olhos com força.

Cospe no chão.

E não cospe um cuspinho de esforço, excesso de salivação, não é um chiclete, não é nada urgente, não tem justificativa. O gostoso escarrou na faixa, aquela gosma estirada entre um retângulo branco e outro, agora escorrendo dada a inclinação típica do bairro.

Vira pra trás, me vê. Agacho para amarrar meu sapato sem cadarço. Em silêncio, penso que não seria de todo mal se um peso de 40 kg despencasse sobre sua boca no meio do treino. Só hoje. Chego em casa e tomo um banho, na tentativa de tirar do corpo qualquer gotícula de baba que o gostoso da Aclimação possa ter me transmitido.

 

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Fluidez sexual é o rótulo que queremos https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/04/30/fluidez-sexual-e-o-rotulo-que-queremos/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2019/04/30/fluidez-sexual-e-o-rotulo-que-queremos/#respond Tue, 30 Apr 2019 23:14:57 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2628 Por Carmen

Criar conceitos ajuda a enxergar. Ficar apenas preso aos conceitos, cega. O sexo, essa tão incompreendida “entidade”, precisa tanto de ser identificado, descrito e classificado, porque não somos igualmente vividos, informados e abertos mental ou socialmente, para entendê-lo.

 

fluidez sexual
Crédito da foto: Pinterest

 

Estava na casa de um amigo em um bairro descolado do Rio, o abajur emanava uma luz vermelha difusa e as almofadas coloridas ganhavam todas tons quentes. Em pouco mais de 15 minutos, escutei das bocas sexy daquela galera jovem e moderna tantas definições, “hétero que só fica com homem por esporte”, o “hétero-flexível”, o “hétero-passivo”, o “hétero-discreto que busca machão”… que entendi que não importa, os rótulos são um paradoxo, precisam ser abandonados, mas ao mesmo tempo, ajudar a captar o mundo. Afinal, a sexualidade, há séculos, constrói a identidade pessoal.

“Meu rolo atual se diz hétero-passivo, sente prazer em penetrar uma mulher, mas gosta de ser penetrado por homem, ainda que rejeite qualquer traço de feminilidade nos companheiros”, contou um amigo.

“Já transei com casados que afirmavam que as mulheres eram cheias de pudores, e que jamais teriam prazer anal”, revelou outro.

“Estou com um cara que adora transar comigo, mas como não é frequente, ele acredita que não exista uma necessidade de sexo com homem. Logo, não se considera bissexual”, explicou mais outro.

Entre todas essas caixinhas, prefiro me ater à ideia de fluidez sexual: que não coloca limita, não define, dá liberdade. Não há opção, orientação, regras. Engloba todos os termos e nenhum ao mesmo tempo. Abraça quem transa com a mesma pessoa a vida toda e para quem experimenta novidades a cada dia.

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Quando direita x esquerda chega no sexo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/11/01/quando-direita-x-esquerda-chega-no-sexo/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/11/01/quando-direita-x-esquerda-chega-no-sexo/#respond Thu, 01 Nov 2018 21:08:51 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2516 As eleições já são história. Temos um novo presidente eleito. Fez-se a vontade da maioria. Mas a polarização não deixou de existir do dia para noite só porque o último voto da última urna foi contabilizado. A sensação de que existem “nós” e existem “eles”, se mantém. E, sem querer alimentar estereótipos e ânimos arraigados, vejo que isso se reflete, sim, na maneira como cada um encara a sexualidade.

De um lado, o corpo é político. Mostram-se os seios para protestar. Reivindica-se a liberdade de amamentar em público, de abortar, de transar com quem quiser e de se proteger de quem não é bem-vindo. Afirma-se o direito de ser homem, mulher, cis, trans, hetero, homo ou um mix de tudo.Do outro, fica o lugar onde nasceram expressões como “pouca vergonha”, “lugar de mulher”, “fraquejada”, “merecer ou não ser estuprada”. Educação sexual vira doutrinação, “kit gay” vira assunto. Livros são desprezados. Onde vamos “vivenciar novas experiências, aprender a analisar as pessoas, obter conhecimento, divertir-se infinitamente”, como diz Ruth Rocha, se não com a leitura? E leia de novo essas frases. Tudo isso não é fundamental na formação de um ser sexual?

 

Crédito da foto: Pinterest

 

Tenho uma comichão em dizer que pessoas de esquerda transam melhor que as de direita. Mas seriam palavras irresponsáveis. “O único cara de direita com quem transei foi incrível”, diz uma amiga, depois de me acusar de estereotipar. “Você é cheirosinha e até se depila!”, zoa meu namorado, destruindo preconceitos em relação às minhas tendências eletivas. E a colega Dolores revela: “O cara de centro com quem venho trepando é a melhor coisa que já experimentei.”

Então, vamos combinar, quando o assunto é sexo, vamos focar nos movimentos de esquerda e direita dos quadris  — com o bônus de progresso e retrocesso dos genitais.

 

 

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No dia da eleição, por favor, transe https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/10/05/no-dia-da-eleicao-por-favor-transe/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/10/05/no-dia-da-eleicao-por-favor-transe/#respond Fri, 05 Oct 2018 17:42:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2491 Por Dolores

Aconteça o que acontecer neste domingo, transe. Não importa quais botões você escolheu apertar na urna, quais combinações achou ideais: transe. Se é fã do candidato A, B ou C (do D também, até mesmo do F está valendo), enfim, não importa, o que é realmente fundamental é que você faça o quê? Transe.

Crédito da foto: Divulgação/TSE

Porque, em tempos frenéticos, seja com desfecho de vitória ou derrota, há algo de que se esquece e, no fim das contas, é a única coisa que salva e alivia a mente do caos democrático monotemático. O sexo distrai, constrói, dá esperança, alivia. Gozar lava a alma, molha tudo, muda o foco.

Aproveite a volta da seção eleitoral, já vá tirando tudo antes mesmo de fechar a porta de casa, arranque sapatos, a calça, desabotoe o sutiã dela, vá lambendo a orelha bem lá dentro, mordendo de leve a nuca, largue o título no chão mesmo, ajoelhe, enfie o moço todo na boca, engula a menina, chafurde entre as nádegas do seu eleitor favorito e chupe tudo até não sobrar uma gota.

Esqueça, por uns bons momentos – nada de rapidinha hoje, que dia de eleição exige afinco  – que amanhã o país já amanhece diferente, que o futuro pode ou não existir, que a segunda-feira talvez tenha sol ou trevas profundas, e mergulhe nos cabelos todos do ser amado, enfiando a cara com dedicação entre os pentelhos todos com a ideia de esquecer do mundo.

Aspire os cheiros. Aja feito um animal movido a eles. De que importa qual dezena veio antes do “confirma” quando todo aquele oásis se apresenta deitado no seu colchão? Um corpo oferecido e aberto, suando em sintonia, vazando mel por todos os cantos, empesteando o ar de perfume de dobras e mucosas? Capriche, manobre, endureça o máximo que pode.

E, aconteça o que acontecer, transe. Coma com força e carinho, sente na cara de quem adora, rebole, empurre. Vamos desaprender um pouco das funções de sobrevivência, e focar na saciedade hedonista de quem não faz ideia do que vai estar do lado de fora da janela ao abri-la no dia seguinte. Sobretudo porque vai que o universo acaba? Ao menos há a certeza de que chegaremos deliciados ao buraco negro do fim do mundo.

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Sexo anal não é vestibular https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/07/04/sexo-anal-nao-e-vestibular/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/07/04/sexo-anal-nao-e-vestibular/#respond Thu, 05 Jul 2018 01:35:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2426 Por Dolores

Se você tem mais de 18 anos e acesso à internet – dois requisitos básicos para estar aqui lendo este blog, aliás, enfim, confio em vocês -, certamente já teve a curiosidade de digitar duas palavras mágicas no Google: sexo anal. O resultado, obviamente, foi de vídeos e vídeos e fotos e fotos de pessoas curtindo (ou não) a prática, mas, também, é possível que você tenha se deparado com alguns sites dando dicas para quem quer experimentar a porta dos fundos pela primeira vez.

 

bunda
Crédito da foto Pinterest

 

Tutoriais de linguagem quase médica, e alguns até divertidos, geralmente escritos por gays bem-humorados (pode pleonasmo, Arnaldo?), ensinam a se preparar para dar o cu com felicidade e segurança. Como se sexo, seja ele anal, oral, auricular ou axilar, fosse algo que funcionasse igual para todo mundo.

Óbvio que ler o relato de quem já foi lá e voltou sempre vale, mas será que estudar nesse tanto algo supostamente natural não pode acabar assustando ainda mais quem já tem receio de liberar a bunda prx parceirx? Tipo teorizar demais um negócio que pode ser espontâneo e delicioso?

Aliás, cabe aqui um parêntese. Nem todo mundo acha gostoso dar o cu, ponto. Tem, sim, minas e caras que sentem dor, que não conseguem relaxar o suficiente, que, por qualquer motivo, acham a prática dolorosa e sem sentido. Não é verdade que só precisa praticar para gostar – isso é uma besteira sem tamanho. Portanto, sempre naquela vibe de respeitar a pessoa que vai para a cama com você, é importante saber que pode ser esse o caso, e, assim, nunca, jamais, sob hipótese alguma, forçar uma barra para fazer algo que não é consensual. Sigamos.

Sou do time das que curtem uma enrabada. A única situação em que pode ser que eu peça arrego é quando o pau do amiguinho é muito grosso (os compridos não são problema, estamos falando aqui de diâmetro, ok?), mas, de resto, estou sempre disponível para um bom sexo anal. E, posso garantir que, desde que entrei nesse mundo específico, foi com o método da tentativa e erro que encontrei o meu prazer.

Tem quem recomende o que considero radicalidades, como, por exemplo, comprimidos de laxantes na noite anterior. Sabe quando que eu vou tomar um negócio desses se não for para fazer exame no Delboni no dia seguinte? É nunca. Porque uma coisa é importante lembrar aqui: quem se aventura no mundo do pau no cu corre invariavelmente o risco de topar com bosta em algum momento. E, se isso é um problema para você ou quem te come, então, amigos, melhor assistir filme no Netflix e dormir de conchinha e pijama.

O que funciona para mim (PARA MIM, de novo, porque não acredito em tutoriais) é não pirar muito na alimentação de hoje se acho que há a chance de transar assim amanhã, caprichar na hidratação, como se deve fazer por qualquer motivo mesmo que ele não envolva seu ânus, e obedecer à vontade de ir ao banheiro sempre que o intestino pedir – em outras palavras, não seguro cocô, tomo Minalba, como salada e fica sempre tudo bem.

Na hora, em si, relaxo, e penso que tudo que está acontecendo ali entre mim e quem quer que seja é, supostamente, visando nosso prazer, e não apenas o de quem me come. Esqueço as lições de três páginas da internet, as performances fantasiosas dos vídeos pornô, e procuro encontrar o meu lugar seguro.

Uma posição confortável – que muitas vezes não é a mais sensual ou aquela que o blogueiro recomendou no Tumblr -, uma velocidade específica, uma profundidade que pode até mesmo variar de dia para dia, ainda que o parceiro seja o mesmo. Desencano sobre a possibilidade de o moço se deparar com algo que não queira lá dentro ou na saída e, juro, entro numa viagem astral deliciosa. Quer dizer, isso nos dias bons, né? Porque, quando alguma coisa não encaixa, dói, dá vontade de chorar e eu mando parar com tudo.

Sexo anal é sexo, gente. Igual a qualquer outro. Não é outra categoria, não é mais nem menos que o resto, não é vestibular para ver se alguém gradua ou se bomba. Passou da hora de a gente parar não só de criar tabu por trás (ui) do assunto, mas também de meter glamour onde não existe. Quem quer dar o cu dá, quem não quer não dá. E, se ainda assim sobrar dúvida, consulte, sim, os tutoriais para dar risada, mas marque, também, uma visita ao seu médico de confiança e pergunte a ele tudo que precisar. Boas trepadas, e seja feliz.

 

 

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Flagra de filho não é o fim do mundo https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/05/25/flagra-de-filho-nao-e-o-fim-do-mundo/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/05/25/flagra-de-filho-nao-e-o-fim-do-mundo/#respond Fri, 25 May 2018 20:54:33 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2385 “Carmen, não tenho coragem de contar para ninguém o que aconteceu esta manhã. Pode parecer banal para alguns, ou chocante para outros, tudo depende dos valores, da história de vida, do olhar conservador ou liberal. Mas acho que você pode me entender. Pego, em um ou outro post seu, a ideia de que temos mais ou menos a mesma idade, enxergamos o sexo da mesma forma e que você não é uma mulher cheia de julgamentos.

 

casados
Crédito da foto Pinterest

 

Meu namorado chegou de viagem ontem à noite e veio dormir em casa. Meu filho de sete anos já está acostumado com a presença eventual dele em casa, inclusive para dormir. Era pouco depois das 6 horas desta manhã e, ainda sonolentos, eu e meu namorado começamos a nos enroscar na cama. Uma mão na bunda, um ‘cheiro’ no pescoço, corpos colados, o pau duro dele contra o meu quadril. Quando isso acontece, geralmente faço um pause e tranco a porta, mas desta vez, não tinha certeza que íamos acabar fazendo sexo. Já havíamos matado a saudade na noite anterior, com uma sessão bem longa, com muitas preliminares e prazer intenso. E é comum nos alisarmos e nos enrolarmos um no outro pela manhã e ficar por isso mesmo. Apenas uma namoradinha, sem realmente transar. Mas acho que os dias separados haviam nos deixado mais acesos, e logo fui pra cima dele, sem tirar a camisola nem a calcinha. Ele também só abaixou os shorts do pijama e me penetrou.

Ficamos no movimento gostoso e depois de uns minutos comecei a gozar. Estava no meio das ondas de prazer quando percebo meu namorado virando o corpo, saindo de dentro de mim. Por um instante, achei que ele estava com medo de gozar dentro, já que estávamos sem camisinha. Mas ele falou firme, ao meu ouvido, o nome do meu filho. Quando olho para o lado, vejo a porta aberta e meu filho parado ali: “O que está acontecendo, mamãe?”.

Fui rápida. Estar vestida e ainda protegida pelo edredom me deu presença de espírito. Inventei a história menos esdrúxula que consegui pensar para justificar estar em cima do ‘tio’ e gemendo: ‘estou com dor e fui pegar o remédio no outro criado-mudo’. ‘Dor aonde?’. ‘Er…na barriga…Mas e você, já escovou os dentes? Tá com fome? Quer Nescau?’

A sorte foi ele ter apenas sete anos, não ter ideia de que relação sexual existe, e nós não termos tirado a roupa para transar. Não ouve flagra de corpos nus. Mas o mais estranho é que a culpa que eu normalmente sentiria, não veio. Estou encarando com leveza. Durante muitos anos, tive uma vida sexual inexistente com o pai do meu filho. Hoje estou feliz, redescobrindo o sexo. Em vez de ficar me perguntando se meu filho ficou traumatizado pelo que viu, se eu fui irresponsável e leviana, prefiro assumir que esse tipo de coisa pode acontecer na vida de uma mãe sexualmente ativa — e um pouco levada.”

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O orgasmo da mulher depende necessariamente do clitóris? https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/03/15/o-orgasmo-da-mulher-depende-necessariamente-do-clitoris/ https://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/2018/03/15/o-orgasmo-da-mulher-depende-necessariamente-do-clitoris/#respond Thu, 15 Mar 2018 17:36:32 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://xdesexo.blogfolha.uol.com.br/?p=2331 “Ando com dificuldade de gozar. Nunca fui do time das rapidinhas, mas de umas duas semanas para cá, o orgasmo anda demorado e, muitas vezes, precisa de uma mão – além da penetração — para acontecer.

Não entenda mal, a transa anda boa como sempre. Delícia mesmo, curto cada segundo. Mas o clímax não chega, começo a ficar ansiosa, me preocupo com o cansaço que ele possa estar sentindo, e a situação só piora.”

 

orgasmo
Crédito da foto: suckmypixxxel.tumblr.com

 

O que relata Milena, mulher heterossexual, de 41 anos, atualmente em uma relação estável, é estatístico: mulheres comprometidas atingem orgasmo em 86% das relações sexuais, enquanto os homens gozam 95% das vezes. Para aquelas que fazem sexo casual, o clímax só acontece 39% das transas. Esses dados fazem parte de uma grande pesquisa sobre as práticas sexuais dos norte-americanos, realizada na última década. As garotas afirmam que o gozo é mais fácil e frequente por meio da masturbação ou do sexo oral. O fato é que existe uma disparidade orgástica: para cada três orgasmos dos homens, as mulheres têm um.

A diferença tornar-se menor entre homossexuais e bissexuais: 89% para homens gays, 88% para homens bissexuais, 86% para mulheres lésbicas e 66% para mulheres bissexuais, durante as interações sexuais.

Quando examinamos mais de perto o que pode explicar a lacuna do orgasmo, vemos que a penetração vaginal, talvez, não seja suficiente para o orgasmo, já que as lésbicas, que, em geral, se apoiam menos nessa prática, têm melhores índices de prazer do que as heterossexuais.

A questão atualmente estudada é: existem estruturas sensoriais internas na vagina que poderiam levar ao orgasmo ou a estimulação externa do clitóris é sempre necessária?

O debate do orgasmo clitorial x vaginal esbarra na psicanálise, na teoria evolutiva, na teoria política feminista, na fisiologia e na neurociência. Ufa!

E é fato que a ciência tem uma ideia do que seja esse estado de êxtase sexual, mas ainda não tem ideia de como se “chega lá”. Os orgasmos são um dos poucos fenômenos que ocorrem como resultado de uma interação altamente complexa de vários sistemas fisiológicos e psicológicos de uma só vez. Embora possa haver razões evolutivas para os homens serem mais propensos ao orgasmo durante o sexo, parte do problema reside no que acontece no quarto.

Segundo pesquisadores da Universidade de Concordia, do Canadá, o potencial orgástico da mulher inclui sim o clitóris, mas também o colo do útero, o ponto G e até a estimulação dos mamilos.

Isso reforma o que disse Beverly Whipple, uma das descobridoras do controverso ponto G: “O orgasmo em mulheres está no cérebro, pode ser sentido e estimulado de várias regiões do corpo, bem como a partir de imagens por si só”.

Mas como trazemos isso para a nossa cama,  ao nosso corpo? Quanto mais conhecimento sobre as genitais femininas (especialmente sobre o clitóris), o parceiro tem, maior a probabilidade de a companheira gozar com mais frequência.

São os próprios pesquisadores que lembram: as estatísticas não contam quando se trata de sua própria intimidade. Não podemos criar nem desencadear orgasmos em nossos parceiros. Nós só podemos ajudar a torná-los mais fáceis,  e mais agradáveis para eles. Habilidade sexual e capacidade de satisfação crescem com a prática, e a diversão do sexo não está no topo da montanha, está na subida até lá.

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